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Aberto o Gabinete de Curiosidades de Domenico Vandelli, o pai da ciência brasileira

15/07/2008

O Gabinete de Curiosidades do italiano Domenico Vandelli, considerado o pai da ciência brasileira, inaugura o Museu do Meio Ambiente no Rio de Janeiro
 

O pai da ciência brasileira foi um italiano. Embora pouco mencionado e lembrado, inclusive nas emendas das disciplinas da área, esse fato é incontestável, como fica demonstrado na Exposição O Gabinete de Curiosidades de Domenico Vandelli, aberta para marcar a inauguração do Museu do Meio Ambiente, como parte das comemorações do bicentenário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, aliás,  idealizado e projetado pelo cientista nascido em  Padova em 8 de Julho de 1735. E isso mesmo sem nunca ter pisado em terras brasileiras.

Esse, pode-se dizer, é apenas um detalhe de uma história fascinante que, agora, começa a ter o merecido destaque, muito por conta das comemorações do Bicentenário da chegada da corte portuguesa ao Brasil e da fundação do Jardim Botânico do Rio,  em 1708, pelo monarca D. João.

Para além do projeto que resultou no Jardim Botânico, dos estudos que estimulou e desenvolveu para o conhecimento do império português, tendo em vista o seu aproveitamento econômico (exemplo disso são as Memórias sobre as minas de Ouro e Diamante do Brasil), a influência de Vandelli no Brasil também pode ser identificada pelo fato singelo  de ter sido o professor de personalidades que tiveram um papel fundamental para o país. Entre eles, José Bonifácio, nome imbricado com o movimento da Independência, e Hipólito José da Costa, o fundador do Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro. Isso sem falar em Alexandre Rodrigues Ferreira, o pioneiro na identificação da biodiversidade da Amazônia.

Em agosto, um livro será lançado com o mesmo nome da exposição, onde as curiosidades de Vandelli serão mais detalhadas. Concomitante à mostra que abre o Museu do Meio Ambiente, a Editora Dantes  está promovendo o lançamento  da caixa "Coleção Gabinete de Curiosidades", com oito livros e 16 cartazes com trabalhos de Vandelli. O material vem sendo levantado desde 1999. Da coleção, fazem parte cinco obras de naturalistas e interessados na área que nasceram no Brasil no século XVIII. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) financiou a pesquisa para a digitalização  do acervo de Vandelli,   reunindo trabalhos que estavam no Brasil, em Portugal e até na França.

Vandelli


 
Primeiros levantamentos sistematizados da natureza brasileira surgiram a partir da iniciativa de Vandelli. Imagem: Univ,Coimbra

Vandelli  estudou na Universidade de Padova, onde obteve o seu doutoramento em Medicina com a tese intitulada Dissertationes tres: de Aponi thermis, de nonnullis insectis terrestribus et zoophytis marinis, et de vermium terrae reproductione atque taenia canis. Em 1761 iniciou uma prolongada correspondência com Carl von Linnaeus  (1707-1778), criador do sistema de classificação das espécies,  com uma carta sobre as holotúrias. Tornaram-se amigos e Linné  dedicou-lhe,  em 1767,  o gênero Vandellia, da família das Scrophulariaceae.

Professor no Real Colégio dos Nobres, cedo se distinguiu na preparação e execução da reforma iluminista dos Estudos da Universidade de Coimbra. Lecionou química e história natural, fundou o Laboratório Químico e o Gabinete de História Natural, e  colaborou ativamente na criação do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.
Envolveu-se na criação da Academia Real das Ciências de Lisboa, onde se destacou na série de Memórias Econômicas da Academia das Ciências de Lisboa, obra pioneira que, conjuntamente com as Memórias sobre as minas de Ouro e Diamante do Brasil, viria a desenvolver em prol do conhecimento dos recursos naturais do território português e do seu império.  Vandelli morreu em Lisboa em 27 de junho de 1816.

(© Oriundi)

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