EFE
ROMA - O tenor
italiano Luciano Pavarotti, que se recupera de uma cirurgia em sua
casa na localidade italiana de Pesaro, na costa Adriática, garante que
vê a coisas "com serenidade" e que é e será "otimista até a morte".
Em entrevista publicada nesta
terça-feira pelo jornal "Corriere della Sera" o cantor, que completará
71 anos no dia 12 de outubro, diz que foi um homem afortunado e feliz
até os 65 anos. "Depois veio este revés. E agora estou pagando o preço
daquela sorte e felicidade. Mas encontro forças em minha infância, que
foi pobre e feliz, e vejo as coisas com serenidade", afirma.
Pavarotti foi operado no início de
julho em um hospital de Nova York para a retirada de um tumor maligno
no pâncreas após ter sofrido nos meses anteriores diversos problemas
de saúde.
"Sou e serei otimista até a morte.
Tenho aprendido isso com meus familiares, com meu pai e com minha mãe
que se foram há quatro anos, com quatro meses de diferença um do
outro", diz o músico. "A aliança entre os ´três tenores´, apesar da
doença, não se dissolveu. Plácido Domingo veio me ver algumas vezes,
José Carreras me liga (...). Foi uma bela grande temporada", diz,
referindo-se a Domingo e Carreras, integrantes, junto com Pavarotti,
dos Três Tenores, trio que se apresentou em mais de 34 concertos de
1990 a 2003.
No entanto, Pavarotti acrescenta
que, nas condições atuais, prefere não se ouvir mais em nenhuma
gravação. "Se você me convidasse para jantar e, para me agradar,
colocasse uma gravação minha antiga, o deixaria sozinho
imediatamente", avisa. "Se você quiser que eu fique, coloque a voz de
Plácido (Domingo)".
Pavarotti cancelou, no final de
junho, uma série de concertos que faria no Reino Unido devido a
problemas de saúde. Estava se preparando para sair de Nova York e
apresentar concertos no Reino Unido quando os médicos descobriram o
tumor no pâncreas. Como conseqüência do tratamento a que Pavarotti
terá que ser submetido, todos os concertos deste ano foram cancelados,
entre eles o show “Encontro de Reis”, que reuniria Luciano Pavarotti e
o “Rei” Roberto Carlos, em 7 de outubro, em Belo Horizonte.
O tenor fez sua estréia em "La
Boheme", de Puccini, em Reggio Emilia, na Itália, em 1961. A fama veio
quando interpretou Toni em "La Fille du Regiment", de Domenico Gaetano
Maria Donizetti, no Metropolitan Opera, em Nova York, na década de 60.
Junto com Plácido Domingo e José Carreras formou os Três Tenores. Eles
cantaram juntos em quatro partidas finais da Copa do Mundo, em Roma
(1990), Los Angeles (1994), Paris (1998) e Yokohama (2002).
Atualmente, Pavarotti é um dos cantores de maior reconhecimento
internacional.