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Itália pagará US$ 216 mil a descobridores de 'homem do gelo'

01/10/2008

 

Uma batalha judicial pela descoberta de uma múmia de um caçador de 5,3 mil anos, conhecido como "homem de gelo" ou Oetzi, no norte da Itália em 1991, foi encerrada.

Os alemães Erika e Halmut Simon encontraram os despojos em uma região montanhosa coberta de neve perto da fronteira com a Áustria, mas as autoridades na província de Bolzano se recusaram a dar ao casal uma comissão pelo achado.

Um tribunal decidiu em favor do casal em 2006 e a administração local finalmente concordou em pagar US$ 216 mil.

Mas a sentença chega tarde demais para Halmut Simon, que morreu há quatro anos. O dinheiro irá para a sua viúva, de 71 anos.

Recompensa 'simbólica'

A disputa começou em 1994, quando o casal rejeitou uma recompensa "simbólica" de cerca de US$ 7,5 mil.

A legislação italiana estipula uma comissão de 25% sobre o valor da descoberta. Oetzi atraiu muitos visitantes para Bolzano e milhões de euros com o turismo.

Em 2006, um tribunal ordenou ao governo provincial que compensasse "adequadamente" Erika Simon. Mas a decisão foi contestada pelos advogados da administração local.

Eles alegam que as autoridades pagaram as escavações e forneceram uma sala com temperatura controlada para preservar a múmia.

Na segunda-feira, as autoridades finalmente concordaram com a exigência de Erika Simon, dizendo que a recompensa é em reconhecimento à descoberta do casal e à renda obtida com o turismo.

'Má sorte'

O correspondente da BBC em Milão, Mark Duff, disse que Oetzi só trouxe má sorte para muitos dos envolvidos na descoberta.

Halmut Simon morreu em um acidente de alpinismo em 2004, e seis outras pessoas ligadas à descoberta de alguma maneira morreram, aparentemente, em circunstâncias misteriosas.

Tudo isso levou a especulações da existência de uma maldição em Oetzi correspondente àquela que cercou a descoberta da múmia de Tutancâmon, no Egito, afirma Duff.

Oetzi, que recebeu este nome por ter sido encontrado no Vale Oetz, é uma das maiores descobertas arqueológicas dos últimos anos.

Ele ainda usava calças de pele de cabra e capa de fibra, e portava um machado e flechas.

Inicialmente acreditava-se que ele tinha morrido de fome e frio, mas pesquisadores conseguiram estabelecer depois que o caçador morreu em conseqüência de ferimentos adquiridos em um conflito.

Oetzi tinha cerca de 1,59 centímetros de altura, 46 anos de idade e sofria de artrite.

(© O Globo)

 

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