|
Jogadores italianos
comemoram vitória contra a Alemanha |
THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online
Freguês é freguês. Mesmo em campo inimigo, a Itália venceu a
Alemanha por 2 a 0, na prorrogação, manteve o tabu de nunca ter perdido
para o adversário em competições oficiais e se classificou para sua
sexta final de Copa do Mundo.
Os gols de Grosso e Del Piero ampliaram para sete o número de
jogos entre Alemanha e Itália em competições oficiais sem triunfos
alemães, com três vitórias italianas e quatro empates. E teve um
gosto especial, já que, nas últimas duas Copas, a Itália havia
sido eliminada pelos anfitriões --em 1998, contra a França e, em
2002, diante da Coréia do Sul.
Agora, a "Azurra" espera o resultado do jogo de amanhã, entre
Portugal e França, em Munique, para conhecer o seu oponente na
final do próximo domingo, às 15h de Brasília, em Berlim. Nas
outras cinco vezes em que chegou a essa fase, a Itália perdeu
apenas as duas que jogou contra o Brasil, em 1970 e 1994.
O duelo de hoje teve um primeiro tempo equilibrado. Embora os
italianos tenham sido um pouco melhores, mantendo a posse de bola
e tentando se aproveitar do posicionamento em linha da defesa
alemã, o lance de maior perigo foi da Alemanha, com Schneider, aos
34min.
Na etapa final, o cenário mudou. O ritmo do jogo diminuiu bastante
e a Alemanha passou a ficar a maior parte do tempo com a bola.
Assim como a Itália, porém, não foi capaz de criar qualquer jogada
mais perigosa e veio o tempo extra.
Na prorrogação, a Itália mandou duas bolas na trave da Alemanha
com menos de três minutos, enquanto a Alemanha teve uma ótima
chance ao final do primeiro tempo extra. Quando tudo parecia levar
aos pênaltis, a Itália conseguiu dois gols relâmpagos, aos 14min e
aos 16min do segundo tempo da prorrogação, com Grosso e Del Piero,
e definiu sua classificação.
Com o triunfo, a Itália manteve uma invencibilidade de 32 anos em
jogos de Copa na Europa, acumulando 18 vitórias e sete empates.
Além disso, o técnico Marcello Lippi está invicto há 24 jogos no
comando dos italianos, com 15 vitórias e 9 empates.
Pelo lado alemão, além da frustração por não ter conseguido
alcançar a final do torneio que sedia, fica ainda o gosto amargo
da 14ª partida sem vitórias sobre outros campeões mundiais de
futebol, com nove derrotas e cinco empates.
Além disso, o técnico Jürgen Klinsmann, atacante da Alemanha
campeã em 1990, viu desfeito, pelo menos por enquanto, o sonho de
repetir o feito do brasileiro Zagallo e do compatriota Franz
Beckenbauer, campeões do mundo como jogador e treinador.
O jogo
Klinsmann confirmou a Alemanha com Kehl em substituição a Frings,
suspenso, mas surpreendeu ao iniciar com Borowski no lugar de
Schweinsteiger. Já Marcello Lippi manteve o time titular do jogo
contra a Ucrânia, com Camoranesi no meio e Luca Toni isolado no
ataque.
Aos 4min, a Itália arriscou pela primeira vez, com Totti batendo
uma falta da intermediária, para defesa de Lehmann, mas a partida,
como era de se esperar, foi bastante truncada nos primeiros
minutos.
Aos 15min, Cannavaro mostrou porque é considerado por muitos o
melhor zagueiro do Mundial, cortando uma bola perigosa na área
italiana. Em seguida, Totti fez um belo lançamento para Perrotta,
mas Lehmann fechou bem o ângulo e ficou com a bola.
Embora não criasse real perigo, a Itália assustava, tentando
sempre se aproveitar do posicionamento em linha da defesa alemã
para fazer lançamentos em profundidade. Melhor em campo, chegou de
novo aos 31min, em jogada de Grosso pela esquerda, que Metzelder
mandou para a linha de fundo.
Mas a melhor chance veio num contra-ataque alemão, aos 34min.
Klose recebeu pelo meio e tocou para Schneider, livre na direita.
Já dentro da área, o meia chutou forte, um pouco acima do
travessão de Buffon. Sem mais oportunidades, o primeiro tempo
terminou em branco.
Aos 5min do segundo tempo, Klose recebeu, invadiu a área, mas
adiantou um pouco demais a bola, permitindo que Buffon abafasse o
lance. Embora o ritmo da partida tivesse caído, os donos da casa
chegaram outra vez aos 17min, quando Podolski recebeu pela direita
da área, girou e bateu. Buffon espalmou e, no rebote, Friedrich
isolou.
Ao contrário do primeiro tempo, a Alemanha passou a ser superior
em campo, ficando mais com a bola, mas pecando ao se aproximar da
área italiana. Com isso, o jogo prosseguiu sem lances de perigo
para qualquer das equipes.
Aos 36min, o árbitro mexicano Benito Archundia viu falta de
Cannavaro em Podolski. Entretanto, o lance, polêmico, aconteceu
dentro e não fora da área. Na cobrança, Ballack mandou por sobre a
meta italiana.
Apenas aos 40min, a Itália ameaçou. Totti fez bom passe para
Perrotta, que entrou sozinho na área mas levou a pior na dividida
com Lehmann. A decisão foi para a prorrogação.
A Itália foi para cima. Com menos de um minuto, Gilardino fez uma
bela jogada pela direita, entrou na área e tocou no contrapé de
Lehmann. A bola tocou na trave direita e correu pela área. Em
seguida, Zambrotta pegou um belo chute da entrada da área e o tiro
explodiu no travessão da Alemanha. A chance alemã veio no final
dos primeiros 15 minutos, quando Podolski completou de cabeça,
para fora, um cruzamento de Odonkor.
Aos 6min do segundo tempo, Del Piero apareceu sozinho na pequena
área, mas não conseguiu concluir. Na continuação, Podolski teve a
chance de marcar o primeiro da Alemanha, mas Buffon mandou para
escanteio o chute da esquerda da área.
Quando tudo indicava a decisão por pênaltis, a Itália conseguiu um
escanteio. Em seguida, Pirlo, da entrada da área, passou para o
lateral-esquerdo Grosso, que fez uma bela jogada e mandou no canto
direito de Lehmann, que nada pôde fazer, aos 14min.
Ainda houve tempo para, aos 16min, Del Piero se aproveitar de um
contra-ataque e mandar no canto alto direito do gol alemão,
sacramentando de vez a classificação da "Azurra" à sexta final de
sua história.
(©
Folha Online)
Gli azzurri battono la Germania 2-0 al termine dei tempi
supplementari. Reti di Grosso e Del Piero, al 119' e al 121'. Palo di
Gilardino, traversa di Zambrotta
DORTMUND (Germania), 4 luglio 2006 - La più bella! Fantastica!
Straordinaria! L'Italia cucina la Germania. La trascina ai
supplementari. Colpisce pali, traverse. Spezza le reni ai padroni
di casa in trenta minuti da leggenda. Poi quel capolavoro di
Grosso e l'invenzione di Ale Del Piero, così come sognava Gattuso.
Due a zero. L'Italia è in finale. Noi. Noi andiamo a Berlino.
Lecito ora chiedersi chi potrà fermare questa Italia. Torsten
Frings fermato dalla Fifa e che doveva annullare Totti non sarà un
alibi.
L'orgoglio di Klinsmann va oltre. Il c.t. gioca la carta del
cuore: Kehl del Borussia Dortmund, uno di casa. A Kehl si chiedono
miracoli in una fetta di centrocampo dove di solito Frings fa la
differenza. Kehl ha il compito di marcare Pirlo. Kehl non è Frings,
e si vede. Totti che non sarà annullato, gioca alle spalle di Toni
nello stesso 4-4-1-1 di Italia-Ucraina.
In uno stadio che sembra l'Ali Sami Yen di Istanbul, la Germania
parte con il vestito buono della festa. Gli azzurri attendono e
studiano l'avversario. Totti prova a spaventare Lehmann con una
punizione da distanza siderale. Quello di Ballack è da dimenticare.
Sono la linea di confine di un primo tempo dove la Nazionale gioca a
calcio, forse come non lo ha mai fatto in questo Mondiale. Se
Borovski fa saltare le coronarie, anticipato davanti a Buffon da
Cannavaro, il vero infarto lo sfiorano i tedeschi, quando a Perrotta
manca il passo in più risolutore a tu per tu con Lehmann. La
Germania finalmente sa di avere di fronte un avversario più forte.
Ci sono almeno dieci minuti di azzurro assoluto, fatto di
possesso palla, dominio sulle fasce, dove i laterali si
sovrappongono, dove tutto funziona a perfezione. La difesa tedesca
sembra di burro. Si salvano solo le torri, che nel gioco di testa
hanno la meglio. Poi Francesco Totti. Recuperato fisicamente. Il
romanista corre, recupera palle, gioca per la squadra. Grosso e
l'immenso Zambrotta, Toni è il tormento di Metzelder e Mertesacker,
mentre dietro Cannavaro dà spettacolo in un reparto dove Klose e
Podolski attendono al varco aspettando il colpo che non perdona.
Ma la Germania è soprattutto squadra tosta. Nel suo Dna ci sono
proteine sconosciute. La squadra di Klinsmann sa ritrovare
motivazioni quando sembra che la barca debba affondare. Per cambiare
registro alla partita aggredisce a centrocampo e sfrutta soprattutto
la fascia di Schneider a cui capita la seconda occasione per la
Germania su una palla persa da Pirlo e sprecata oltre la traversa.
Chi si attendeva la partita micragnosa, fatta di calcoli ha
sbagliato. Al 5' della ripresa Klose terrorizza con una discesa in
mezzo all'area, fra Gattuso e Buffon. Il numero uno azzurro ci
mette una pezza e nel contropiede Grosso fa di peggio ripetendo
l'errore di Perrotta del primo tempo. Ma la Germania, così come
contro l'Argentina, sale di tono, sfruttando le pause degli
azzurri, troppo macchinosi e prevedibili.Con Ballack a destra e
Kehl a sinistra in mezzo al centrocampo, si mantiene alta, sempre
con lo sguardo puntato verso Schneider. E' lui che si beve Grosso
e offre a Podolski la seconda occasione respinta da Buffon.
Klinsmann capisce: toglie Borowski per Schweinsteiger, più potenza
in mezzo, dove la Germania sembra avere il sopravvento. Lippi
cambia in attacco, dove Toni, fiaccato e nervoso, e senza uno
straccio di un cross a disposizione, lascia a Gilardino. Sono gli
ultimi minuti in cui paura e stanchezza si dilatano, in cui
Klinsmann prova la mossa Odonkor (fuori Schneider), il
portafortuna personale del c.t. tedesco.
Ma si va ai supplementari, con Iaquinta per Camoranesi. Gilardino
si beve Ballack e colpisce subito il palo. Zambrotta replica sulla
traversa. Non è possibile! L'Italia gioca con intelligenza, si
difende e riparte bene. Zambrotta è Garrincha, quando prende palla
fa quello che vuole. Ce ne vorrebbe un altro. Lippi toglie
Perrotta per Del Piero, terza punta in un'Italia già molto
offensiva, uomo da Westfalen Stadion. Podolski sbaglia e si
ricomincia. Neuville rileva Klose. Del Piero non trova lo
spiraglio letale a tre metri dalla meta, Buffon fa il miracolo su
"Poldy". Lehmann, invidioso, lo imita su Pirlo. Poi Pirlo che vede
Grosso. Occhi chiusi: sventola! Bastasse. Del Piero si beve tutti
e infila il 2-0. Meraviglioso!
(©
La Gazzetta dello Sport) |