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Madonna, outra vez, no centro da polêmica com Vaticano

Cena do show de Madonna, que convidou o Papa para assistir

ROMA - Os planos de Madonna de se crucificar no único show de sua turnê mundial "Confessions", que será realizado no Estádio Olímpico de Roma, no domingo, estão enfurecendo os líderes religiosos. Durante o show, a diva do pop de 47 anos usa uma coroa de espinhos enquanto canta dependurada em uma cruz no cenário. A possibilidade de que ela repita a cena no Estádio Olímpico de Roma, pouco mais de três quilômetros de distância do Vaticano é o motivo da polêmica.

Madonna provoca: a pop star convida o Papa Bento XVI para assistir ao show.

Os jornais italianos registram o fato. O "Corriere della Sera" conta como foi o show anterior, em Los Angeles, em 21 de maio, detalhando a cena que se verá em Roma. O "La Repubblica" diz no título "Todos contra o show de Madonna - Os párocos de Roma o qualificam de desrespeitoso, de mau gosto, provocativo, estúpido, inoportuno e absurdo". O jornal cita assim como o "La Stampa", uma entrevista do cardeal Ersilio Tonini, que ao falar do desconforto do Vaticano mencionou a possibilidade de excomunhão da célebre cantora.

"Crucificar-se na cidade do Papa e dos mártires é um ato de hostilidade", disse em tom de condenação o cardeal Ersilio Tonini. segundo a edição desta quarta-feira do jornal La Stampa. "É um escândalo criado inclusive por comerciantes astutos para atrair publicidade".

Convite de Madonna

Em resposta às duras críticas sobre a performance da diva pop ao interpretar "Live to Tell", Madonna divulgou hoje, por meio de sua porta-voz Liz Rosemberg, um convite ao Papa, divulgado pela agência de notícias italiana Ansa. "Creio que o Papa vai apreciar o show e aplaudir a performance de Madonna - disse Rosemberg ao New York Daily. Nós o convidamos a ver com seus próprios olhos a eloqüência, a beleza e a humanidade que Madonna expressa durante a tocante execução de "Live To Tell", na qual a artista é presa a uma cruz com uma coroa de espinhos na cabeça".

O espetáculo que o "Corriere della Sera" define como "estilo Las Vegas" começa com Madona cantando "Future Lovers", com quatro dançarinos de peito em volta dela. Mais tarde ela coloca em si mesma uma coroa de espinhos e se dependura em uma gigantesca cruz de feltro para cantar "Live to Tell". Ao fundo, imagens de vídeo mostram cenas de pobreza no mundo. Em outra montagem de vídeo são justapostas imagens de Bush, o presidente norte-americano, do primeiro-ministro inglês Tony Blair com Adolf Hitler, Osama bin Laden, e o presidente do Zimbabwe Robert Mugabe.

Protestos de outros religiosos

Os líderes muçulmanos e judeus também criticaram o ato. "Não é a primeira vez que Madonna monta um show como este. Nós deploramos. Acreditamos que é de mau gosto", disse Mario Scialoja, presidente da Liga Mundial Muçulmana na Itália.

"Expressamos nossa solidariedade com o mundo católico", manifestou por sua parte Riccardo Pacifici, porta-voz da comunidade judaica em Roma. "É um ato desrespeitoso e o ato de apresentá-lo em Roma é ainda pior".

A agência AFP divulgou pedido feito pela igreja ortodoxa russa, nesta sexta-feira, para que o público boicote o primeiro show da cantora em Moscou, marcado para o próximo dia 11, acusando-a de "explorar os símbolos cristãos".

"A cantora norte-americana explora a cruz, o rosário e o crucifixo - e os converte em paixões humanas, incluídas suas paixões pessoais, em algo sagrado!, criticou o porta-voz do Patriarcado de Moscou, o padre Vsevolod Chapline. "Não acredito que os cristãos ortodoxos devam apoiar esta senhora assistindo a seu concerto", disse o padre à rádio Eco de Moscou.

Uma mensagem telefônica dirigida à porta-voz de Madonna em Nova York, Liz Rosenberg, não foi respondida de imediato.

Os ingressos para o concerto em Roma foram vendidos rapidamente, disse a agência de notícias Ansa.

"Like a Prayer" também causou polêmica com a Igreja Católica

Não é a primeira vez que Madonna, filha de um católico italinao-norte-americano, provoca a fúria da Igreja Católica. Dirigentes católicos qualificaram de blasfemo seu polêmico vídeo de 1989 "Like a Prayer", que mostrava cruzes em chamas, estátuas chorando sangue e a Madonna seduzindo um cristo negro.

Recentemente, a imprensa noticiou, e o "Corriere dela Sera" publicou em 26 de julho passado, que o vídeo "Like a Prayer" foi eleito como o mais transgressivo de todos os tempos, segundo pesquisa feita pela MTV da Grã Bretanha. Em segundo lugar ficou Britney Spears com "Baby One More Time" e em terceiro lugar Michael Jackson, com "Thriller".

O jornal italiano destaca que o vídeo de Madonna foi "amplamente criticado pelo público e considerado blasfemo pelo Vaticano", acrescentando que Madonna aparece em três dos cinco primeiros lugares desta "particular pesquisa de provocação", ocupando também o quarto lugar com "Ray of Light", de 1998 e o quinto lugar, com "Vogue", de 1988.

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