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Jornalista Oriana Fallaci morre em Florença, aos 77 anos

           Ansa

Oriana Fallaci


Dona de um estilo impetuoso e inteligente, Fallaci lutou na resistência antifascista e cobriu várias guerras

ROMA - A escritora e jornalista italiana Oriana Fallaci morreu nesta noite (horário local), em um hospital na cidade de Florença, na Itália. Fallaci, de 77 anos, há vários anos sofria de câncer. Nascida em Florença, Oriana Fallaci lutou na resistência antifascista e cobriu várias guerras, do Vietnã a de Israel.

Considerada uma lenda do jornalismo europeu, Fallaci, foi definida pelo The New York Times "a correspondente que inventou o jornalismo personalista". Ela ficou conhecida do público pelo estilo impetuoso e inteligente.

Suas reportagens publicadas na Realidade, revista brasileira criada em abril de 1966, foram marcantes. "Estar viva num inferno como este é uma aventura que pode acabar a qualquer momento", definiu na reportagem "A paz está assim", publicada na Realidade de agosto de 1968.

A repórter relatava o clima da cidade de Saigon. Ela andou pelas ruas e viu uma cidade em ruínas. A população adoecia devido ao mau cheiro dos cadáveres espalhados nas ruas.

Na reportagem "Uma noite com os inimigos de Israel", publicada na Realidade de abril de 1970, Oriana relata uma visita que fez aos guerrilheiros que se preparavam para lutar contra os judeus.

Até o acampamento, viajou com dois palestinos, correndo variados riscos, mas seu medo não foi suficiente para impedi-la de entrevistá-los.

No Vietnã, o local onde Oriana se encontrava poderia ser atingido por bombardeios aéreos a qualquer momento. Mas sua garra para buscar o fato foi superior.

“Existem momentos na vida onde manter-se em silêncio é um erro, e falar uma obrigação; um dever cívico, um desafio moral, um imperativo categórico do qual não podemos escapar”, escreveu ela à época do ataque coordenado por Bin Laden às Torres Gêmeas de Nova York, no pequeno e polêmico livro "La Rabbia e L´Orgoglio" (A Raiva e o Orgulho).

Por este livro, onde declara sua profunda descrença nos países fundamentalistas convertidos ao islamismo radical, Fallaci provocou estupor, ódios e ameaças de morte. Mas também obteve a entusiasmada concordância de muitos leitores.

(© Agência Estado)


Morre aos 77 anos polêmica jornalista italiana Oriana Fallaci

Por Sophie Hardach

MILÃO (Reuters) - A jornalista Oriana Fallaci, uma das escritoras e correspondentes de guerra mais conhecidas da Itália, morreu na sexta-feira, aos 77 anos, de câncer. Ela morreu em Florença, depois de vários anos combatendo a doença, disse um funcionário do hospital.

Agressiva e provocadora até o fim, Fallaci ganhou fama por suas entrevistas audaciosas com alguns dos mais importantes líderes do século 20.

Ela discutiu com o líder palestino Yasser Arafat, fez o então secretário de Estado dos Estados Unidos Henry Kissinger se comparar a um caubói e rasgou um chador (traje islâmico tradicional) durante um encontro com o líder revolucionário iraniano aiatolá Khomeini.

"Morreu uma grande italiana e uma escritora corajosa que teve uma vida cheia de paixão, cheia de amor, com grande braveza civil", disse à Reuters Ferruccio De Bortoli, editor-chefe do jornal Sole 24 Ore.

Foi De Bortoli quem publicou um ensaio furioso de Fallaci, que depois se transformaria no polêmico "A Raiva e o Orgulho", em que ela chamava o Islã de opressor e acusa os imigrantes árabes que vivem na Europa de serem sujos e intolerantes.

Ela conclamou os europeus a defender suas culturas e seus valores em vez de apenas se adaptar às necessidades dos imigrantes.

"O livro era um grande apelo pelo orgulho de nossa identidade", disse De Bortoli, ex-editor do Corriere della Sera. "É o mais forte testemunho da reação emocional e intelectual aos ataques do 11 de Setembro".

Num livro posterior, "A Força da Razão", Fallaci escreveu que a fé islâmica "semeia o ódio no lugar do amor e a escravidão no lugar da liberdade".

Um juiz italiano chegou a ordenar que Fallaci fosse a julgamento por difamar o Islã, mas o caso não chegou aos tribunais.

A polêmica causada por seus ensaios anti-Islã não surpreendeu Fallaci, que cultivou a controvérsia em sua carreira até se tornar uma escritora reclusa e irritada em Nova York.

Ela começou a dar mostras de como era destemida ao participar da resistência antifascista italiana, ainda adolescente, e depois revelou a mesma coragem ao se tornar correspondente de guerra.

Cobriu conflitos no Vietnã, no Oriente Médio e na América Latina, numa época em que eram escassas as mulheres na frente de batalha. Levou um tiro e foi espancada durante protestos estudantis no México, em 1968.

Depois, ela fez sucesso com romances de ficção como "Um Homem", inspirado em seu caso com o grego Alexandros Panagoulis. Também publicou uma coletânea de entrevistas com personalidades como a primeira-ministra israelense Golda Meir, o xá do Irã, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi, entre outros.

Na entrevista que fez com Kissinger, Fallaci alfinetou o norte-americano até que ele admitisse que a Guerra do Vietnã era "inútil". Kissinger escreveu depois que a entrevista foi "simplesmente a conversa mais desastrosa que já tive na vida com qualquer integrante da imprensa".

Segundo o relato da própria Fallaci, ela discutiu aos gritos com Arafat e começou uma entrevista com o líder líbio Muammar Kadafi ridicularizando seu manifesto, dizendo que ele era "tão pequeno e insignificante que cabia em sua caixinha de pó-de-arroz".

Muitos adoravam seu estilo polêmico, mas houve quem a acusasse de tirar frases do contexto e de exagerá-las para apimentar uma reportagem.

O presidente Giorgio Napolitano declarou: "Com (a morte de) Oriana Fallaci, perdemos uma jornalista de fama global, uma escritora de grande sucesso, uma protagonista apaixonada de vigorosas batalhas culturais".

Os livros de Oriana Fallaci estão disponíveis em português na tradução da editora portuguesa Difel.

(© Reuters Brasil)


Messaggi di cordoglio di Napolitano e Ciampi. Volontè: "Si è spenta una sentinella dell'Occidente"

Cordoglio per la morte di Oriana Fallaci. "Una vita di coraggio e di lotta"

L'esponente musulmano Scialoja: "Dio l'accolga in pace". Le lacrime in diretta degli ascoltatori di Radio Padania

ROMA - Il coraggio, la capacità di lottare fino alla fine per quello in cui si crede. Sono queste la qualità di Oriana Fallaci che vengono esaltate nei messaggi di cordoglio che sono pervenuti alla famiglia e nei primi commenti alla morte della scrittrice.

Il cordoglio delle Istituzioni.
"Scompare con Oriana Fallaci una giornalista di fama mondiale, autrice di grandi successi editoriali, appassionata protagonista di vivaci battaglie culturali, ammirevole nella strenua lotta contro il male che l'aveva colpita" scrive in un messaggio il capo dello Stato, Giorgio Napolitano. E anche il predecessore Carlo Azeglio Ciampi definisce quella della Fallaci "una vita di coraggio che si è spenta". Messaggi di cordoglio alla famiglia sono arrivati anche dal presidente della Camera Fausto Bertinotti e da quello del Senato, Franco Marini.

Le lacrime della Lega
. "Piango la morte di un simbolo della cultura, dell'onestà intellettuale e della libertà. Piango chi, nonostante la propria malattia, ha previsto e denunciato i rischi del diffondersi del fondamentalismo islamico in mezzo a un mare di omertà e silenzio vigliacco" dice il leghista Roberto Calderoli. Parole in sintonia con le tante telefonate commosse ricevute da Radio Padania, sulle cui frequenze diversi ascoltatori hanno pianto in diretta.

Il mondo musulmano. "Dio l'accolga in pace", ha augurato alla scrittrice il consigliere della Lega Musulmana Mondiale e consigliere di amministrazione del Centro Islamico Culturale Italiano Mario Scialoja. Scialoja ha definito la Fallaci "una grande scrittrice e una grande giornalista" sostenendo però che "negli ultimi anni ha avuto una vena critica eccessiva nei confronti dell'Islam". Adel Smith, presidente dell'Unione dei musulmani d'Italia, commenta così la scomparsa della Fallaci con la quale aveva ingaggiato dure battaglie, anche giudiziarie: "Mi dispiace, non gioisco mai della morte né dei nemici, né degli amici. Mi spiace perché è morta senza redimersi".

"La morte - spiega Hamza Piccardo, il portavoce dell' Ucoii - è un mistero davanti al quale non e' lecito commento o interpretazione. Il Profeta Muhammad ci ha insegnato a non parlare dei morti perché già stanno rispondendo delle loro azioni".

Firenze in lutto.
"Voleva morire a Firenze, come lei stessa, nella sua ultima uscita pubblica, nel febbraio scorso, a New York, mi aveva confidato" rivela il presidente del Consiglio regionale toscano, Riccardo Nencini.

Le reazioni dei politici.
"Scompare una scomoda testimone dell' Occidente e dei suoi valori, uno spirito critico implacabile di fronte alle nostre troppe timidezze e pavidità" commenta Pier Ferdinando Casini.

"Anche quando non si condividevano le sue idee - ricorda il segretario diessino Piero Fassino - le si riconosceva coraggio intellettuale e sincerità umana, considerandola sempre una interlocutrice con cui discutere e confrontarsi con franchezza".

"Con Oriana Fallaci scompare una donna straordinaria, oltre che una grande giornalista, che non ha mai rinunciato alla sua libertà di pensiero, anche quando le sue parole rischiavano di apparire scomode o addirittura temerarie" afferma l'ex presidente del Consiglio, Silvio Berlusconi.

"Si poteva non essere d'accordo con lei ma certamente ha portato avanti la sua battaglia con coraggio. E sono certa che ha affrontato con coraggio anche questa ultima battaglia" dice il sindaco di Milano, Letizia Moratti. Chi invece parla di "dissenso radicale con le tesi aberranti sostenute dalla scrittrice negli ultimi anni della sua vita" è il il responsabile Esteri dei Comunisti italiani Iacopo Venier. Per il deputato fiorentino Valdo Spini (Ds), la scrittrice ha rappresentato "una delle coscienze del nostro tempo, un tempo così tormentato". Mentre il capogruppo dell'Udc alla Camera Luca Volontè, piange la scomparsa di una "sentinella dell'Occidente". "Con Oriana Fallaci ''se ne va una giornalista coraggiosa, una scrittrice libera'' scrive il sindaco di Roma, Walter Veltroni in un messaggio alla famiglia. "Sul piano delle idee e del modo di concepire la politica resta un profondo disaccordo" dice il Nobel per la Letteratura Dario Fo che ricorda le posizioni fortemente identitarie e di contrapposizione con l'Islam dell'ultima Fallaci, sottolineando di "aver sempre dichiarato ciò che pensavo di lei e del suo lavoro: ho sempre detto che aveva posizioni aggressive, antistoriche".

(© La Repubblica)


Ciao, Oriana

SAN BENEDETTO DEL TRONTO - Giornalista prima che scrittrice, è stata la personalità italiana più nota nel mondo.

di Laura Ripani


 
Oriana Fallaci in una delle rare foto, in cui mostrava il suo sorriso.


Oriana se n’è andata. La giornalista prima che la scrittrice resta un modello, un esempio per tutti e, soprattutto tutte, coloro che vogliono fare questa professione.
Aveva 77 anni. Pochi, tutto sommato. Troppi per sconfiggere l’alieno, come lo chiamava lei, quel cancro che l’ha divorata. Ma non sconfitta.

E’ morta nella sua Firenze. La città che amava e l’aveva vista, bambina, vedetta della Resistenza. Lontano dalla sua seconda patria, New York. Oggi sarebbe giusto che tutti i giornalisti andassero in redazione con il lutto al braccio. Proprio ieri un’amica avvocato mi chiedeva della sua figura, così controversa.

Il rispetto che si è guadagnata sul campo, attraversando mille guerre dell’ultimo secolo ne fanno tecnicamente, la più straordinaria interprete dei nostri tempi. Al di là del merito delle sue idee che si possono condividere o no. Resta la scrittrice italiana più nota all’estero. Mi piace ricordare due episodi della sua vita. Quando si strappò il chador durante l’intervista al leader religioso irianano, Komeini per non abdicare alla sua dignità. Quando, durante la guerra in Vietnam, si finse morta per non essere uccisa davvero.

Il suo essere “contro”, i potenti, i benpensanti, la real politik e la mentalità dominante non era un atteggiamento snob della ragazzina per bene, abituata alla villa sulle colline di Fiesole. Un atteggiamento maturo e ragionato, piuttosto. Di chi sa bene che il pensiero della massa nasconde da un lato l’osanna della folla di manzoniana memoria e, dall’altro, l’interesse di pochi.
Lettera ad un Bambino mai nato, il suo libro laicamente contro l’aborto è stato il primo manifesto di questa consapevolezza. E poi Un Uomo, sul suo compagno irredentista, Alekis Panagulis un atto d’amore, a modo suo. E anche i discussi La Rabbia e l’Orgoglio e la Forza della Ragione.

L’esaltazione dell’intuito femminile e, allo stesso tempo, la capacità di analisi, vedere laddove ancora nessuno osava pensare le sono stati sostegno. Tra duemila anni, quando ancora si parlerà dell’11 Settembre, il suo resoconto “in diretta” sarà ancora il più valido reportage dell’avvenimento che ha segnato il passaggio del millennio. E poi lo stile, inconfondibile e chiaro, affascinante e insuperato. In prima linea, ha vissuto tutto da protagonista, al posto giusto al momento giusto di ogni evento degli ultimi 70 anni. Senza mai rinunciare alla sua sensibilità tipicamente femminile che ne hanno modulato le ragioni.

Oggi l’Italia e il mondo hanno perso una grande persona. Potrebbe scaturire una lacrima se ella per prima non avesse insegnato che “una vera donna non piange”.

(© Il Quotidiano)

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