Suzuka - Até agora, está dando tudo certo
para Michael Schumacher. Na madrugada deste sábado, o piloto alemão fez o tempo de
1m35s825 e conseguiu a pole position do GP do Japão, penúltima etapa do Mundial de
Fórmula 1, ficando cada vez mais perto do título da temporada, que acabaria com o jejum
de 21 anos da Ferrari. Seu adversário direto pelo campeonato, o finlandês Mika Hakkinen,
da McLaren, terminou o treino classificatório na segunda posição do grid. O escocês
David Coulthard é o terceiro e o brasileiro Rubens Barrichello larga em quarto lugar.
Ricardo Zonta foi o 18º e Pedro Paulo Diniz, 20º. A prova que pode decidir o campeão da
F1 será disputada na madrugada deste domingo, às 3h30 (horário de Brasília).
Desde que o sul-africano Jody Scheckter venceu o GP da Itália de 1979 e deu à
Ferrari seu último título mundial de pilotos, os italianos nunca tiveram chance tão
grande de comemorar a conquista de outro campeonato como na madrugada deste domingo, com
Michael Schumacher, em Suzuka, no Japão. Com oito pontos de vantagem sobre Mika Hakkinen,
da McLaren, e um carro bastante veloz, o alemão está próximo de outra realização
histórica na carreira: quebrar o tabu de 21 anos sem título de pilotos da Ferrari.
A luta promete ser dura como foram as três últimas edições do Mundial, 1997,
1998 e 1999. Nas três, a Ferrari perdeu nas provas decisivas. Schumacher viu Jacques
Villeneuve, da Williams, ser campeão em 1997, em Jerez de la Frontera, na Espanha.
Depois, o alemão não teve como evitar a vitória de Hakkinen no GP do Japão de 1998 e
restou assisti-lo comemorar o título. Não é tudo: no ano passado, o finlandês da
McLaren demonstrou enorme competência ao reverter uma vantagem de quatro pontos a favor
de Eddie Irvine, companheiro de Schumacher, também em Suzuka, e ficar com o bicampeonato.
"A Ferrari é outra hoje, se chegamos à última etapa do Mundial, nesses
anos todos, podendo lutar pelo título, é porque muita coisa mudou na equipe e estamos no
caminho certo", avalia Schumacher. Sobre as 53 voltas da corrida e os seletivos 5.864
metros do circuito japonês, ele comentou: "Nosso carro se adaptou maravilhosamente
bem aos novos pneus; o trabalho de Mugello, semana passada, está sendo muito útil aqui
em Suzuka, circuito semelhante ao nosso."
O alemão é só confiança, embora não entre no clima do já
ganhou: "Até que matematicamente tenhamos uma definição, e espero que ela
seja a nosso favor, nada de festa", comentou Schumacher, em Suzuka. "Tenho
experiência suficiente para acreditar que tudo pode mudar de uma hora para outra na
Fórmula 1."
Conforme já dissera na quinta-feira, Mika Hakkinen recorreu ao passado para
projetar a prova da madrugada deste domingo. "Esta é uma das minhas pistas
favoritas, além de a McLaren em geral se dar muito bem aqui." Ele venceu as duas
últimas edições do GP do Japão, conquistando dois títulos seguidos.
Desde a largada, neste domingo, às 3h30 (horário de Brasília), Rubens
Barrichello e David Coulthard, os segundo pilotos da Ferrari e da McLaren, renunciarão à
luta por uma honrosa terceira colocação no campeonato. A missão deles na pista será
ajudar seus companheiros Schumacher e Hakkinen na luta pelo título.
Uma nova vitória de Schumacher, independentemente do que conseguir Hakkinen,
lhe garante o título e uma festa sem precedentes para os italianos. Uma segunda
colocação do alemão, acompanhada de qualquer resultado do finlandês, desde que não
seja a vitória, também já é suficiente para Schummy ser três vezes campeão do mundo.
A TV Globo transmite o GP do Japão, 15ª etapa da temporada 2000 de F1, ao vivo.