da BBC
Ao lado de discotecas e bares da orla marítima italiana, um grupo de
católicos resolveu instalar uma estrutura desmontável de plástico, com 30
metros por 15, para divulgar a fé cristã aos jovens que freqüentam a noite.
Conhecido por usar métodos de evangelização diferentes para atrair fiéis,
como pregar em postos de gasolina nas estradas, discotecas ou bares, o padre
Andréa Brugnoli, fundador de uma associação de jovens católicos chamada
"Sentinelas do Amanhecer", resolveu disputar a atenção de moças e rapazes
que freqüentam a vida noturna do verão italiano com uma "igreja inflável",
onde eles poderão se aproximar do cristianismo.
"Nem sempre há uma igreja perto dos locais de diversão para acolher os
jovens que durante a noite estão em busca de Deus, assim decidimos investir
nesta estrutura inflável", disse Brugnoli.
A "igreja" pode ser montada em poucos minutos, não tem teto e as cores
são preto e cor-de-rosa. Nela, sacerdotes e jovens da associação --fundada
em 2000 com a benção do papa João Paulo 2°-- vão receber quem estiver
interessado.
"É um espaço de oração, silêncio e escuta dos jovens, em lugares muito
freqüentados nas noites de verão, como as praias com seus bares na areia.
Criamos simplesmente ocasiões de diálogo sobre a fé em Deus e os problemas
ligados a ela", disse o religioso à BBC Brasil.
Eucaristia e música
Segundo a descrição de padre Brugnoli, a "igreja inflável" é uma grande
sala com um espaço para o cálice da Eucaristia e outro para uma banda que
toca músicas religiosas ao vivo "para ajudar a criar um ambiente de oração".
"É necessário um pouco de intimidade para falar de coisas um pouco mais
sérias. Queremos criar um espaço diferente, onde o jovem não se sinta
observado e possa se expressar livremente sem se envergonhar diante dos
outros. Entrando nesse globo, eles são mais sinceros", afirmou o padre
Brugnoli.
A evangelização dos "Sentinelas do Amanhecer" chama-se "Uma Luz na
Noite". Eles saem, de dois em dois, a procura de outros jovens que estejam
interessados em ter um contato com a fé cristã. Desde 2002, esta operação
foi realizada mais de 300 vezes, em cerca de 50 cidades italianas.
Durante o inverno, a operação é feita em bares, praças e discotecas, e os
jovens são levados para as igrejas próximas. "No verão, preferimos ir às
praias, sob as estrelas, de frente para o mar, que é muito bonito", explicou
o religioso.
Antes de comprar a "igreja inflável", eles chegaram a montar um espaço,
com material de construção, na praia de Bibione, perto de Veneza. Mas era
muito pesado e perigoso, por isso procuraram uma estrutura alternativa e
mais fácil de montar.
Segundo padre Brugnoli, no ano passado, só na praia de Bibione, em três
horas de atividade noturna contataram mais de mil jovens.
"A sede de Deus nos jovens de hoje é muito grande, mas eles não têm
lugares onde expressá-la e se confrontar. Ao invés de esperar que venham a
igreja, jovens como eles vão a seu encontro e isso ajuda muito a se abrir.
Jesus não esperava as pessoas em sua casa, ia até elas, queremos fazer a
mesma coisa", afirmou o padre Brugnoli.
Polêmica
A iniciativa recebeu críticas em blogs e sites católicos italianos, onde
alguns fiéis disseram não concordar com a informalidade do projeto.
"Os banhistas que desejam ir à missa, vistam-se como fiéis e procurem a
igreja mais próxima", sugeriu um comentário no site da diocese de Cagliari,
na Sardenha.
"Passar de uma arca toda de ouro, com querubins e tabernáculos, para um
plástico inflável onde guardar a eucaristia, o mistério dos mistérios, é
vulgar", disse outro comentário.
No entanto, as críticas não preocupam padre Brugnoli que fez questão de
esclarecer que não se trata de uma igreja de verdade, porque não serão
rezadas missas no local.
"As críticas são de poucos tradicionalistas que não estão bem informados
sobre o que estamos fazendo. Esse espaço foi definido como "igreja
inflável", parecendo até uma brincadeira. Para nós é um espaço sacro na
praia, onde não fazemos missas, não é correto defini-lo como igreja
inflável", disse.
O padre explicou que lá dentro será apenas realizada a adoração da
Eucaristia, a exposição no altar do cálice da comunhão.
"Acompanhamos cada jovem a ajoelhar diante da presença real de Jesus e
expressar uma oração, ajudando-os a redescobrir aquela fé que muitos tem,
ainda que estejam distantes da igreja".
A inauguração devia ter sido na semana passada, na Sardenha, mas foi
adiada por causa de um vento forte que dificultou a operação e obrigou os
organizadores a desmontarem a estrutura.
Agora, a estrutura vai ser levada para outras praias italianas. A nova
data de inauguração está marcada para dia 9, em Campomarino na região de
Molise (sul da Itália). Depois, a "igreja inflável" será levada para as
praias de Bibione e Ravena.
(©
Estadão)
Messe volanti sulle spiagge, prima esperienza a Cagliari.
Ma non tutti sono d'accordo e sul sito della diocesi fioccano le proteste
Addio oro e travertino:
Ecco la chiesa gonfiabile
La costruzione di
una chiesa sulla
spiaggia di Bibione
nell'estate dello
scorso anno
dal nostro inviato JENNER MELETTI
CAGLIARI - Sono emozionate, le Sentinelle del mattino. «Ragazzi, è
bellissima. L'abbiamo appena ritirata dalla ditta che ce l'ha costruita. È un
capolavoro». Sono emozionate, queste Sentinelle (chiamate così da papa Wojtyla
che disse loro: «Giovani, voi stessi siate gli apostoli degli altri giovani»).
Sulla spiaggia del Poetto a Cagliari stanno per montare la prima chiesa
gonfiabile poggiata sul suolo italiano. Lunga trenta metri, larga quindici,
colori nero e fucsia che non ricordano certo le cattedrali romaniche. È completa
di altare, abside, confessionali. Cinque compressori, in cinque minuti,
permetteranno di "costruire" una chiesa che nei secoli passati richiedeva
decenni, se non secoli, di lavoro.
Una domanda è d'obbligo. Era proprio necessaria? "Ci serviva - risponde don
Andrea Brugnoli, il prete delle Sentinelle, da anni impegnato a evangelizzare in
luoghi insoliti come gli autogrill, le spiagge, le discoteche - un luogo sacro
dove poter accogliere i giovani che la notte sono alla ricerca di Dio. Non
sempre c'è una chiesa, accanto ai luoghi del divertimento e della movida. E
allora abbiamo fatto questo investimento, con la chiesa gonfiabile. Ci costa
tanto, decine di migliaia di euro, perché è stata progettata e costruita
esclusivamente per noi. Ma non sarà usata solo in Sardegna: dopo Cagliari,
andremo su altre spiagge: a Campomarino di Tremoli, a Bibione, a Ravenna. Sì, lo
so che c'è qualche polemica. Qualcuno ha detto che dopo la chiesa gonfiabile
arriveranno anche i cristiani gonfiabili, ma noi questa scelta l'abbiamo fatta
con serenità. L'abbiamo deciso l'anno scorso, a Bibione. Anche là, durante
l'opera di evangelizzazione, non c'era una chiesa vicina e allora l'abbiamo
costruita, con i tubi in ferro, legno, teli. È stata una vera fatica ma in una
sola sera in quella chiesa improvvisata sono entrati più di mille giovani".
Ancor prima che la chiesa sia gonfiata, c'è già chi parla di degrado della
liturgia. Nello stesso sito ufficiale della diocesi di Cagliari - il cui
arcivescovo, Giuseppe Mani, ha chiamato le Sentinelle - c'è chi si scatena
contro questa cattedrale di plastica. "Terribilis est locus iste: hic domus Dei
est, et porta caeli". Il fedele che si firma L. J. C. ricorda "l'introito della
S. Messa per la dedicazione di una chiesa". "Terribile, o importante, è questo
luogo. Questa è la casa di Dio e la porta dei cieli...Queste parole ci spiegano
cosa si debba intendere per chiesa. Oggi invece si propone questa chiesa
gonfiabile, piazzata in mezzo a ombrelloni, materassini e annesse nudità
varie... Se i bagnanti vogliono andare a messa, si vestano da fedeli e vadano
nella chiesa più vicina che spesso - è anche il caso della spiaggia del Poetto -
non dista certo centinaia di chilometri". A L. J. C. fa eco, "con fraternità",
Caterina. "Passare dall'Arca tutta d'oro, con cherubini e tabernacolo, a una
plastica gonfiabile dove tenere l'Eucarestia, il mistero dei misteri, lo trovo
veramente squallido".
Il sacerdote delle Sentinelle non si scompone. "La messa - dice -non è prevista,
l'adorazione del Santissimo sì. La nostra chiesa sarà aperta dalle 23 alle 3
della notte e come tetto avrà la luna e le stelle. Non c'è copertura, infatti,
nel nostro luogo sacro. Noi crediamo di avere fatto una cosa bella che speriamo
sia gradita al Signore, il quale merita sempre il meglio". Per "favorire
l'incontro fra Gesù e i giovani" le Sentinelle della notte le hanno provate
tutte. Hanno celebrato messe negli autogrill, hanno costruito cappelle per
l'Adorazione sulle spiagge e nei viali della movida. "Per fortuna - dice don
Brugnoli - nella fede non c'è il copyright". E allora dagli Anglicani ha preso
l'idea degli "inviti a cena con Gesù", dove si mangia gratis e alla fine c'è un
prete che parla di Cristo, del diavolo, del peccato e della conversione. "Le
parole più importanti Gesù le ha pronunciate a tavola", sottolinea.
Dall'Inghilterra arriva anche l'idea della chiesa gonfiabile. Oltre la Manica è
ormai una moda, per chi ad esempio non vuole costringere gli invitati a un
matrimonio a spostarsi dalla chiesa al luogo del ricevimento. Si affitta la
chiesa, si monta sul prato della villa, chiama un sacerdote. Ci sono anche
tariffe precise: per un giorno, 3 mila euro. Per 2 giorni, 4.200. Per un
weekend, 7.850 euro. Ma là - e anche in Spagna - i "gonfiabili" sono diventati
quasi una mania. Ci sono non solo le chiese, ma anche le discoteche, i night
club, le sale da gioco. In pochi minuti, in occasione di feste o sagre, si può
allestire un mezzo paese.
Per ora, in Italia, è arrivata la prima chiesa. Chi rimpiange le pietre e i
marmi, durante la preghiera avrà comunque una chance. Non ci sono tegole, nella
chiesa di plastica, nemmeno finte. Guardando in alto, si potranno ammirare le
stelle.
(©
La Repubblica)
Veja o vídeo da notícia (BBC)
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