Residente há sete anos no Ceará e foragido da Justiça italiana,
Pietro Motta foi apresentado ontem pela Polícia Federal. Ele é acusado de ligação com
a máfia das drogas no seu país.
O italiano Pietro
Motta, 60, considerado fugitivo internacional pela Interpol, foi preso no final de semana
passado por agentes federais e por policiais da 2° Secção do Estado Maior da PM, no
Ceará. Conforme a Polícia Federal no Ceará, ele é acusado pela Polícia italiana de
ligação com a máfia do narcotráfico daquele país e, por conta disso, tinha mandado de
prisão internacional expedido desde abril de 1998. Pietro Motta negou envolvimento com a
máfia, mas admitiu que quando fugiu da Itália respondia por crime de receptação. ``Já
estive preso por receptação na Itália. Cumpri a prisão e vim mudar de vida no
Brasil'', afirmou.
Pietro Motta residia no Ceará havia sete anos. Sua prisão aconteceu na praia do
Iguape, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza). Ele não ofereceu
resistência. No Iguape, Pietro residia com uma mulher e duas filhas menores, todas
brasileiras. Levado para a superintendência da PF, o italiano afirmou que desde que se
estabeleceu no Ceará vem trabalhando na venda de vinhos e queijos para restaurantes e
supermercados de Fortaleza. ``Não sabia que havia sido condenado na Itália. Muito menos
que estava sendo procurado. Quando cheguei neste país fui ao consulado da Itália, em
Recife, e comuniquei que estava no Brasil. Não entendo porque era considerado fugitivo
internacional'', disse.
O coordenador da PF no Ceará, delegado Hider Antunes, afirmou que a prisão de
Pietro Motta ocorreu depois que a Polícia italiana informou ao Governo brasileiro sobre a
presença dele no Brasil. A preventiva dele foi assinada pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Sepúlveda Pertence. Uma equipe da Interpol de Brasília
entrou em contato com a superintendência da PF no Ceará solicitando ajuda para a captura
do acusado. ``Por enquanto, ele ficará preso em Fortaleza aguardando os trâmites
burocráticos do processo de extradição que está correndo no STF, em Brasília. Ao
final, ele poderá ser encaminhado para a Itália ou também ser liberado, pois constituiu
família no Brasil'', disse o delegado Hider Antunes.(O Povo)