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Portugal acusa autoridades
italianas de negligência |
26/10/2000
LISBOA - O escândalo da falsificação de passaportes no futebol europeu
ganhou ontem mais um capítulo. O secretário de Estado de Portugal, José
Lello, revelou em entrevista publicada no diário "Público", de Lisboa,
que milhares de passaportes portugueses foram roubados em 1999 nos
consulados do país na Europa e alguns deles foram utilizados por
jogadores extra-comunitários que atuam na Itália.
"A forma como essas operações foram desencadeadas nos mostra que se
trata de um trabalho profissional. Provavelmente, vinculado a mafiosos", disse Lello
ao jornal. O secretário de Estado se disse surpreso ao descobrir que o roubo de
passaportes estivesse ligado a futebol. "Sempre trabalhamos com a hipótese de que
estes crimes tivessem relação com a imigração ilegal", admitiu.
O secretário acusa autoridades italianas de negligência. "Elas (as
autoridades italianas) exercem um controle deficiente na verificação de documentos,
especialmente em relação a jogadores brasileiros", disse. Neste semestre vários
atletas tiveram problemas na Itália, acusados de portarem passaportes falsificados -
casos de Dida (Milan) e Warley e Alberto (Udinese).
No início do ano, o meia Edu, do Corinthians, foi deportado para o Brasil.
Autoridades inglesas constataram que o atleta havia apresentado passaporte português
falso ao tentar entrar no país. Edu havia sido vendido ao Arsenal por US$ 9 milhões.
(TI)
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