Em entrevista coletiva à imprensa, os fotógrafos, Loren e Doillon (jovem
atriz francesa filha de Jane Birkin e modelo de grifes como Givenchy e
Miu Miu) falaram sobre o trabalho, que foi realizado numa casa na
Califórnia.
Como era de esperar, a diva italiana viu-se obrigada a responder
perguntas sobre seus "segredos" para se manter em forma, magra, linda e
maravilhosa aos 72 anos. Simpática, falando em inglês, italiano e
francês, ela disse que a explicação é genética: "É uma questão de DNA,
algo que vem de minha família. Minha mãe era uma bela mulher e eu herdei
isso dela".
Todas as fotos foram feitas com as atrizes sobre uma cama de casal com
um lençol. Segundo os fotógrafos, que já fizeram campanhas famosas para
Calvin Klein, Louis Vuitton e Yohji Yamamoto, a idéia era fugir das
tradicionais belas locações e criar uma atmosfera sexy intimista. Na
edição entraram 26 imagens, todas em preto e branco.
Loren afirmou que se sentiu um pouco surpresa com o convite. "Quando me
chamaram, pensei: o que será que eles pretendem fazer comigo? Mas logo
decidi aceitar. O resultado ficou ótimo", disse.
Realmente, as fotos exibidas para a
imprensa num "making of" do calendário são muito boas, e se você
quiser saber a opinião deste repórter, as de Penelope Cruz são
matadoras.
O Calendário Pirelli, que completa 42 anos, não estará à venda. Ele
é distribuído para 30 mil pessoas escolhidas pela empresa.
Foto: Donne in
Politica
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Presença das
mulheres italianas na Câmara e no Senado é praticamente
simbólica. |
A Itália não foge à regra. A participação das
mulheres na política, nos postos de decisão, é escassa e nem de
longe corresponde ao jargão do senso comum, segundo o qual a
presença feminina cada vez mais ocupa espaços tradicionalmente
dominados pelos homens. Atualmente, mesmo sendo um Governo em tese
identificado com idéias “progressistas”, apenas duas mulheres ocupam
a chefia de ministérios (com pasta) e, entre os cargos denominados
subsecretários, somente 9,7% são mulheres.
No Parlamento, a presença das mulheres é um
indicativo de como elas praticamente estão fora da política. Na
Câmara dos Deputados, por exemplo, há 71 mulheres contra 546 homens
– 11,5% do total. Já no Senado, o percentual se reduz mais ainda,
chegando a 8,1% - 26 mulheres contra 295 homens.
A situação não melhora muito, conforme os dados
apresentados pelo projeto Donne in política, quando são analisados
os resultados eleitorais das eleições que renovaram os governos
regionais, quando foram eleitas apenas duas mulheres como presidente
de Juntas – em Piemonte e na Úmbria. Em termos de administração
local, seis províncias de 102 estão nas mãos de mulheres, que também
respondem por 7% dos postos de prefeito.
No Parlamento Europeu, 17,9% da representação
italiana é de mulheres, o que coloca o país na última classificação
no continente, cuja média de participação das mulheres fica em
30,3%.
Examinando-se os dados estatísticos de uma maneira
geral, percebe-se que o fenômeno não é italiano, mas mundial, sendo
notado especialmente nos países G8, integrado pela nações mais ricas
do mundo, onde o percentual de mulheres nos parlamentos chega a
15,9%, um resultado que fica praticamente no mesmo nível do
registrado na África sub-sahariana, que fica em 15,3%.
Por isso, novamente o problema voltará a ser alvo de
debates e discussões durante um encontro que ocorre em Roma, nos
dias 21 e 22, na Câmara dos Deputados. Donne e Plitica – alle radici
della disuguaglianza di genere.
Mais uma vez, se buscará compreender as razões que
mantém as mulheres distantes da política, visando formular e
experimentar hipóteses de soluções desse problema, seja no plano das
políticas públicas, seja na prática cotidiana das organizações das
mulheres. Afinal, como o projeto destaca, “il mancato accesso delle
donne alla politica non solo incide negativamente sulla condizione
femminile, ma pone in discussione anche lo stesso statuto delle
democrazie occidentali”.
(©
Oriundi)