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Itália supera Alemanha e vai à sua sexta final de Copa

04/07/2006

Jogadores italianos comemoram vitória contra a Alemanha


THIAGO BARROS RIBEIRO
da Folha Online

Freguês é freguês. Mesmo em campo inimigo, a Itália venceu a Alemanha por 2 a 0, na prorrogação, manteve o tabu de nunca ter perdido para o adversário em competições oficiais e se classificou para sua sexta final de Copa do Mundo.

Os gols de Grosso e Del Piero ampliaram para sete o número de jogos entre Alemanha e Itália em competições oficiais sem triunfos alemães, com três vitórias italianas e quatro empates. E teve um gosto especial, já que, nas últimas duas Copas, a Itália havia sido eliminada pelos anfitriões --em 1998, contra a França e, em 2002, diante da Coréia do Sul.

Agora, a "Azurra" espera o resultado do jogo de amanhã, entre Portugal e França, em Munique, para conhecer o seu oponente na final do próximo domingo, às 15h de Brasília, em Berlim. Nas outras cinco vezes em que chegou a essa fase, a Itália perdeu apenas as duas que jogou contra o Brasil, em 1970 e 1994.

O duelo de hoje teve um primeiro tempo equilibrado. Embora os italianos tenham sido um pouco melhores, mantendo a posse de bola e tentando se aproveitar do posicionamento em linha da defesa alemã, o lance de maior perigo foi da Alemanha, com Schneider, aos 34min.

Na etapa final, o cenário mudou. O ritmo do jogo diminuiu bastante e a Alemanha passou a ficar a maior parte do tempo com a bola. Assim como a Itália, porém, não foi capaz de criar qualquer jogada mais perigosa e veio o tempo extra.

Na prorrogação, a Itália mandou duas bolas na trave da Alemanha com menos de três minutos, enquanto a Alemanha teve uma ótima chance ao final do primeiro tempo extra. Quando tudo parecia levar aos pênaltis, a Itália conseguiu dois gols relâmpagos, aos 14min e aos 16min do segundo tempo da prorrogação, com Grosso e Del Piero, e definiu sua classificação.

Com o triunfo, a Itália manteve uma invencibilidade de 32 anos em jogos de Copa na Europa, acumulando 18 vitórias e sete empates. Além disso, o técnico Marcello Lippi está invicto há 24 jogos no comando dos italianos, com 15 vitórias e 9 empates.

Pelo lado alemão, além da frustração por não ter conseguido alcançar a final do torneio que sedia, fica ainda o gosto amargo da 14ª partida sem vitórias sobre outros campeões mundiais de futebol, com nove derrotas e cinco empates.

Além disso, o técnico Jürgen Klinsmann, atacante da Alemanha campeã em 1990, viu desfeito, pelo menos por enquanto, o sonho de repetir o feito do brasileiro Zagallo e do compatriota Franz Beckenbauer, campeões do mundo como jogador e treinador.

O jogo

Klinsmann confirmou a Alemanha com Kehl em substituição a Frings, suspenso, mas surpreendeu ao iniciar com Borowski no lugar de Schweinsteiger. Já Marcello Lippi manteve o time titular do jogo contra a Ucrânia, com Camoranesi no meio e Luca Toni isolado no ataque.

Aos 4min, a Itália arriscou pela primeira vez, com Totti batendo uma falta da intermediária, para defesa de Lehmann, mas a partida, como era de se esperar, foi bastante truncada nos primeiros minutos.

Aos 15min, Cannavaro mostrou porque é considerado por muitos o melhor zagueiro do Mundial, cortando uma bola perigosa na área italiana. Em seguida, Totti fez um belo lançamento para Perrotta, mas Lehmann fechou bem o ângulo e ficou com a bola.

Embora não criasse real perigo, a Itália assustava, tentando sempre se aproveitar do posicionamento em linha da defesa alemã para fazer lançamentos em profundidade. Melhor em campo, chegou de novo aos 31min, em jogada de Grosso pela esquerda, que Metzelder mandou para a linha de fundo.

Mas a melhor chance veio num contra-ataque alemão, aos 34min. Klose recebeu pelo meio e tocou para Schneider, livre na direita. Já dentro da área, o meia chutou forte, um pouco acima do travessão de Buffon. Sem mais oportunidades, o primeiro tempo terminou em branco.

Aos 5min do segundo tempo, Klose recebeu, invadiu a área, mas adiantou um pouco demais a bola, permitindo que Buffon abafasse o lance. Embora o ritmo da partida tivesse caído, os donos da casa chegaram outra vez aos 17min, quando Podolski recebeu pela direita da área, girou e bateu. Buffon espalmou e, no rebote, Friedrich isolou.

Ao contrário do primeiro tempo, a Alemanha passou a ser superior em campo, ficando mais com a bola, mas pecando ao se aproximar da área italiana. Com isso, o jogo prosseguiu sem lances de perigo para qualquer das equipes.

Aos 36min, o árbitro mexicano Benito Archundia viu falta de Cannavaro em Podolski. Entretanto, o lance, polêmico, aconteceu dentro e não fora da área. Na cobrança, Ballack mandou por sobre a meta italiana.

Apenas aos 40min, a Itália ameaçou. Totti fez bom passe para Perrotta, que entrou sozinho na área mas levou a pior na dividida com Lehmann. A decisão foi para a prorrogação.

A Itália foi para cima. Com menos de um minuto, Gilardino fez uma bela jogada pela direita, entrou na área e tocou no contrapé de Lehmann. A bola tocou na trave direita e correu pela área. Em seguida, Zambrotta pegou um belo chute da entrada da área e o tiro explodiu no travessão da Alemanha. A chance alemã veio no final dos primeiros 15 minutos, quando Podolski completou de cabeça, para fora, um cruzamento de Odonkor.

Aos 6min do segundo tempo, Del Piero apareceu sozinho na pequena área, mas não conseguiu concluir. Na continuação, Podolski teve a chance de marcar o primeiro da Alemanha, mas Buffon mandou para escanteio o chute da esquerda da área.

Quando tudo indicava a decisão por pênaltis, a Itália conseguiu um escanteio. Em seguida, Pirlo, da entrada da área, passou para o lateral-esquerdo Grosso, que fez uma bela jogada e mandou no canto direito de Lehmann, que nada pôde fazer, aos 14min.

Ainda houve tempo para, aos 16min, Del Piero se aproveitar de um contra-ataque e mandar no canto alto direito do gol alemão, sacramentando de vez a classificação da "Azurra" à sexta final de sua história.

(© Folha Online)



Italia gran finale

Gli azzurri battono la Germania 2-0 al termine dei tempi supplementari. Reti di Grosso e Del Piero, al 119' e al 121'. Palo di Gilardino, traversa di Zambrotta

I goleador: Grosso e Del Piero. Ap   DORTMUND (Germania), 4 luglio 2006 - La più bella! Fantastica! Straordinaria! L'Italia cucina la Germania. La trascina ai supplementari. Colpisce pali, traverse. Spezza le reni ai padroni di casa in trenta minuti da leggenda. Poi quel capolavoro di Grosso e l'invenzione di Ale Del Piero, così come sognava Gattuso. Due a zero. L'Italia è in finale. Noi. Noi andiamo a Berlino. Lecito ora chiedersi chi potrà fermare questa Italia. Torsten Frings fermato dalla Fifa e che doveva annullare Totti non sarà un alibi.

L'orgoglio di Klinsmann va oltre. Il c.t. gioca la carta del cuore: Kehl del Borussia Dortmund, uno di casa. A Kehl si chiedono miracoli in una fetta di centrocampo dove di solito Frings fa la differenza. Kehl ha il compito di marcare Pirlo. Kehl non è Frings, e si vede. Totti che non sarà annullato, gioca alle spalle di Toni nello stesso 4-4-1-1 di Italia-Ucraina.

In uno stadio che sembra l'Ali Sami Yen di Istanbul, la Germania parte con il vestito buono della festa. Gli azzurri attendono e studiano l'avversario. Totti prova a spaventare Lehmann con una punizione da distanza siderale. Quello di Ballack è da dimenticare. Sono la linea di confine di un primo tempo dove la Nazionale gioca a calcio, forse come non lo ha mai fatto in questo Mondiale. Se Borovski fa saltare le coronarie, anticipato davanti a Buffon da Cannavaro, il vero infarto lo sfiorano i tedeschi, quando a Perrotta manca il passo in più risolutore a tu per tu con Lehmann. La Germania finalmente sa di avere di fronte un avversario più forte.

Ci sono almeno dieci minuti di azzurro assoluto, fatto di possesso palla, dominio sulle fasce, dove i laterali si sovrappongono, dove tutto funziona a perfezione. La difesa tedesca sembra di burro. Si salvano solo le torri, che nel gioco di testa hanno la meglio. Poi Francesco Totti. Recuperato fisicamente. Il romanista corre, recupera palle, gioca per la squadra. Grosso e l'immenso Zambrotta, Toni è il tormento di Metzelder e Mertesacker, mentre dietro Cannavaro dà spettacolo in un reparto dove Klose e Podolski attendono al varco aspettando il colpo che non perdona.

Ma la Germania è soprattutto squadra tosta. Nel suo Dna ci sono proteine sconosciute. La squadra di Klinsmann sa ritrovare motivazioni quando sembra che la barca debba affondare. Per cambiare registro alla partita aggredisce a centrocampo e sfrutta soprattutto la fascia di Schneider a cui capita la seconda occasione per la Germania su una palla persa da Pirlo e sprecata oltre la traversa.

Chi si attendeva la partita micragnosa, fatta di calcoli ha sbagliato. Al 5' della ripresa Klose terrorizza con una discesa in mezzo all'area, fra Gattuso e Buffon. Il numero uno azzurro ci mette una pezza e nel contropiede Grosso fa di peggio ripetendo l'errore di Perrotta del primo tempo. Ma la Germania, così come contro l'Argentina, sale di tono, sfruttando le pause degli azzurri, troppo macchinosi e prevedibili.

Con Ballack a destra e Kehl a sinistra in mezzo al centrocampo, si mantiene alta, sempre con lo sguardo puntato verso Schneider. E' lui che si beve Grosso e offre a Podolski la seconda occasione respinta da Buffon. Klinsmann capisce: toglie Borowski per Schweinsteiger, più potenza in mezzo, dove la Germania sembra avere il sopravvento. Lippi cambia in attacco, dove Toni, fiaccato e nervoso, e senza uno straccio di un cross a disposizione, lascia a Gilardino. Sono gli ultimi minuti in cui paura e stanchezza si dilatano, in cui Klinsmann prova la mossa Odonkor (fuori Schneider), il portafortuna personale del c.t. tedesco.

Ma si va ai supplementari, con Iaquinta per Camoranesi. Gilardino si beve Ballack e colpisce subito il palo. Zambrotta replica sulla traversa. Non è possibile! L'Italia gioca con intelligenza, si difende e riparte bene. Zambrotta è Garrincha, quando prende palla fa quello che vuole. Ce ne vorrebbe un altro. Lippi toglie Perrotta per Del Piero, terza punta in un'Italia già molto offensiva, uomo da Westfalen Stadion. Podolski sbaglia e si ricomincia. Neuville rileva Klose. Del Piero non trova lo spiraglio letale a tre metri dalla meta, Buffon fa il miracolo su "Poldy". Lehmann, invidioso, lo imita su Pirlo. Poi Pirlo che vede Grosso. Occhi chiusi: sventola! Bastasse. Del Piero si beve tutti e infila il 2-0. Meraviglioso!

(© La Gazzetta dello Sport)

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