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Vaticano investiga padre da Cúria que se declarou homossexual

Vaticano investiga padre da Cúria que se declarou homossexual
 

ROMA (AFP) — O cardeal espanhol Julián Herranz anunciou nesta segunda-feira que o Vaticano está investigando o padre da Cúria Romana que foi suspenso depois de declarar publicamente sua homossexualidade em um programa de televisão da Itália.

"A Santa Sé é a mais interessada em fazer a limpeza dentro de suas próprias estruturas", declarou o religioso, presidente da comissão interdisciplinar da Santa Sé em uma entrevista publicada no jornal La Repubblica.

No sábado, o Vaticano suspendeu o monsenhor Tommaso Stenico, secretário da congregação para o Clero. O padre declarou na televisão que seria homossexual e, em seguida, desmentiu.

A Igreja Católica exige o celibato de seus sacerdotes e proíbe a homossexualidade, algo que define como uma "desordem grave".

"É preciso deixar que as autoridades competentes e os investigadores que estão tentando esclarecer o assunto trabalhem com serenidade, longe do clamor da imprensa", afirmou o cardeal.

"Sobre este caso, o Vaticano já interveio, inclusive bastante rapidamente, com uma medida de suspensão. A decisão final será tomada pelo tribunal", afirmou o cardeal, especialista em assuntos jurídicos.

"Os crimes que afetam a esfera sexual prevêem penas severíssimas segundo o Código do Direito Canônico e podem chegar a reduzir o sacerdote ao estado laico se ele tiver pecado com um menor de idade", detalhou o religioso.

O monsenhor Tommaso Stenico, de 60 anos, foi filmado em seu escritório com uma câmera escondida enquanto confessava um jovem "homossexual ativo". Nas cenas, ele aparece paquerando o rapaz.

As imagens foram transmitidas em 1° de outubro passado pela cadeia televisiva La7 e o padre foi facilmente identificado, apesar do seu rosto não ter sido mostrado e sua voz ter sido modificada para se tornar irreconhecível.

Além disso, o religioso acusado cometeu o erro de receber a equipe de televisão em seu escritório do Vaticano.

Por sua parte, o monsenhor Stenico se defendeu dizendo que teria se declarado homossexual "para desmascarar àqueles que o são realmente", segundo escreveu em uma carta dirigida a seus superiores.

"Estou à disposição de meus superiores, espero uma resposta", declarou o religioso à imprensa.

"Os superiores tratam a situação com a discrição de rigor e com o respeito devido à pessoa envolvida, inclusive se ela cometeu erros", respondeu o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.

Para Lombardi, é preciso ser muito "severo diante de comportamentos incompatíveis com o ministério sacerdotal e a missão da Santa Sé".

(© AFP/Google)

 


Padre italiano declara amor por uma mulher e é afastado

Sante Sguotti não poderá mais ouvir confissões, mas poderá celebrar missas. Ele declarou amor para mulher na televisão.
Da AP

O padre Sante Sguotti não pode mais trabalhar como clérigo na paróquia de Monterosso e não pode mais ouvir confissões dos fiéis, afirmou a diocese de Pádua em um comunicado. Mas ele seguirá nas funções de padre e poderá celebrar missas.

Sguotti estampou as manchetes dos jornais em agosto quando apareceu na televisão nacional para dizer que estava apaixonado por uma mulher e queria ser seu namorado em público, mas continuando casto.

O caso reacendeu o debate sobre o celibato eclesiástico, particularmente porque a mulher em questão tem um filho pequeno que, segundo Squotti, ele ajudou a dar o nome. Ele esquivou-se de perguntas diretas sobre a possibilidade de ele ser o pai da criança, afirmando somente que ele não pode ter um filho de acordo com a lei da Igreja.

O bispo Antonio Mattiazzo divulgou um decreto afastando Sguotti de suas tarefas pastorais, alegando que ele estava fazendo isso porque Sguotti “esteve ligado por algum tempo a uma mulher e pediu uma dispensa para sair com ela.”

De acordo com os ritos orientais da Igreja Católica, os homens que são casados podem se tornar padres. E o Vaticano aceitou no sacerdócio alguns padres anglicanos casados que se converteram ao catolicismo.

Mas o Vaticano tem se recusado a afrouxar a exigência do celibato para os padres que seguem os ritos latinos. O Vaticano reafirmou isso em novembro passado, quando o papa Bento 16 organizou um encontro de sacerdócio que negou uma cruzada de Emmanuel Milingo, o arcebispo de Zâmbia renegado que foi excomungado no ano passado após se casar com uma mulher e lançar uma campanha para que o Vaticano permita que os padres se casem.

(© G1)

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