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O melhor do cinema italiano ao som do trompete

10/06/2009

Foto: Françoise Gadbois

O instrumentista Mauro Maur toca hoje na Sala Cecília Meireles
 

Braulio Lorentz

Depois de atuar como solista em mais de 100 trilhas sonoras no cinema italiano e americano, o trompetista Mauro Maur vem ao Brasil para dar uma amostra de seu trabalho em filmes clássicos como Amarcord, La strada, La dolce vita e Bugzy. Todas estão confirmadas na programação de As Grandes Músicas do Cinema Italiano, que ocupa a Sala Cecília Meireles, na Lapa, hoje às 20h.

– Minhas expectativas sempre são altas para concertos no Brasil, porque conheço os espectadores. Já é a quinta vez que me apresento. Sei que conhecem todo o repertório, mas ainda assim é desafiador – comenta o músico nascido em Trieste, Nordeste da Itália, em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil de um hotel no Leme.

O concerto faz parte da Festa da República Italiana, que continua com a exposição Fratelli d’Italia, inaugurada no próximo dia 18, no Museu de Arte Moderna, no Parque do Flamengo.

No palco, Maur, 50 anos, tem a companhia da pianista canadense Françoise de Clossey. Eles contam com o reforço do Quarteto Rio de Janeiro. Juntos, vão executar composições de Ennio Morricone, Piero Piccioni e Nino Rota. Além de compor para o teatro e ser maestro de orquestra, Maur é o primeiro trompete da orquestra do Teatro Dell’Ópera de Roma desde 1985.

Maur e Clossey já desfilaram seu repertório de pérolas do cinema italiano, que inclui grandes concertos barrocos e clássicos contemporâneos, em salas nos Estados Unidos, Rússia, Japão e em vários países do continente europeu.

– O repertório tem uma parte do que fiz com Enio Morricone em mais de 16 anos de trabalho – conta Maur. – Tento achar o equilíbrio perfeito entre as muitas possibilidades de lidar com essa obra. A plateia percebe a relação com a trilha sonora, mas as produções não são iguais. Temos um novo arranjo para um concerto.

Sobre o fato de esta ser uma sessão gratuita, o trompetista comemora:

– Acho que deveria ser pelo menos muito barato. É importante que seja assim.

No cinema, trabalhou com Nino Rota (1911-1979) no último filme do célebre compositor. A amizade do trompetista com Giulietta Masina e Federico Fellini fez com que recebesse convites das famílias para que tocasse nos funerais de ambos.

O músico italiano já se apresentou com Gloria Gaynor, Placido Domingo, I Solisti Veneti, The Youth Orchestra of the Americas, Barbara Hendrix, Nini Rosso, Leonard Bernstein, Riccardo Muti e muitos outros.

A música produzida no Brasil é incensada pelo músico e compositor, que se diz fã de cantores como Tom Jobim e Chico Buarque.

– A música brasileira é bem difícil de ser copiada – elogia Maur. – Estando em qualquer parte do mundo, imediatamente você descobre de onde ela é. As canções são feitas de modo muito particular, têm uma mágica só delas.

O evento para comemorar o aniversário de 63 anos da Itália como república é promovido pelo Instituto Italiano di Cultura e o Consulado Geral da Itália. Os festejos começaram em 29 de maio, com sessões de longas e curtas no Espaço de Cinema e Cine Odeon.

(© JB Online)


VÍDEO:

"Per un pugno di dollari", de Ennio Morricone, por Mauro Maur

 

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