Para especialista, anúncio de achado foi
precipitado. Verdadeira gruta deve estar a oeste da que foi achada
O ex-superintendente de Roma Adriano La
Regina negou nesta quinta-feira (22) que a
gruta revelada há dois dias pelo ministro da
Cultura italiano, Francesco Rutelli, seja o
local no qual, segundo a lenda, a Loba
Capitolina teria amamentado Rômulo e Remo,
fundadores da cidade.
Em entrevista publicada pelo jornal "La
Stampa", ele disse que viu as fotos e que
não acredita "absolutamente que este seja o
Lupercale", nome com o qual o covil é
conhecido por causa do nome mitológico da
loba, Luperca.
Segundo o arqueólogo, a caverna da lenda
se encontra na mesma zona arqueológica do
monte Palatino, no Fórum Romano, onde ficava
o Palácio de Nero, mas "um pouco mais a
oeste".
Na opinião dele, a notícia foi anunciada
de forma "precipitada", pois ainda resta
encontrar outros restos importantes do ponto
de vista arqueológico.
No jornal "La Repubblica", La Regina
escreveu um artigo dizendo que "será
importante continuar com as escavações
anunciadas pelo Ministério para localizar o
verdadeiro Lupercale, a oeste da gruta agora
encontrada", na qual eram realizadas
atividades de culto à loba.
A gruta descoberta está localizada a 16
metros de profundidade entre o Circo Máximo
e a Casa de Augusto e tem um diâmetro de
6,53 m e uma altura de 7,13 m.
O Ministério da Cultura anunciou que
investirá 13 milhões de euros (US$ 19
milhões) nos próximos três anos nas
escavações no monte Palatino.
Já o atual superintendente de Bens
Arqueológicos da capital italiana, Angelo
Bottini, disse ao jornal "Il Messaggero" que
nas escavações arqueológicas que serão
realizadas os especialistas tentarão
"identificar o Lupercale e determinar se o
santuário tinha raízes profundas".
Bottini afirmou que os trabalhos serão
difíceis e levarão bastante tempo, pois "se
trata de uma área do Palatino que até agora
nunca foi explorada". Ele explicou que as
escavações focarão na era imperial, "que até
agora tinha sido ignorada".
De acordo com a mitologia, os gêmeos
Rômulo e Remo, cujo pai era o deus Marte,
foram abandonados no rio Tibre por ordem do
rei Amúlio, cuja filha tinha descumprido a
ordem de permanecer virgem que ele tinha
imposto quando a obrigou a se dedicar ao
culto de Vesta.
Os irmãos foram depois adotados e
amamentados pela loba Luperca e quando
cresceram fundaram Roma, de acordo com a
lenda.
Entre as várias interpretações está a do
ensaísta e escritor Corrado Augias, que em
seu livro "I Segreti di Roma" (Os Segredos
de Roma) sustenta que é possível que Luperca
tenha sido uma prostituta, já que na Roma
antiga elas recebiam o apelido de "lupa"
(loba).
O ministro para os Bens e Atividades Culturais da Itália anunciou, no início desta semana, em entrevista coletiva, aquela que foi considerada uma “extraordinária descoberta arqueológica: a gruta subterrânea que os romanos reverenciavam como o local onde os míticos fundadores da cidade eterna, Rômulo e Remo, teriam sido amamentados por uma loba. “Encontramos um local mitológico que virou um local real”, disse o ministro, visivelmente entusiasmado.
Após o anúncio, no entanto, surgiram algumas contestações. Embora o atual superintendente arqueológico de Roma, Angelo Bottini, tenha confirmado, “com certeza”, de que o local é a grotta della lupa, o ex-superintendente, Adriano La Regina, contestou a descoberta. Em entrevistas e em artigos publicados na imprensa local, ele disse não acreditar que seja a caverna da lenda, baseado nas fotos publicadas do achado. Para La Regina, o anúncio foi precipitado e a caverna ficaria mais à oeste do sítio descoberto. O ministério dos Bens e Atividades Culturais pretende investir 13 milhões de euros nas escavações do monte Palatino.
A gruta, localizada no local que foi o centro das decisões de Roma, fica a 16 metros de profundidade, no monte Palatino. Conhecida como Lupercale, ficaria próxima ao palácio do primeiro imperador romano, Otávio Augusto.
O local identificado, a 16 metros de profundidade, é uma planta central com pouco mais seis metros de diâmetro e 7,13 metros de altura, e serviria para cultos pagãos. Todo o entorno é suntuosamente decorado com motivos geométricos, com a utilização de mármore de diversas cores e conchas marinhas.
Durante dois anos, o local foi investigado com endoscópios, pois havia o risco de desabamento. Foto: Ufficio Stampa MiBAC
A Lenda
A história dos gêmeos Romulus e Remus, cuja representação é recorrente na arte romana, constitui um dos mais antigos temas míticos latinos. Romulus e Remus, segundo a lenda, foram os fundadores de Roma. A tradição conta que o usurpador Amulius, após derrubar seu irmão Numitor do trono de Alba Longa, obrigou Réia Sílvia, filha de Numitor, a converter-se em virgem vestal para que não gerasse descendência do antigo rei.
A jovem, no entanto, concebeu os gêmeos Romulus e Remus de sua união com o deus Marte. Amulius ordenou que os meninos fossem atirados ao rio Tibre, mas o berço em que se encontravam encalhou junto ao Ficus ruminalis, uma figueira sagrada do monte Palatino. Durante algum tempo, os gêmeos foram alimentados por uma loba, animal sagrado para os romanos.
O pastor Faustulus os encontrou e, com sua esposa Aca Laurência, os educou. Anos depois, tornados jovens fortes e corajosos, os irmãos mataram Amulius e restituíram o avô ao trono. Decidiram então erigir uma cidade no local onde haviam sido salvos, mas esperaram que os presságios lhes indicassem quem seria o rei. Romulus foi o eleito e quando Remus, despeitado, tentou pisar no local sagrado delimitado pelo irmão - o que era considerado um sacrilégio - foi por este morto com uma lança.
Descoberta transforma uma lenda em realidade: realmente existiu um lugar em que os antigos romanos achavam que Rômulo e Remo teriam sido amamentados por uma loba. Foto: Ufficio Stampa MiBAC
Decidido a povoar a nova cidade de Roma, à qual deu seu nome, Romulus nela acolheu exilados e refugiados. Também raptou as mulheres de povos vizinhos, entre eles os poderosos sabinos, com os quais fez uma aliança e passou a dividir o trono com seu rei, Titus Tacius. Após a morte de Tacius, Romulus reinou sozinho até sua misteriosa desaparição numa tormenta e foi divinizado com o nome de Quirino.
A história, originada possivelmente em princípios do século IV a.C. e consolidada em sua forma definitiva cerca de duzentos anos depois, tinha o objetivo fundamental de associar a fundação de Roma com uma divindade, no caso Marte, deus da guerra e protetor das legiões romanas. Parece provável, entretanto, que nela se encontrem representados miticamente fatos reais sobre a fundação da cidade, como as lutas entre povos rivais. Relatos semelhantes são freqüentes na mitologia grega e constituíram o modelo da lenda de Romulus e Remus. (nomismatike.hpg.com.br)
Il Ministro per i Beni e le Attività Culturali Francesco Rutelli ha incontrato i giornalisti iere per un aggiornamento sui restauri in corso al Palatino e per la straordinaria scoperta archeologica a Roma sul Palatino
E' stato individuato il Lupercale, il leggendario luogo della Lupa e Romolo e Remo
Nel corso di una serie di indagini condotte dalla Soprintendenza archeologica di Roma al Palatino, è stata localizzata una grotta dalla volta rivestita di mosaici e conchiglie che gli archeologi ritengono sia il Lupercale, il sacrario delle origini, il luogo leggendario dove la Lupa protesse Romolo e Remo.
L’edificio ipogeo rinvenuto dalle sonde è a pianta centrale del diametro di 6 metri e 56 cm ed è alto 7 metri e 13. La volta è sontuosamente decorata, con un motivi di tipo geometrico a imitazione di una copertura a lacunari in stucco o pittura.
La straordinaria scoperta è stata illustrata oggi nel corso di una conferenza stampa al Collegio Romano dal Ministro per i Beni e le Attività Culturali Francesco Rutelli. Per la prima volta sono state presentate al pubblico le immagini e le ricostruzioni della grotta, così come consentite dalle sonde.