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Em crise, Fiat planeja vender ativos no Brasil |
16/10/2002
ROMA e MILÃO. Pressionada pelos
credores, a Fiat está negociando a venda, nas próximas semanas, de sua unidade de robôs
de Comau e o Fidis, seu braço financeiro no Brasil. De acordo com reportagem do jornal
Financial Times, a Fiat tem três ofertas pela fábrica de Comau que,
segundo analistas, poderia valer quase US$ 700 milhões. Já os negócios da Fidis
poderiam render ao grupo italiano algo em torno de US$ 100 milhões.
O objetivo da venda desses ativos é melhorar a liquidez da companhia, à
medida que o grupo luta para reduzir seu endividamento e se manter acima da cotação junk
, ou seja, de alto risco. As vendas também fortaleceriam a posição da diretoria da
Fiat, que enfrenta pressões do governo italiano para que reduza o número de demissões
dos 8.100 cortes anunciados na semana passada. O Estado está considerando uma possível
aquisição da Fiat Auto, a deficitária divisão de veículos, ou alguns dos ativos desse
setor, para evitar os cortes.
O poder de negociação da Fiat sofreu ontem um duro golpe, depois que a
General Motors (GM) reduziu sua participação na Fiat Auto. Após anunciar um prejuízo
líquido de US$ 804 milhões no terceiro trimestre, em boa parte provocado pela crise da
Fiat, a GM, que possui 20% da fabricante italiana, fez uma baixa contábil de US$ 1,47
bilhão referente às suas aplicações na companhia italiana.
Patrono da Fiat aparece para dar apoio moral
Ontem o presidente de honra e patrono histórico da Fiat, Gianni Agnelli, foi
à sede da empresa para participar de uma reunião para tratar da crise do grupo. O
octogenário Agnelli, que foi dirigente da Fiat durante décadas, está há anos afastado
do núcleo de decisões da companhia. Sua presença foi considerada, assim, um gesto
significativo em meio à crise por que passa a empresa.
(© O Globo On line)
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