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Emanuele Crialese,
diretor de Nuovomondo,
produção vencedora do Leão de
Prata como filme revelação e candidato
italiano ao Oscar |
Eventos que trazem longas como Nuovomondo, de Crialese, são
organizados pela Embaixada da Itália e pela Câmara Ítalo-Brasilera
de Indústria e Comercio
SÃO PAULO -
Presença assídua nas salas brasileiras, nos anos 50 e 60, o cinema
italiano encolheu tanto sua participação no mercado do País que hoje
virou raridade. Por isso mesmo, parece falta de planejamento a
realização simultânea de dois grandes eventos destinados a atualizar
o cinéfilo paulistano com as novas tendências do cinema da terra de
Luchino Visconti e Federico Fellini. A Embaixada da Itália e a
Câmara Ítalo-Brasilera de Indústria e Comercio precisam acertar seus
ponteiros, sob pena de virem a anular iniciativas importantes como o
Veneza Cinema Italiano 2 e o Cinema Contemporâneo Italiano.
Em parceria com a Prefeitura de
São Paulo e a Bienal de Veneza (e com patrocínio da Tim), a
embaixada traz à cidade os filmes que integraram a seleção italiana
no recente Festival de Veneza. O bom é que você pode ver os filmes
de graça, tendo apenas de retirar, uma hora antes, o ingresso na
Sala Lima Barreto, do Centro Cultural São Paulo. No segundo, no
Cinemark Iguatemi, o preço é o normal do ingresso de shopping. A
simultaneidade das duas iniciativas só é acidental na aparência. Há
um conceito que o adido cultural da embaixada, Pietro Sferra Carini,
define como ‘ação de sistema’. Uma contempla o cinema de autor; a
outra, a produção mais comercial (mas nem por isso destituída de
valor artístico). Juntas, compõem um quadro abrangente. O problema é
que se chocam e obrigam o próprio espectador a fazer, a todo
momento, a escolha de Sofia.
Alguns títulos se impõem, de
sábado a domingo, nos dois eventos. Domingo, às 20h30, no CCSP,
passa o novo filme de Vittorio De Seta, autor do excepcional
Banditi a Orgosolo, Lettere dal Sahara será precedido, às
18h30, por Nuovomondo (Novo Mundo), de Emanuele Crialese, que
concorre com Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, à
indicação para uma vaga no Oscar. No Iguatemi, passa sábado, às
19h30 e 21h30, Romanzo Criminale, de Michele Placido, que foi
recebido a pedradas no Festival de Berlim, mas ganhou vários prêmios
Nastro D’Argento e David di Donatello.
(©
Agência Estado)
CLAQUETE
Brasil terá mostra com filmes do
Festival de Veneza
Começa em São Paulo, mostra que
também levará para o Rio de Janeiro e Brasília filmes
exibidos este ano no Festival de Cinema de Veneza.
Da Redação - Carta Maior
Acontece
em São Paulo, até 4 de
dezembro, a segunda edição do Venezia Cinema Italiano,
com apresentações gratuitas no Centro Cultural São Paulo
e no Cine Bombril. Serão sete filmes de diretores
italianos exibidos na 63ª edição da Mostra Internacional
de Arte Cinematográfica de Veneza, ocorrida em setembro
deste ano. Um dos destaques é Nuovomondo (na
foto), de Emanuele Crialese, produção vencedora do Leão
de Prata como filme revelação e candidato italiano ao
Oscar.
Dos sete longas-metragens que serão exibidos, seis são
novos, enquanto Il Feroce Saladino, de 1937, foi
restaurado. Todos foram exibidos no Festival de Veneza
deste ano. A escolha dos seis filmes recentes recaiu por
sua abordagem de temas bastante atuais, como a
integração social e o relacionamento entre o individuo e
a cidade. São eles: La Stella Che non c’è,
Nuovomondo, Lettere dal Sahara, Quijote, Non prendere
impegni stasera e Como l’ombra.
Nuovomondo, de Emanuele Crialese (2006, 120')
trata de integração social, e mais precisamente de
imigração, sob uma perspectiva histórica, mostrando a
resolução e os sacrifícios de uma família de imigrantes
italianos nos primeiros anos do século XX. Esta é uma
imagem bem diferente daquela do final do século, que viu
a Itália transformar-se em destino para os imigrantes
africanos (tema de Lettere dal Sahara, de
Vittorio de Seta, 2004, 123') ou dos países do Leste
Europeu (Come l’ombra, de Marina Spada, 2006,
87'). Já em La stella che non c’è, de de Gianni
Amelio, 2006, 104', o protagonista não é propriamente um
migrante, ele mais parece um náufrago procurando o rumo
certo, dirigido por sua consciência.
O significado metafórico da viagem encontra sua maior
representação no filme Quijote do artista
plástico e escritor Mimmo Paladino (2006, 75'),
mostrando um percurso no imaginário do Hidalgo, que
renasce e atua nas paisagens do Sannio na Itália.
A relação entre o indivíduo e a cidade está retratada em
Come l’ombra, que mostra em uma deserta Milão, e
seu abafado verão, a busca da protagonista por seu alter
ego. Por sua vez, uma Roma desencantada abre seus braços
aos sofrimentos e às esperanças das personagens de
Non prendere impegni stasera, de Gianluca Tavarelli
(2006, 96').
Em Il feroce Saladino, de Mario Bonnard, (1937
b/p, 94'), o personagem Saladino nasce como uma rara
figurinha de uma conhecida fábrica de chocolates, que
utilizou essas imagens adesivas como instrumento para a
própria campanha publicitária. A dificuldade para se
obter a figurinha de Saladino fez nascer o primeiro mito
popular de comunicação de massa na Itália.
Depois de São Paulo, o Venezia Cinema Italiano I será
realizado em Brasília (de 1° a 7 de dezembro no Cine
Brasília) e no Rio de Janeiro (5 de dezembro e de 11 a
14 de dezembro no Cinema Odeon). A iniciativa tem o
apoio da TIM, dos Institutos Italianos de Cultura em São
Paulo e no Rio de Janeiro, do Governo do Distrito
Federal, das Prefeituras das cidades de São Paulo e do
Rio de Janeiro, da Bolsa de Mercadorias e Futuros, do
Grupo Estação e do Cinema Odeon.
Serviço:
Venezia Cinema Italiano II
* As sessões das 21 h são sempre no Espaço Bombril e as
das 20h30 no Centro Cultural
Terça-feira 28/11
20h30 Quijote
21h La stella che non c’è
Quarta- feira 29/11
20h30 La stella che non c’è
21h Come l’ombra
Quinta-feira 30/11
20h30 Come l’ombra
21h Il Feroce Saladino
Sexta-feira 1/12
20h30 Non prendere impegni stasera
21h Quijote
Sábado 2/12
20h30 Il Feroce Saladino
21h Non prendere impegni stasera
Domingo 3/12
18h Nuovomondo
20h30 Lettere dal Sahara
21h Nuovomondo
Segunda-feira 4/12
21h Lettere dal Sahara
(©
Carta Maior)
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