ROMA - O governo italiano rejeitou
parte do plano de reestruturação da Fiat, que prevê o corte de 8,1 mil
empregos no país, e defende que todas as fábricas da companhia continuem
funcionando, incluindo a de Termini Imerese, na Sicília, que teve seu
fechamento anunciado pela empresa. Depois da divulgação do plano, na
última quarta-feira, houve greves e protestos nas ruas. O
primeiro-ministro Silvio Berlusconi reuniu-se ontem com a direção da
Fiat, maior empresa privada italiana, e prometeu elaborar um plano de
socorro para manter os 40 mil postos de trabalho da empresa na Itália.
A Igreja também decidiu intervir nas negociações. O cardeal de Palermo,
Salvatore De Giorgi, advertiu que o corte de empregos da fábrica da Fiat na Sícila
poderia fortalecer a máfia. Numa reunião de mais de três horas na residência privada
de Berlusconi, nos arredores de Milão, o primeiro-ministro discutiu com o presidente da
Fiat, Paolo Fresco, como seriam levantados os 4 bilhões que a empresa necessita para
sanear suas operações. Os acordos da União Européia impedem a ajuda financeira direta
do Estado.
Ao fim do encontro, não foram anunciadas medidas concretas, mas o governo
informou, em comunicado, que "o Executivo explora várias hipóteses de reforço
estratégico do setor automobilístico", esclarecendo que se tratam de
"soluções de mercado" que tendem a valorizar e desenvolver a indústria
italiana de automóvel. As medidas, a serem definidas até o fim do mês, terão como
objetivo "melhorar o plano de reestruturação atual, mantendo os centros de
produção". Oitenta por cento do capital da Fiat pertence à família Agnelli e o
restante à americana General Motors. (Agências internacionais)
(© O Estado de S. Paulo)