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Putin:
a máfia nasceu na Itália
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Por LUIGI AMBROSINO
ROMA (ANSA) - A nova gafe de Putin, desta vez
dizendo que a Itália é "berço da máfia", beira o incidente diplomático e
desperta a indignação da União, provocando reações fortes até na cúpula
de governo; mas as suas palavras, criticadas pela maioria, encontram
algum espaço nas fileiras da CDL, onde (com exceção da UDC)
evidentemente a relação 'privilegiada' do líder do Kremlin com o
ex-inquilino do Palácio Chigi (sede de Governo da Itália) e atual líder
da oposição, contribui significativamente para amenizar os tons.
Pela manhã, de Moscou, fontes diplomáticas
russas tentam colocar panos quentes na polêmica, jurando à ANSA que
Putin não pretendia em absoluto agredir a Itália e muito menos a
Espanha, limitando-se a lembrar durante uma conversa informal que "a
palavra máfia não nasceu na Federação russa". Apesar disso a irritação
prevaleceu o dia inteiro porque a comparação, que parece um clichê e que
o próprio ministro de Relações Exteriores italiano, Massimo D'Alema (de
Budapeste, que comemora o cinqüentenário da invasão soviética) devolve
ao presidente russo: "Tenho a impressão que o presidente Putin atira
palavras duras para várias direções o que, certamente, não beneficia o
seu prestígio de estadista".
O chefe da diplomacia italiana lembra que
a União Européia apresenta o tema "do respeito aos direitos humanos como
um dos critérios da política externa comum: uma prioridade que não
cansaremos de exigir de Moscou, principalmente no que diz respeito a
garantia da liberdade de imprensa e da Tchetchênia", responde D'Alema.
Nas mesmas teclas, que Putin vê como
"pimenta nos olhos dos outros" e que teriam provocado os seus desabafos
em Lahti, bate o presidente da Câmara italiana, Fausto Bertinotti,
dizendo que foi "equivocada politicamente" e que a fórmula usada por
Putin foi "desqualificada" que "só gera inquietação diante da situação
da Tchetchênia, ou quando testemunhas da democracia, como os
jornalistas, particularmente os envolvidos em investigações difíceis,
são assassinados".
O Procurador Nacional Antimáfia, Pietro
Grasso, lembrou que a Itália "é o berço do direito e não da Máfia";
outro ministro, Beppe Fioroni, destaca que longe de ser "o país da
máfia, a Itália deu uma grande contribuição de sangue para conter o
crime organizado".
De outro teor são os comentários que
chegam dos representantes da oposição, onde a UDC é o único partido a
condenar a gafe do presidente russo: assim, enquanto o ex-premier
Berlusconi está convencido de que 'o amigo Vladimir' "não proferiu estas
palavras" e atribuiu o alvoroço à "desinformação habitual", Casini
liquida alguns "sermões" como "comentários de gosto duvidoso, que não
honram quem os profere" e que, sem dúvida, devem ser "devolvidos ao
remetente". Esta análise é compartilhada pelo líder dos centristas em
Montecitorio, Luca Volonté, que fala de "uma Itália insultada
publicamente por Putin, ciente do seu poder pelo monopólio do gás".
Gianfranco Fini, ex-ministro de Relações
Exteriores, prefere não fazer comentários, "por um elementar senso de
responsabilidade"; e Maurizio Gasparri se diverte e diz aos jornalistas
que "Putin é um amigo nosso, um amigo de Berlusconi... e entre ele e
Prodi, Putin sempre tem razão, não importa o que diga".
Também o ex-ministro da Defesa, Antonio
Martino, mesmo afirmando que "Putin não pretendia ofender a Itália" e
que a sua tese sobre a origem não russa da palavra máfia é
incontestável, lembra satisfeito como entre ele e o seu colega da época
Ivanov "sempre existiu a maior amizade, assim como entre Berlusconi e o
próprio Putin".
Fala ainda mais claro o sindicalista
Roberto Calderoli: "Putin disse uma grande verdade. Fomos nós que
exportamos a máfia, mas infelizmente há tanta hipocrisia que não há
espaço para a verdade. Assim, mesmo quando alguém está indiscutivelmente
certo, acaba por abrir um caso político".
(©
Ansa Latina)
La Sinistra attacca Putin ma la Destra lo difende |
IL MINISTRO degli Esteri
Massimo D'Alema non ha gradito le affermazioni di Vladimir Putin
sull'Italia. «Ho l'impressione che il presidente Putin abbia una
durezza di linguaggio in varie direzioni che, sicuramente, non
giova al suo prestigio di uomo di Stato», ha detto ieri a
Budapest il vicepremier rispondendo ai giornalisti che gli
chiedevano di commentare l'accostamento tra Italia e mafia fatto
dal capo del Cremlino. «L'Italia non è il paese della mafia».
Presentando il primo piano
nazionale sull'educazione alla legalità e alla lotta alla mafia,
il ministro della Pubblica Istruzione, Giuseppe Fioroni,
interviene implicitamente nelle polemiche sucitate dalle parole
del presidente russo Vladimir Putin. L'Italia, ha sottolineato
Fioroni, è «uno straordinario Paese che ha dato un grande
contributo di sangue per affermare la lotta alla criminalità
organizzata e all'illegalità». «Al di là della clausola di stile
che impedisce un confronto su questo terreno e squalifica per il
solo modo di espressione chi ricorre a queste formule, resta il
problema di cui si deve discutere seriamente a livello
internazionale, che non riguarda il rovesciamento dell'invettiva
di Putin in un'accusa indifferenziata, ma la necessità per la
comunità internazionale di garantire i diritti democratici».
Così il presidente della
Camera Fausto Bertinotti, a margine dell'incontro con il
presidente dei deputati cileni Antonio Leal, commenta le parole
attribuite al presidente russo, secondo iol quale l'Italia
sarebbe «culla della mafia». In particolare, Bertinotti fa
riferimento alla situazione in Cecenia, una questione che per il
presidente di Montecitorio «deve essere affrontata come merita.
Non si può non essere inquieti - aggiunge - quando testimoni
della vita democratica come i giornalisti, in particolare quelli
impegnati in inchieste difficili, sono uccisi.
Non è che si possa
accusare Putin - aggiunge il presidente della Camera - della
morte di questi giornalisti, ma indubbiamente, esiste un
problema di attenzione della comunità internazionale che
comincia appunto dal riconoscimento della questione cecena».
«Tra lui e Prodi, Putin ha sempre ragione, qualsiasi cosa dica.
A prescindere, come diceva Totò». È la battuta con cui Maurizio
Gasparri (An) commenta le parole del leader russo sull'origine
tutta italiana della parola mafia.
«E poi - aggiunge Gasparri
sorridendo - Putin è un amico nostro, un amico di
Berlusconi...». «Condivido la posizione di Lamberto Dini. Il
Presidente russo non intendeva offendere l'Italia ma solo
ricordare che la parola mafia non ha un'origine russa, tesi
ovviamente incontestabile». Così l'ex ministro della Difesa del
governo Berlusconi, Antonio Martino (Fi) commenta le frasi di
Vladimir Putin in Finlandia.
(© Il Tempo) |
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