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A atriz
brasileira Florinda Bolkan, atualmente
radicada na Itália
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Em ano de eleição no Brasil, a 30ª Mostra Internacional de Cinema em São
Paulo propõe uma ponte com um gênero de grande sucesso de público e
crítica do passado: o cinema político italiano dos anos 60 e 70,
conhecido na Itália como “cinema de empenho civil”. As cópias foram
obtidas numa parceria com a Cineteca de Roma, Cinecittà e Cinemateca
Brasileira.
Num empenho social e político em forma de cinema,
cineastas como Mario Moniccelli, Bernardo Bertolucci, Marco Bellochio,
Elio Petri e os irmãos Paolo e Vitório Taviani denunciaram as mazelas da
sociedade de seu país e procuraram ecoar pelo mundo os sonhos embutidos
nos grandes movimentos políticos internacionais daquelas décadas.
Ao contrário do Cinema Novo brasileiro, os filmes políticos italianos
daquele período não se incomodavam com as regras do mercado
cinematográfico e diziam ao que vinham já nos títulos, quase sempre
diretos. O gênero levou ao cinema italiano um compromisso com a
realidade e teve o endosso de premiações internacionais como o Oscar e o
Festival de Cannes. A Mostra oferece agora a oportunidade de confrontar
estes filmes com os rumos da atual sociedade globalizada.
Por conta da retrospectiva, vem a São Paulo como convidada da Mostra
Florinda Bolkan, atriz brasileira radicada na Itália, que foi uma
das musas desse gênero e participou do filme Investigação sobre um
cidadão acima de qualquer suspeita (1970), de Elio Petri,
presente na retrospectiva. Florinda participará também do júri da 30ª
Mostra.
Junto com a retrospectiva, a 30ª Mostra publica o livro O Cinema
Político Italiano – anos 60 e 70, organizado por Álvaro Machado e
Leon Cakoff e editado pela Cosac Naify. O livro reúne uma série de
entrevistas realizadas por duas pesquisadoras de cinema italianas,
Angela Prudenzi e Elisa Resegotti, ligadas à Cineteca de Roma e ao Museu
de Cinema Italiano em Turim.
Os filmes da retrospectiva
A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO (LA CLASSE OPERAIA VA IN
PARADISO), de Elio Petri
UN BORGHESE PICCOLO PICCOLO (AN AVERAGE LITTLE MAN)
, de Mario Monicelli
BANDITI A ORGOSOLO (BANDITI OF ORGOSOLO), de Vittorio De Seta
ANTES DA REVOLUÇÃO (PRIMA DELLA RIVOLUZIONE), de Bernardo
Bertolucci
A CHINA ESTÁ PRÓXIMA (LA CINA É VICINA), de Marco Bellocchio
FEIOS, SUJOS E MALVADOS (BRUTTI SPORCHI E CATTIVI ), de Ettore
Scola
DE PUNHOS CERRADOS (I PUGNI IN TASCA), de Marco Bellocchio
LE MANI SULLA CITTÀ (HANDS OVER THE CITY), de Francesco Rosi
IL GIOCATTOLO, de Giuliano Montaldo
IN
NOMEDEL POPOLO ITALIANO (IN THE NAME OF THE ITALIAN PEOPLE), de Dino
Risi
INVESTIGAÇÃO SOBRE UM CIDADÃO ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA (INDAGINE
SU UN CITTADINO AL DI SOPRA DI OGNI SOSPETTO), de Elio Petri
L´ISTRUTTORIA È CHIUSA: DIMENTICHI, de Damiano Damiani
LETTERA APERTA A UN GIORNALE DELLA SERA, de Francesco Maselli
NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO (C' ERAVAMO TANTO AMATI), de Ettore
Scola
O BAILE (BALLANDO BALLANDO), de Ettore Scola / ITÁLIA, FRANÇA,
ALGÉRIA
O PRADO (IL PRATO)
, de Vittorio e Paolo Taviani
PAI PATRÃO (PADRE PADRONE), de Vittorio e Paolo Taviani
GIORDANO BRUNO (REVOLT OF THE CITY), de Giuliano Montaldo
SACCO E VANZETTI (SACCO AND VANZETTI), de Giuliano Montaldo
SOB O SIGNO DO ESCORPIÃO (SOTTO IL SEGNO DELLO SCORPIONE), de
Vittorio e Paolo Taviani
IL CASO MATTEI (THE MATTEI AFFAIR), de Francesco Rosi
I SOVVERSIVI (THE SUBVERSIVES), de Paolo Taviani, Vittorio
Taviani
BANDITI A MILANO (THE VIOLENT FOUR), de Carlo Lizzani
TREVICO-TORINO, VIAGGIO NEL FIAT-NAM, de Ettore Scola
UM DIA MUITO ESPECIAL (UNA GIORNATA PARTICOLARE), de Ettore
Scola
VENHA DORMIR LÁ EM CASA ESTA NOITE (LA STANZA DEL VESCOVO), de
Dino Risi
UN SALUTO A SÃO PAULO, de Elisa Resegotti (curta-metragem),
entrevista com o diretor Francesco Rosi
(©
Cineminha)
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