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Papa pede desculpas à China por
erros de missionários |
03/10/2000
O papa João Paulo 2º pediu
desculpas à China por erros cometidos por missionários ocidentais nas épocas coloniais.
Os chineses estão irritados com a canonização de mártires que eles qualificam de
"malfeitores" e "pecadores".
Hoje, em uma audiência concedida a peregrinos que foram a Roma para as 120
canonizações do domingo (1), o papa disse que a Igreja não estava fazendo um julgamento
positivo dos tempos coloniais nem do comportamento de alguns governos em relação à
China no passado.
Ele disse que as críticas às atividades missionárias nos tempos coloniais foram
frequentemente resultado de uma "leitura parcial e não objetiva da história, que
só vê limitações e erros".
Ele acrescentou: "Se houve algum (erro) _e o homem está sempre livre de
defeitos?_ nós pedimos perdão".
O papa ofereceu suas desculpas enquanto Pequim, irada, mantinha os ataques ao
vaticano. O governo chinês ficou furioso no fim-de-semana, quando o papa tornou santos 87
católicos chineses e 33 missionários que foram mortos na China entre 1648 e 1930.
As canonizações também irritaram Pequim porque a cerimônia aconteceu durante o
51º aniversário de proclamação da República Popular da China.
O Vaticano afirmou que a cerimônia foi feita no dia 1º de outubro porque é a
festa de Santa Teresa de Lisieux, padroeira das missões.
Em seu sermão no domingo, o papa disse que as canonizações eram uma tentativa de
homenagear o povo chinês.
Um porta-voz chinês da Administração de Negócios Religiosos do Estado citou
exemplos de "crimes monstruosos" cometidos por dois dos novos santos contra o
povo chinês, incluindo um que teria dormido com as noivas de todos os seus seguidores.
O Vaticano diz que os mártires foram mortos por causa de sua lealdade à fé
cristã. A China diz que a maior parte deles eram traidores executados por desrespeito às
leis. (Reuters)
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