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Imagens do neo-realismo mostram
italianos do pós-guerra |
11/10/2000
O Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (PR) está apresentando a
exposição "O Neo-realismo na Fotografia Italiana", com trabalhos
realizados entre 1945 e 1960, mostrando a visão de dez fotógrafos no
período posterior à Segunda Guerra (1939-1945).
As imagens em preto-e-branco não expressam apenas a fome e a miséria do
povo italiano, mas a força da vida que se abre passo a passo apesar das adversidades.
O movimento neo-realista esteve presente na fotografia e sobretudo no cinema,
revolucionando a estética italiana e rompendo com a tradição de registrar o que era
belo para documentar a vida de personagens reais.
Na mostra estão os fotógrafos Mario De Biasi (1923), Pietro Donzelli
(1925-1998), Mario Giacomelli (1925), Nino Migliori (1926), Enrico Pasquali (1923),
Federico Patellani (1911-1977), Tino Petrelli (1922), Franco Pinna (1927-1978), Fulvio
Roiter (1926) e Enzo Sellerio (1924).
Suas obras permitem criar paralelos com o movimento cultural que orientou
alguns diretores italianos e seus filmes.
"Roma, Cidade Aberta" (1946), de Roberto Rosselini (1906-1977),
"Ladrões de Bicicletas" (1948), de Vittorio De Sica (1901-1974), "A
Estrada da Vida" (1954), de Federico Fellini (1920-1993), "Rocco e seus
Irmãos" (1960), de Luchino Visconti (1906-1976), e "O Homem de Palha"
(1958), de Pietro Germi (1914-1974).
Como no cinema, os fotógrafos buscaram temas para retratar. Caso de
Patellani, que registrou os mineiros da Carbonia, em 1950.
Mario De Biasi esteve na estação de Milão (1952) e fotografou a chegada
dos trabalhadores no local. No ano seguinte, Roiter mostrou um camponês de bicicleta
carregando gravetos.
Petrelli escolheu as crianças pobres de uma escola na Calábria. No sul da
Itália, fez flagrantes jornalísticos, como o das três senhoras "parlando com le
mani" (falando com as mãos). Já Giacomelli e Donzelli se fixaram no comportamento
social de suas personagens. O primeiro fez uma série de padres brincando na neve, e o
segundo, retratos de homens e mulheres da Sicília e Bonelli.
Enzo Sellerio começou a fotografar no final dos anos 50 e teve como mestre
Cartier-Bresson que, anos antes, havia apregoado a sutileza da fotografia instantânea e
do momento decisivo do clique. Sellerio seguiu os parâmetros do fotógrafo francês.
Um dos destaques é a composição que mostra uma família de Palermo
encaminhando-se para o trem, enquanto o filho menor dorme sobre uma das malas.
A mostra faz parte da 3ª Bienal Internacional da Fotografia de Curitiba. Seu catálogo
foi confeccionado pelo Instituto Italiano di Cultura di Madri. (Ana Maria Guariglia, FSP)
Exposição: O Neo-realismo na Fotografia Italiana
Quando: de ter. a sex., das 13h às 20h30; sáb., dom. e feriados, das 15h às
18h30. Até 26 de novembro
Onde: Museu Metropolitano de Arte (av. República Argentina, 3.430, Curitiba, tel.:
0/xx/41/322-1525)
Quanto: entrada franca
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