Máfia italiana quer matar autor de 'Gomorra' até
o Natal
Reuters/Brasil Online (Por Stephen Brown)
ROMA (Reuters) - A polícia italiana está investigando relatos de
que a máfia de Nápoles planeja executar a ameaça de matar
Roberto Saviano, autor do best seller "Gomorra", até o Natal.
Saviano, de 29 anos, vive há dois anos escondido, com proteção
policial 24 horas por dia, desde que "Camorra", como é conhecida
a máfia em sua cidade, decidiu puni-lo pelo sucesso do livro,
que virou filme e é baseado em suas próprias investigações sobre
a brutalidade dos mafiosos.
O livro vendeu 1,2 milhão de cópias na Itália e foi traduzido
para 42 línguas. Agora que chegou aos cinemas e é candidato ao
Oscar, a máfia está ainda mais irritada e quer ver Saviano e
seus seguranças mortos o mais rápido possível.
"Lançamos um inquérito para verificar a veracidade desta
notícia", disse à Reuters Franco Roberto, coordenador do
esquadrão antimáfia de Nápoles.
Os jornais italianos disseram que o clã Casalesi (que virou
manchete recentemente devido ao assassinato de seis africanos, o
que despertou a revolta de imigrantes), o mais notório da máfia
local, teria decidido levar a cabo a ameaça de morte, procurando
matar o escritor até o Natal.
A fonte da informação foi uma pessoa próxima a Francesco
Schiavone, codinome "Sandokan", chefe da Camorra.
De cabeça raspada, barba, piercing na sobrancelha e camiseta
preta, Saviano se tornou um símbolo da luta contra o crime
organizado para a nova geração de italianos.
Na segunda-feira, Saviano disse a uma rádio local que muitos de
seus dias são "terríveis".
O escritor afirmou que o que deixou a máfia preocupada foram os
seus milhões de leitores.
"Os leitores que ameaçaram os chefes do crime, não eu", disse
Saviano.
Alguns políticos exigiram que o poder público seja solidário com
a situação do escritor.
"Ninguém deve tocar Saviano!", disse a ex-ministra Giovanna
Melandri, denunciando a Camorra como "um dos maiores cânceres
que tomam conta do nosso país".
(©
UOL Últimas Notícias)
Ameaçado de morte, autor
de 'Gomorra' quer deixar Itália
Roberto Saviano, de 28 anos,
vive com proteção policial armada 24 horas por dia
Reuters
ROMA - O escritor italiano Roberto Saviano, autor do
best-seller
Gomorra, que denuncia a máfia napolitana, afirmou
que quer deixar a Itália porque não agüenta mais viver com
proteção armada.
O livro vendeu 1,2 milhão de cópias na Itália, foi
traduzido para 42 línguas e sua adaptação para o cinema foi
nomeada para concorrer ao Oscar.
O crítico de cinema do Estado Luiz
Carlos Merten comenta o filme em seu blog: "Gomorra
tem um lado Cidade de Deus, mostrando como opera a
Camorra, a Máfia napolitana, recrutando jovens para
atividades criminosas que incluem o controle das drogas e da
indústria do vestuário clandestino, as imitações de grifes
famosas".
O autor do livro que inspira o filme afirma, em uma
entrevista ao jornal italiano La Repubblica, ser
uma "vítima do próprio sucesso".
Desde o lançamento de Gomorra, em 2006, o autor, de
28 anos, vive com proteção policial armada durante 24 horas
diariamente porque recebe ameaças da Camorra, como é
conhecida a máfia napolitana.
"Quero a minha vida de volta. Quero andar pelo sol e pela
chuva, me apaixonar, beber uma cerveja em público, encontrar
minha mãe sem que ela fique com medo", disse o escritor ao
jornal.
Acima de tudo, Soviano afirmou que quer continuar escrevendo
e que, no momento, o único modo de fazer isso é deixar a
Itália.
Na terça-feira, os jornais italianos disseram que o clã mais
notório da máfia local, o Casalesi, teria passado da ameaça
de morte para a fase de operação do plano para assassinar o
escritor.
Segundo os jornais, a intenção seria matar o escritor antes
do Natal.
(©
Estadão)
Roberto Saviano
Lo scrittore Roberto Saviano oggi ha avuto un colloquio di
un paio di ore con il coordinatore della Direzione
distrettuale antimafia di Napoli Franco Roberti negli uffici
giudiziari partenopei. Saviano non ha rilasciato
dichiarazioni al termine dell'incontro, al centro del quale
vi e' stata l'informativa giunta
in Procura su una rivelazione del pentito Carmine Schiavone
su un attentato dei Casalesi con tritolo e telecomando
contro lo scrittore programmato per Natale. Sulla vicenda
viene mantenuto uno stretto riserbo negli ambienti della
procura di Napoli. Le notizie sono
state fornite da Carmine Schiavone, a quanto si e' appreso,
e non sarebbero molto dettagliate.
La Dda cerca di capire come il pentito, che vive in
localita' protetta sotto falso nome, abbia avuto le
informazioni sul piano dei casalesi, comunque gli
inquirenti tendono ad escludere collegamenti tra le
informazioni di Schiavone e le recenti rivelazioni del
pentito Oreste Spagnuolo - che partecipo' di recente alla
strage di Castel Volturno conto gli immigrati africani - il
quale ha parlato del tentativo del boss Giuseppe Setola di
procurarsi esplosivo e un telecomando per un attentato.
Il livello di allerta e' comunque altissimo: i magistrati
di Napoli sono infatti convinti della serieta' delle minacce
rivolte a Saviano. All'esame degli inquirenti vi sono anche
diverse lettere anonime che vengono giudicate
attendibili. Saviano è ritenuto "colpevole" di aver acceso i
riflettori sulle attivita' dei
casalesi.
Dall'imminente interrogatorio del pentito Schiavone,
cugino del boss Francesco Schiavone detto Sandokan, gli
inquirenti della Dda di Napoli cercheranno chiarimenti sul
piano di attentato.
Carmine Schiavone, che con le sue rivelazione negli anni
scorsi ha consentito la condanna di numerosi esponenti della
cosca, attualmente vive in localita' protetta, con una nuova
identita'.
Il programma di protezione nei confronti di Schiavone, che
ha avviato la sua collaborazione agli inizi degli anni
Novanta, e' cessato negli ultimi tempi.
Uno degli obiettivi degli inquirenti e' di chiarire le
circostanze che avrebbero consentito a
Schiavone - al quale e' inibito per legge ogni contatto con
gli ambienti criminali frequentati in passato - di venire in
possesso delle informazioni sui progetti del clan dei
Casalesi.
(©
Rai News 24)
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