A intensa, dramática e heróica
trajetória de Giuseppe Garibaldi já foi cantada e
narrada em verso, prosa e textos fundamentados em
diferentes enfoques. Capaz de provocar admiração e
respeito, ainda em vida, muito além dos limites dos
territórios que percorreu, o conhecido herói de dois
mundos parece, no entanto, uma fonte inesgotável
para os historiadores e escritores. Uma prova disso
é a obra do inglês Daniel Pick, recentemente
lançada no Brasil.Com o título Roma ou Morte (do
original ‘Roma o morte’ - Garibaldi, Nationalism and
the Problem of Psycho-biography), a obra enfoca
caminhos ainda pouco explorados. Primeiramente, ao
relacionar a história de Roma a várias fases da vida
de Garibaldi e, além disso, ao propor uma leitura
psicanalítica das ações do popular herói da
reunificação italiana.
Um dos fulcros principais do livro é o que se
transformou em uma verdadeira obsessão para
Garibaldi: cinco anos depois da Itália ter se
reunificado, passando à condição de Estado nacional,
Garibaldi deixou o seu retiro, a ilha Caprera, no
Mediterrâneo, para voltar à sua amada Roma e propor,
ao rei Vittorio Emanuele II, um projeto
revolucionário que simplesmente visava mudar o
curso do rio Tibre, considerado a alma da cidade,
desde a sua fundação.
A idéia não era um mero capricho urbanístico,
embora, caso fosse efetivada, implicaria em uma
profunda alteração da paisagem da cidade eterna.
Afinal, Garibaldi queria desviar o curso do rio do
seu leito natural, para que atingisse o mar Tirreno
por um caminho mais curto. O novo traçado seria
serpenteado por grandes bulevares, a exemplo das
avenidas de Paris.
Mas a preocupação de Garibaldi ia muito além da
estética. Ocorre que o herói queria livrar a capital
italiana de um problema terrível: as enchentes que
ocorriam nos finais de ano. Afora os transtornos de
toda a ordem provocados pelas inundações – o rio
chegava a subir 17 metros acima do seu nível normal
– o pior vinha depois, quando as águas baixavam. As
margens do rio transformavam-se em verdadeiros
lodaçais, verdadeiros e férteis criatórios de
mosquitos, que transmitiam doenças, inclusive a
malária.
O objetivo do autor é chamar a atenção para as
possibilidades, e incertezas, das explicações
históricas, particularmente no que diz respeito à
interpretação das motivações de Garibaldi. Segundo
ele, por meio desse episódio histórico podemos
discernir as motivações do general, a sua ligação
apaixonada com Roma, a natureza do mito que
envolviam tanto o homem quanto a cidade.
Para Garibaldi, subjacente à doentia condição do
rio, havia interesses nem tão ocultos: a corrupção e
atuação política da Igreja. Na verdade, existia até
mesmo, naquela época, uma percepção de uma
estratégia maligna para manter o problema.
Ao escolher o grito de guerra bradado por
Garibaldi – Roma ou morte -como título do livro, o
autor destaca que tanto Roma quanto a morte
estiveram sempre presentes na vida do herói.
Sobre o livro
TÍTULO: ROMA OU MORTE
TÍTULO ORIGINAL: ROME OR DEATH
ISBN: 9788501077028
Editora: Record
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 15,5 x 23 | 276
págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2005
ANO EDIÇÃO: 2009
AUTOR: Daniel Pick
TRADUTOR: Renato Aguiar
Atualização em 03.08.2009:
Livro
presta homenagem aos 160 anos da morte de Anita Garibaldi
O Instituto Memória Editora e o Instituto Anita
Garibaldi promovem o lançamento do livro "A Mulher na
Guerra dos Farrapos", da pesquisadora Elma Sant'Ana, em
homenagem aos 160 anos da morte de Anita Garibaldi. O
evento será realizado no dia 4 de agosto, às 18h, no
Solar dos Câmara, na Assembléia Legislativa do Estado do
RS, em Porto Alegre.
Leia, a seguir, um trecho escrito pela autora da
obra.
Falamos muito da coragem do homem do Rio Grande do
Sul, mas está na hora de destacarmos a coragem da nossa
mulher que raramente despia o luto. No tempo dos
Farroupilhas, a favor ou contra os farrapos, todas
lutaram nesta geurra: desde as que estavam mais próximas
- as chinas - , às mais distantes - as estanceiras. E há
mulheres que inspiraram o amor de um homem e uma
revolução: Seu nome é Ana Maria de Jesus Ribeiro, a
catarinense, filha de paranaense, transformada em Anita
por Giuseppe Garibaldi. É reverenciada no Brasil e na
Itália.
"A Heroína de dois Mundos" terá seu ingresso no
Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, no dia 4
de agosto de 2009, por ocasião do aniversário de 160
anos da morte desta catarinense que lutou gloriosamente
na América pela causa da liberdade, ombreando lado a
lado com os homens gaúchos, na Guerra dos Farrapos.
E como Domingos José de Almeida, grande líder
farroupilha diria mais tarde: "As senhoras
rio-grandenses aos seus compatriotas excedem muito, em
virtudes morais e cívicas."
Este livro pretende resgatar a história destas
mulheres, fazendo justiça!
Elma Sant'Ana
Presidente do Instituto Anita Garibaldi
institutoanita@hotmail.com
(©
Oriundi)