Inspirado no original, compacto do pós-guerra foi refeito
para vender a idéia de uma fábrica lucrativa
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A TURIM
Muito mais do que um novo carro, a Fiat quer vender emoção e a imagem de que sua
crise financeira já terminou. E o mensageiro é o 500, modelo relançado no dia 4,
exatamente 50 anos após a sua primeira versão italiana.O compacto deve ter
metade das vendas -estimadas em 120 mil unidades por ano- na Itália. Durante a
avaliação da Folha, houve quem saísse de sua Vespa para olhá-lo de perto.
Nas primeiras oito horas em que foi oferecido, recebeu 10 mil encomendas. As
primeiras entregas estavam previstas para sexta-feira, e a França deve receber o
500 em 45 dias.
Nenhum outro país tem data prevista para a sua chegada -a ida à América
Latina, assim como a produção no Brasil, está fora dos planos da Fiat.
É claro que 50 anos fizeram o carro mudar sensivelmente. Usando a arquitetura
mecânica do Panda, o 500 tem três opções de motor: uma a diesel e duas a
gasolina (1.2 e 1.4).
Se comparadas as potências, a diferença é gritante. O primeiro motor, que
tinha 569 cm3 de cilindrada, gerava 17 cv (cavalos). Uma outra versão produzida
nos anos 90 oferecia 30 cv. Hoje, com os propulsores a gasolina, gera de 69 cv a
100 cv.
Sem a necessidade de economizar tanto aço e sem a preocupação de oferecer um
carro tão barato, as dimensões também cresceram. Com 3,55 m de comprimento, o
500 de hoje é 30,1 cm mais longo que a versão do pós-guerra.
A Fiat afirma que o 500 herda a pequeneza e a acessibilidade econômica do 500
de outrora, também conhecido como Topolino, por lembrar o desenho do Mickey
Mouse.
Retrô
Tampouco se diz preocupada com o volume de vendas por querer comercializar o
momento em que vive. O Punto seguirá como o modelo mais vendido da Fiat na
Itália.
Isso justificaria lançar o 500 só agora, quando a fase retrô parece já não
estar mais no seu ápice. Ainda em produção, o Volkswagen New Beetle, o Mini
Cooper e o Chrysler PT Cruiser também se valem de suas tradições, mas foram
apresentados no fim do século passado.
O 500 perde a função de ser o modelo mais barato da Fiat. Se, quando lançado
na década de 50, custava o equivalente a 7.000, hoje teve um valor estabelecido
de 10,5 mil, chegando a 14,5 mil. O Panda é 1.000 mais em conta.
O preço do novo 500 também é superior ao de outros subcompactos como o smart
fortwo ( 9.350) e o Ford Ka, vendido na Itália por 9.000.
Focado num novo conceito de consumo -mais simples e qualitativo-, o 500 traz
de série sete airbags e, na versão 1.4, ESP (controle de estabilidade). Pode ser
configurado de 549.936 maneiras diferentes, contando possibilidades como 19
adesivos e três perfumes.
A fábrica defende ter cumprido sua promessa de bater a qualidade dos carros
japoneses. Também lembra que, usando técnicas como projeto feito em computador,
e não moldes, apresentou o carro definitivo em 19 meses, aproximando-se dos
orientais.
Para o Salão de Tóquio, em outubro, haverá uma versão esportiva Abarth para o
500. O ratinho vai correr pelo mundo.
Itália será o primeiro
produtor europeu de biocombustível, diz D´Alema
ROMA - O ministro das Relações
Exteriores italiano Massimo D'Alema declarou que a Itália será o primeiro
produtor europeu de biocombustível. O anúncio foi feito em Bruxelas, onde
D'Alema participou com o presidente brasileiro Luiz
Inácio Lula da Silva de um seminário; "Brasil e Europa: Fronteiras do Futuro".
"A Itália está na vanguarda sobre o tema dos biocombustíveis no sentido em que a
partir de um acordo preparado por mim e pelo presidente Lula em ocasião de sua
posse, a (empresa de energia italiana) ENI assinou um contrato com a Petrobrás
que fará da ENI o principal produtor europeu de biocombustíveis", afirmou o
chanceler italiano.
"Produziremos (os biocombustíveis) na África para o mercado europeu em uma
operação gigantesca, na qual a Itália está absolutamente na linha de frente",
acrescentou D'Alema.
(©
Panorama Brasil) |