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Com gosto italiano

Júlio Bitttencourt/Valor

Lauro Bastos, distribuidor da Illy no Brasil, diz que além do café, serão vendidos licores, chocolates e outros produtos da marca

Pelo menos duas vezes por ano o empresário Ernesto Illy visita o Brasil para promover o concurso de qualidade dos grãos que serão selecionados para compor o blend de um dos cafés mais famosos do mundo. O café Illy é vendido em hotéis, restaurantes e escritórios do país desde 1995, mas ainda não tinha uma instalação própria personalizada, concentrando todos os seus produtos.

A partir de 2007, a torrefadora italiana illycaffè desembarca no Brasil com cara, cheiro e luz próprias. A primeira cafeteria está negociação para ser instalada no Shopping Cidade Jardim, que deverá ser inaugurado no segundo semestre de 2007.

O projeto da cafeteria está sendo coordenado pelo distribuidor exclusivo da marca Illy no Brasil, Lauro Bastos. "O projeto está em discussão há muito tempo. A Illy sempre foi muito reticente em atuar em outras frentes, que não o negócio de café propriamente dito", lembra Bastos.

Mas a necessidade de se aproximar mais do consumidor levou a torrefadora a investir em cafeterias. Hoje são 105 unidades, com a marca Espressamente, das quais mais de 50% estão instaladas na Itália, segundo Bastos. A Europa concentra 90% desses pontos. O restante está na Ásia, Oceania e apenas uma cafeteria no México, representando a América Latina.

O investimento em uma cafeteria é alto, entre 1,6 mil euros a 2 mil euros por metro quadrado. Um empreendimento não sai por menos de 60 mil euros e pode chegar a 300 mil euros, dependendo do porte, diz Bastos.

"Estamos em negociação para tentar baratear os custos de alguns equipamentos da Itália", afirma o empresário. O projeto da cafeteria da Illy é todo realizado por arquitetos indicados pela torrefadora italiana. Os arquitetos Luca Trazzi, Claudio Silvestrin e Paola Navone revezam-se na assinatura do projeto da cafeteria. Todos os equipamentos, desde móveis, balcões, mármores têm de ser importado da Itália. Bastos quer nacionalizar parte desses itens.

Os investimentos incluem projeto de ambientação, com iluminação e odores próprios. "O ambiente terá uma iluminação e cheiro de acordo com o horário", acrescenta. Além do tradicional café, o ambiente será preparado para servir "comidinhas, como sanduíches, saladas e appetizers", afirma Bastos. Também serão vendidos licores e chocolates, cafeteiras até relógios com a marca Illy.

Segundo o distribuidor da Illy no Brasil, a franqueada da cafeteria italiana será a empresária Marina Carvalho, que já tem uma franquia de alimentos no país.

Fundada em 1933, na cidade de Trieste, a torrefadora encerrou o ano passado com faturamento de 225 milhões de euros. O grupo fez investimentos 100 milhões de euros nos últimos três anos no aumento da capacidade de produção da torrefadora da família em Trieste. A família busca no Brasil mais de 50% do café que compõe o blend da bebida. No ano passado, comprou cerca de 160 mil sacas no país.

(© Valor Online)

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