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Roma ou Morte: a obsessão de Garibaldi

20/07/2009

Imagem: Gustavo Sacerdote, La Vita di Giuseppe Garibaldi

Garibaldi desenvolveu uma verdadeira obsessão ao final da vida: livrar Roma das enchentes e, por decorrência, das doenças
 

A intensa, dramática e heróica trajetória de Giuseppe Garibaldi já foi cantada e narrada em verso, prosa e textos fundamentados em diferentes enfoques. Capaz de provocar admiração e respeito, ainda em vida,  muito além dos limites dos territórios que percorreu, o conhecido herói de dois mundos parece, no entanto, uma fonte inesgotável para os historiadores e escritores. Uma prova disso é a obra do inglês  Daniel Pick, recentemente lançada no Brasil.

Com o título Roma ou Morte  (do original ‘Roma o morte’ - Garibaldi, Nationalism and the Problem of Psycho-biography), a obra enfoca caminhos ainda pouco explorados. Primeiramente, ao relacionar a história de Roma a várias fases da vida de Garibaldi e, além disso, ao propor uma leitura psicanalítica das ações do popular herói da reunificação italiana.

Um dos fulcros principais do livro é o que se transformou em uma verdadeira obsessão para Garibaldi: cinco anos depois da Itália ter se reunificado, passando à condição de Estado nacional, Garibaldi deixou  o seu retiro, a ilha Caprera, no Mediterrâneo, para voltar à sua amada Roma e propor, ao rei Vittorio Emanuele II, um projeto revolucionário  que simplesmente visava mudar o curso do rio Tibre, considerado a alma da cidade, desde a sua fundação.

A idéia não era um mero capricho urbanístico, embora, caso fosse efetivada, implicaria em uma profunda alteração da paisagem da cidade eterna. Afinal, Garibaldi queria desviar o curso do rio do seu leito natural, para que atingisse o mar Tirreno por um caminho mais curto. O novo traçado seria serpenteado por grandes bulevares, a exemplo das avenidas de Paris.

Mas a preocupação de Garibaldi ia muito além da estética. Ocorre que o herói queria livrar a capital italiana de um problema terrível: as enchentes que ocorriam nos finais de ano. Afora os transtornos de toda a ordem provocados pelas inundações – o rio chegava a subir 17 metros acima do seu nível normal – o pior vinha depois, quando as águas baixavam. As margens do rio transformavam-se em verdadeiros lodaçais, verdadeiros e férteis criatórios de mosquitos, que transmitiam doenças, inclusive a malária.  

O objetivo do autor é chamar a atenção para as possibilidades, e incertezas, das explicações históricas, particularmente no que diz respeito à interpretação das motivações de Garibaldi. Segundo ele, por meio desse episódio histórico podemos  discernir as motivações do general, a sua ligação apaixonada com Roma, a natureza do mito que envolviam tanto o homem quanto a cidade.

Para Garibaldi, subjacente à doentia condição do rio, havia interesses nem tão ocultos: a corrupção e atuação política da Igreja. Na verdade, existia até mesmo, naquela época, uma percepção de uma estratégia maligna para manter o problema.

Ao escolher o grito de guerra bradado por Garibaldi – Roma ou morte -como título do livro, o autor destaca que tanto Roma quanto a morte estiveram sempre presentes na vida do herói.

Sobre o livro

TÍTULO: ROMA OU MORTE
TÍTULO ORIGINAL: ROME OR DEATH
ISBN: 9788501077028
Editora: Record
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura  | Formato: 15,5 x 23  | 276 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2005
ANO EDIÇÃO: 2009
AUTOR: Daniel Pick
TRADUTOR: Renato Aguiar

(© Oriundi)


 

Atualização em 03.08.2009:

Livro presta homenagem aos 160 anos da morte de Anita Garibaldi

O Instituto Memória Editora e o Instituto Anita Garibaldi promovem o lançamento do livro "A Mulher na Guerra dos Farrapos", da pesquisadora Elma Sant'Ana, em homenagem aos 160 anos da morte de Anita Garibaldi. O evento será realizado no dia 4 de agosto, às 18h, no Solar dos Câmara, na Assembléia Legislativa do Estado do RS, em Porto Alegre.

Leia, a seguir, um trecho escrito pela autora da obra.

Falamos muito da coragem do homem do Rio Grande do Sul, mas está na hora de destacarmos a coragem da nossa mulher que raramente despia o luto. No tempo dos Farroupilhas, a favor ou contra os farrapos, todas lutaram nesta geurra: desde as que estavam mais próximas - as chinas - , às mais distantes - as estanceiras. E há mulheres que inspiraram o amor de um homem e uma revolução: Seu nome é Ana Maria de Jesus Ribeiro, a catarinense, filha de paranaense, transformada em Anita por Giuseppe Garibaldi. É reverenciada no Brasil e na Itália.

"A Heroína de dois Mundos" terá seu ingresso no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, no dia 4 de agosto de 2009, por ocasião do aniversário de 160 anos da morte desta catarinense que lutou gloriosamente na América pela causa da liberdade, ombreando lado a lado com os homens gaúchos, na Guerra dos Farrapos.

E como Domingos José de Almeida, grande líder farroupilha diria mais tarde: "As senhoras rio-grandenses aos seus compatriotas excedem muito, em virtudes morais e cívicas."

Este livro pretende resgatar a história destas mulheres, fazendo justiça!

Elma Sant'Ana
Presidente do Instituto Anita Garibaldi
institutoanita@hotmail.com

(© Oriundi)
 

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