Novo filme dos irmãos Coen abre mostra, um
dos mais importantes termômetros do Oscar.
Brasil participa com filme de Zé do Caixão e “A
erva do mato”, com Selton Mello e Negrini.
Carla Meneghini
Começa nesta quarta-feira (27) a 65ª
edição do Festival de Veneza, um dos eventos
mais importantes do calendário do cinema
mundial, que serve como plataforma de
lançamento para a temporada do Oscar.
Sendo assim, nada mais apropriado que
abrir a festa com o filme
“Burn after reading”, dirigido pelos
irmãos Ethan e Joel Coen, ganhadores da
última premiação da Academia por “Onde os
fracos não têm vez”. O novo trabalho da
dupla é uma comédia de humor negro estrelada
por Brad Pitt, George Clooney e John
Malkovitch, que confirmaram presença no
evento italiano.
Mas isso é só o começo, já que a mostra,
a mais antiga do mundo, traz 21
longas-metragens inéditos na disputa pelo
Leão de Ouro, prêmio máximo do festival,
além de outros tantos lançamentos fora de
competição.
Entre os candidatos ao Leão de Ouro estão o
americano Darren Aronofsky, o japonês Hayao
Miyasaki, de “A viagem de Chihiro”, e o
mexicano Guillermo Arriaga, roteirista de
“Amores brutos” e “Babel”, que agora estréia
como diretor.
Também participam do evento, que acontece
até dia 6 de setembro, longas de veteranos
como Takeshi Kitano e Barbet Schroeder.
Mostra
competitiva
Destaque da mostra, Arriaga apresenta
“The burning plain”, estrelado por Charlize
Theron e Kim Basinger, que narra quatro
histórias entrelaçadas de tragédias
familiares. Ainda
entre os filmes americanos na
competição, está "Rachel getting married",
dirigido pelo premiado com o Oscar Jonathan
Demme e estrelando Anne Hathaway.
Também há o drama “The wrestler”, de
Aronofsky, com Mickey Rourke, Marisa Tomei e
Evan Rachel Wood, que conta a trajetória de
um lutador aposentado em busca de uma
retomada.
Já Kathryn Bigelow dirige o drama sobre o
Iraque "The hurt locker", um ano depois de
"Redacted", de Brian de Palma, chocar o
público de Veneza com sua reconstrução
brutal de fatos reais da guerra.
Entre os três concorrentes japoneses há o
vencedor do Oscar Hayao Miyasaki, que mostra
mais uma animação, “Ponyo by cliff on the
sea”. Com uma história de amizade entre um
menino e uma sereia, a produção já lidera as
bilheterias no Japão com US$ 90 milhões
acumulados. Outra animação japonesa
em competição é "The Sky Crawlers", de
Mamoru Oshii.
Brasil em
Veneza
O Brasil não tem representante
concorrendo ao prêmio principal, mas fará
presença por meio de várias atrações, como
“Encarnação do demônio”, de José Mojica
Marins, "A erva do rato", de Julio
Bressane e Rosa Dias, "Plastic city", de Yu
Lik-wai, co-produção Brasil-China-Japão,
"Puisque nous sommes nés", de Jean-Pierre
Duret e Andréa Santana, co-produção com a
França, e "Do visível ao invisível", curta
co-produzido com o português Manoel de
Oliveira.
O cineasta cult José Mojica Marins, o Zé
do Caixão, vai apresentar na mostra
Horizontes, fora de competição, seu mais
novo longa, que fecha a trilogia de terror
nacional.
"A erva do rato", de Bressane , é uma
adaptação de dois contos de Machado de Assis
e tem apenas dois personagens, interpretados
por Selton Mello e Alessandra Negrini.
Homenagens
A 65ª edição do evento, cujo júri é
presidido por Wim Wenders, fará homenagem ao
cineasta egípcio Youssef Chahine, morto
recentemente, e dará um Leão de Ouro ao
diretor italiano Ermanno Olmi, de 76 anos,
pelo conjunto da obra.
Outros destaques do festival incluem a
estréia da atriz Natalie Portman como
diretora, que abre a mostra de
curtas-metragens, e um programa dedicado ao
veterano Manoel de Oliveira, que
completa cem anos de idade em 2008.
Confira
abaixo a lista completa dos filmes em
competição:
- "The wrestler", de Darren Aronofsky (EUA)
- "The burning plain", de Guillermo Arriaga
(EUA) - "Il papa di Giovanna", de Pupi Avati
(Itália) - "BirdWatchers", de Marco Bechis (Itália)
- "L'autre", de Patrick Mario Bernard e
Pierre Trividic (França) - "Hurt locker", de Kathryn Bigelow (EUA) - "Il seme della discordia", de Pappi
Corsicato (Itália) - "Rachel getting married", de Jonathan
Demme (EUA) - "Teza", de Haile Gerima
(Etiópia/Alemanha/França) - "Paper soldier", de Aleksey German Jr.
(Rússia) - "Süt", de Semith Kaplanoglu
(Turquia/França/Alemanha) - "Achilles and the tortoise", de Takeshi
Kitano (Japão) - "Ponyo by cliff on the sea", de Hayao
Miyazaki (Japão) - "Vegas: based on a true story", de Amir
Naderi (EUA) - "The sky crawlers", de Oshii Mamoru
(Japão) - "Un giorno perfetto", de Ferzan Ozpetek
(Itália) - "Jerichow", de Christian Petzold
(Alemanha) - "Inju, la bête dans l'ombre", de Barbet
Schroeder (França) - "Nuit de chien", de Werner Schroeter
(França/Alemanha/Portugal) - "Inland", de Tariq Teguia (Argélia/França)
- "Plastic city", de Yu Lik-wai
(Brasil/China/Japão)
(© G1)
Alessandra Negrini e Selton Mello
em "A erva do rato", de Júlio Bressane
A 65ª Mostra de Cinema de Veneza, que começa nesta
quarta-feira, dia 27, e vai até 6 setembro, apresentará os novos
filmes dos irmãos Coen, de Takeshi Kitano e de Hayao Miyasaki, e
homenageará o cineasta egípcio Youssef Chahine, que morreu no fim de
julho, de acordo com os organizadores do evento.
O Brasil não tem representante concorrendo ao prêmio principal,
mas fará presença por meio de várias atrações, como "Plastic city",
de Yu Lik-wai, co-produção Brasil-China-Japão; "A erva do rato", de
Julio Bressane e Rosa Dias, que será apresentado na Seção
Horizontes; "Puisque nous sommes nés", de Jean-Pierre Duret e Andréa
Santana, co-produção com a França e que será exibida na Horizontes
Documentários; e "Do visível ao invisível", curta co-produzido com o
mestre português Manoel de Oliveira.
O cineasta cult José Mojica Marins, o Zé do Caixão, também vai
apresentar seu mais novo longa, "Encarnação do demônio", na mostra
fora de competição.
Os japoneses Takeshi Kitano, com "Akires to kame" ("Achilles and
the tortoise"), e Hayao Miyasaki, com "Gake no ue Ponuyo" ("Ponyo by
cliff on the sea"), vão disputar o Leão de Ouro junto com o francês
Barbet Schroeder ("Inju, la bête dans l'ombre") e o americano Darren
Aronofsky ("The wrestler").
O mais antigo festival de cinema do mundo será inaugurado com o
trabalho dos irmãos Joel e Ethan Coen, "Burn after reading",
estrelado por George Clooney, John Malkovitch, Brad Pitt e Tilda
Swinton. O filme, apresentado fora de competição, terá sua estréia
mundial na ocasião, o que acontecerá, aliás, com a maioria das
obras.
Na véspera, os galãs hollywoodianos participarão de uma jantar
beneficente organizado na ilha de Giudecca para arrecadar fundos
para a população de Darfur.
Além do tradicional desfile de estrelas, que será menos chamativo
este ano, o festival propõe a mesma receita, bem-sucedida no
passado, com a programação nas diferentes seções de cinema de autor,
radical, comprometido e independente, oriundo de vários continentes
- dos EUA e Europa até África, Ásia e América Latina.
O programa inclui, nas duas seções mais importantes, 41 filmes,
dos quais 21 na disputa oficial pelo Leão de Ouro e 20, entre eles
sete documentários, na Horizontes, tradicionalmente a mais
inovadora.
O júri será presidido pelo cineasta alemão Wim Wenders e, entre
os jurados, estão a atriz italiana Valeria Golino, a cineasta
argentina Lucrecia Martel e o diretor chinês Johnnie To.
O Festival também dará um Leão ao mestre italiano Ermanno Olmi,
de 76 anos, que começou a produzir nos anos 1960.
(©
AFP)
Hollywood terá papel coadjuvante no Festival de Veneza
Reuters
LONDRES - O Festival de Cinema de Veneza começa nesta quarta-feira com os astros de Hollywood George Clooney e Brad Pitt percorrendo o tapete vermelho para divulgar o ansiosamente aguardado "Queime depois de ler", dos irmãos Coen. A partir desse momento, porém, Hollywood ficará em segundo plano em Veneza.
A Ásia pode ganhar o Leão de Ouro de melhor filme pelo quarto ano consecutivo, já que três trabalhos japoneses integram a mostra competitiva, incluindo "Ponyo on the cliff by the sea", do diretor de animação Hayao Miyazaki, que já domina as bilheterias em seu país.
A Itália tem quatro filmes entre os 21 que vão disputar os prêmios do mais antigo festival de cinema do mundo, que, além de seu prestígio próprio, serve como plataforma de lançamento para a temporada do Oscar.
"Queime antes de ler" não faz parte da competição oficial, mas as reações ao filme em Veneza vão indicar se Joel e Ethan Coen têm chances de repetir seu sucesso de 2008, quando "Onde os Fracos Não Têm Vez" recebeu quatro Oscar, incluindo os de melhor filme e direção.
A comédia de humor negro acompanha dois funcionários de uma academia de ginástica que tentam vender um CD contendo as memórias de um ex-analista da CIA. Mas os acontecimentos fogem do controle deles e dos outros personagens.
Os filmes americanos na competição incluem "Rachel getting married", dirigido pelo premiado com o Oscar Jonathan Demme e estrelando Anne Hathaway e a três vezes indicada ao Oscar Debra Winger.
Kathryn Bigelow dirige o drama sobre o Iraque "The hurt locker", um ano depois de "Redacted", de Brian de Palma, chocar o público de Veneza com sua reconstrução brutal de fatos reais da guerra.
Mickey Rourke será visto em "The wrestler", de Darren Aronofsky, e o aclamado roteirista mexicano Guillermo Arriaga faz sua estréia na direção com "The burning plain", estrelado pelas premiadas com o Oscar Charlize Theron e Kim Basinger.
Animação japonesa
O diretor do festival, Marco Mueller, disse que a presença menor de Hollywood este ano se deve em parte às perturbações decorrentes da greve dos roteiristas, que terminou em fevereiro e durou 14 semanas.
Hayao Miyazaki lidera os três filmes japoneses da mostra competitiva, dois dos quais são animações.
O diretor do premiado com o Oscar "A viagem de Chihiro" leva a Veneza "Ponyo on the cliff by the sea", que já se tornou um dos maiores sucessos do mercado japonês, vendendo mais de 90 milhões de dólares em ingressos em seu primeiro mês em cartaz.
Outra animação japonesa em Veneza será "The sky crawlers", de Mamoru Oshii, enquanto Takeshi Kitano, que recebeu o Leão de Ouro em 1997, vai apresentar "Achilles and the tortoise".
Outros destaques do festival incluem os veteranos cineastas Manoel de Oliveira, que completa 100 anos de idade este ano, e Mario Monicelli, que vai apresentar dois curtas no festival, que se encerra em 6 de setembro.
Também fora da competição, Matt Tyrnauer vai exibir seu documentário sobre o estilista italiano Valentino, "Valentino: The last emperor", enquanto Emmanuelle Beart será vista no terror "Vinyan", de Fabrice Du Welz.
(©
O Globo) |