ROMA -- O governo da Itália pretende
aumentar a idade mínima para a aposentadoria, mas prometeu não modificar
as pensões já concedidas, declarou o ministro do Trabalho, Roberto
Maroni, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira.
"Podemos intervir e iremos intervir -- conforme propôs o Fundo
Monetário Internacional -- para elevar a idade da aposentadoria", afirmou Maroni ao
jornal Corriere della Sera.
O sistema de pensão italiano consome anualmente mais de 30 por cento dos
gastos públicos, a taxa mais alta entre todos os países membros da União Européia
(UE).
Organizações internacionais e a UE têm afirmado que reformar esse
sistema é crucial para a performance econômica de longo prazo da Itália.
Mas o governo só propôs até agora implementar incentivos para que os
trabalhadores adiem sua aposentadoria, em vez de elevar diretamente a idade mínima para
tal.
Maroni disse que essa medida estava a caminho, mas não revelou qual seria
a nova idade mínima.
Atualmente, alguns italianos podem se aposentar após apenas 20 anos de
trabalho, e a média é de mais de 25 anos.
No entanto, muitos trabalham anos antes de serem empregados sob contratos
de longo prazo com direito à pensão, e, por essa razão, a idade da aposentadoria acaba
sendo de 58 anos em média.
"Precisamos chegar a uma forma clara e consensual de fazer isso. Não
faremos através de decreto. Em assuntos como esse, temos que trabalhar com sindicatos e
trabalhadores e a seguir no Parlamento", afirmou.
No início deste mês, o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, disse que a
reforma do sistema de pensão era inevitável, apesar da forte resistência dos
sindicatos.
O governo argumentou em um relatório apresentado à Comissão Européia
que, com o envelhecimento da população, será necessário elevar a idade da
aposentadoria.
Mas Maroni insistiu que as atuais pensões não seriam tocadas. Os
esforços, segundo ele, se concentrariam em passar o sistema do setor público para o
privado. (Com informações da Reuters)
(© CNN.com.br)