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Estado foi conferir em Roma a finalização de Estômago, primeira co-produção Brasil-Itália, que faz estréia mundial no Festival do Rio

Flávia Guerra, ROMA

Tarde abafada de verão em Roma. Em pleno Ferragosto (feriado em que a Itália praticamente pára), três brasileiros, em vez de cumprirem a agenda de todo turista, preferem se enfurnar em uma sala escura de edição no subúrbio da cidade eterna e lá passar horas a fio, cuidando dos retoques finais de um projeto autenticamente mezzo brasileiro, mezzo italiano: Estômago, filme dirigido por Marcos Jorge e produzido pela também brasileira Cláudia da Natividade e pelos italianos Fabrizio Donvito e Marco Cohen.

Vale esclarecer que Marcos e Cláudia (os brasileiros que se enfurnaram na sala de projeção e ainda levaram o filho Pedro, de 4 anos, como 'assistente') não são turistas na Itália há muito tempo. Eles moraram por quase dez anos no país e já conhecem bem o intrincado mercado cinematográfico italiano. Marcos dirigiu dezenas de videodocumentários para várias produtoras italianas. E foi com a faca e o queijo na mão que utilizaram o know-how adquirido para, finalmente, realizar o primeiro fruto do acordo cinematográfico de co-produção Brasil-Itália, criado em 1975 e nunca antes usado.

Trocando em miúdos, conseguiram a façanha de realizar uma co-produção (entre a brasileira Zancrane Filmes e a italiana da Indiana Films) filmada no Brasil, finalizada na Itália e que vai ficar pronta a tempo de fazer sua première mundial neste mês na mostra competitiva do Festival do Rio. Se tudo correr conforme as previsões, deve também fazer em breve sua première européia e integrar o cardápio do festival de cinema de Roma, em outubro.

O filme possui tempero nacional com pitadas da cultura européia. No elenco, tem como ingredientes principais o ator baiano João Miguel (de Cinema, Aspirinas e Urubus), o italiano Carlo Briani, o carioca Babu Santana, o argentino Jean Pierre Noher, a curitibana Fabiula Nascimento e o paulista Paulo Miklos. A equipe técnica também é mezzo brasileira, mezzo italiana e ainda conta com trilha sonora de Giovanni Venosta, músico e compositor que trabalhou com Ennio Morricone.

E o que pode ser melhor para um filme brasileiro que pisar na Europa com passe livre? Pois é o que o acordo de co-produção garante a Estômago. 'Aqui ele entra nos festivais com a vantagem de ser um filme europeu. E o apelo, digamos, gastronômico e cultural que ele tem junto à platéia italiana é grande', comenta o produtor italiano Fabrizio Donvito, que, em outra tarde do Ferragosto, mas em Milão, abriu sua agenda ao Estado para contar por que decidiu investir em uma produção latino-americana.

(© Estadão)

 

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