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Bienal de Veneza quer a arte do diálogo

05/06/2009

 

Mostra tradicional de artes plásticas tem início amanhã sob o tema Fazer Mundos

Camila Molina

Fazer Mundos (Making Worlds/Fare Mondi) é o título/tema da 53ª Bienal de Arte de Veneza, que terá sua abertura oficial amanhã, com a entrega dos prêmios Leão de Ouro para Yoko Ono (escolhida para a honraria por suas criações de raiz conceitual e não por ser viúva do ex-Beatle John Lennon) e para o artista americano John Baldessari, e inauguração para o público no domingo. A mostra mais tradicional do mundo, de longa duração - ficará em cartaz até 22 de novembro - está, ao lado da Documenta de Kassel, na Alemanha, entre os eventos mais importantes do calendário das artes visuais. Neste ano, com curadoria geral do sueco Daniel Birnbaum, a mostra, nos espaços do Arsenale e dos Giardini da cidade italiana, tem como proposta fazer a relação entre a produção de arte recente com o lastro das pesquisas de artistas já históricos, porém, que se estabeleceram a partir de um passado recente, o de força?? a partir da década de 1960. Fazer Mundos, na verdade, é tecer e reconhecer os diálogos entre as gerações, mais do que seria o ato de concretização de um projeto para o estado de objeto de arte em suas diversas linguagens.

Birnbaum, nascido em 1963 em Estocolmo, fala em texto sobre a 53ª Bienal em uma "história da arte contemporânea" e dentro dela já inclui nomes como Gordon Matta-Clark, Blinky Palermo e da brasileira Lygia Pape (1927-2004). Como conta a fotógrafa Paula Pape, filha de Lygia e responsável pela direção da associação cultural (Projeto Lygia Pape) que mantém e divulga a obra da artista, desde sua morte, o argumento primeiro que Birnbaum e o alemão Jochen Volz, cocurador desta edição da Biennale (e com grande relação com o Brasil, já que é um dos curadores do Instituto Inhotim em Minas Gerais) usaram foi o de que "Lygia influenciava os jovens artistas". "E ela sempre esteve rodeada de jovens; então, é algo que vai de encontro a ela como pessoa", diz Paula.

A Lygia Pape que sempre esteve ao lado de Lygia Clark e Helio Oiticica, uma das criadoras fundamentais de "dentro e além do movimento neoconcreto", como afirma o crítico inglês Guy Brett - é uma das responsáveis por criar obras abertas à participação (arte/vida/comportamento), mas de maneira objetiva e inteligente - estará representada agora em Veneza por duas obras. No pavilhão Itália nos Giardini estará o painel Livro da Criação, de 1959, e já na entrada do Arsenale receberá o visitante uma de suas mais impactantes instalações, uma das versões de sua série Ttéia, poema visível e delicado feito apenas de fios e luz. "Os curadores disseram que a Ttéia seria uma das obras fundamentais da exposição e poderíamos escolher onde ela ficaria", conta Paula. Ao ver as plantas e fazer maquetes, ela, o engenheiro Ricardo Fortes (que trabalhou com Lygia) e a curadoria da Bienal decidiram que a instalação abriria a primeira sala do grande espaço do Arsenale. Desde o fim de abril, a Ttéia, quadrada, com cerca de 7 metros de altura, está montada entre quatro colunas do local, tornando-se única.

Além da participação de Lygia Pape, esta 53ª Bienal de Veneza, com obras de 90 artistas de todo o mundo e inclusões de criações em outros campos que não o só das artes plásticas, como a parada do compositor Arto Lindsay por Veneza hoje; as participações do coreógrafo americano William Forsythe; e do projeto literário Moscow Poetry Club, o evento reserva entre os destaques do Brasil a instalação inédita do carioca Cildo Meireles. Ele é dos poucos artistas brasileiros de destaque de fôlego na cena internacional e, nas palavras de Birnbaum, está entre os grandes criadores que "combinam a sensibilidade pictórica com a exploração do espaço, no sentido psicológico, arquitetônico e urbanístico". Para o campo dos artistas de lastro, chama-se ainda a atenção para Öyvind Fahlström (1928-1976), que nasceu em São Paulo, mas deixou o Brasil aos 11 anos para viver na Suécia. Considerado um dos criadores-chave da cena dos anos 60 e 70, com obra política, Fahlström, totalmente desconhecido no Brasil, foi trazido à tona na 6ª Bienal do Mercosul, em 2007, em Porto Alegre, pela exposição monográfica feita pela curadoria do espanhol Gabriel Pérez-Barreiro.

REPRESENTAÇÃO NACIONAL

A história por trás da representação nacional do Brasil nesta 53ª Bienal de Veneza se transformou em uma pequena novela nos últimos meses. O curador Ivo Mesquita, convidado pela Fundação Bienal de São Paulo para escolher os artistas que representariam o País no Pavilhão Brasileiro em Veneza, selecionou o fotógrafo paraense Luiz Braga e o artista alagoano Delson Uchôa. O problema é que a Fundação Bienal de São Paulo, imersa em crise interna relacionada à transição entre presidências (de Manoel Pires da Costa, que terminou, oficialmente, em 6 de fevereiro, para a de Heitor Martins, eleito no último dia 28 de maio), não tinha condições de conseguir os recursos necessários para a mostra dos brasileiros em Veneza. Quase que o Pavilhão Brasil ficou vazio. Mas o Ministério da Cultura, por meio da Funarte, forneceu os recursos para a exposição de Braga e Uchôa, assim como as galerias que representam os artistas (Leme e Luciana Brito, respectivamente) contribuíram para a viagem. A Fundação Bienal de São Paulo também, como afirmou Pires da Costa, entrou com cerca de R$ 70 mil dos R$ 350 mil que são o montante total desta participação oficial brasileira em Veneza. O pavilhão brasileiro não ficará vazio e até mesmo foi reformado, porque havia muitas queixas quanto ao estado do espaço. Desde a década de 1990, a Fundação Bienal de São Paulo tem convênio com a Fundação Bienal de Veneza para a realização da Representação Nacional brasileira no evento. Já o espaço do Pavilhão Brasil nos Giardini é de responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. Com a crise recente da Bienal de São Paulo, vieram à tona discussões sobre qual seria a melhor instituição brasileira a ser a responsável pela iniciativa.



Participantes

DESTAQUES


Miranda July (EUA)

Michelangelo Pistoletto (Itália)

Sara Ramo (Espanha)

Simon Starling (Reino Unido)

Steve McQueen (representação Reino Unido)

Bruce Nauman (representação EUA)

William Forsythe (EUA)


LEÃO DE OURO

John Baldessari (EUA)

Yoko Ono (Japão)


ARTISTAS BRASILEIROS

Öyvind Fahlström

Arto Lindsay (nasceu nos EUA, mas trabalha e vive no Rio)

Cildo Meireles

Lygia Pape

Renata Lucas

Luiz Braga (representação nacional)

Delson Uchôa (representação nacional)


ESTIVERAM NA BIENAL DE SÃO PAULO

28ª BSP:

Joan Jonas (EUA)

Carsten Höller (Bélgica)

27ª BSP:

Dominique Gonzalez-Foerster (França)

Goshka Macuga (Polônia)

Gordon Matta-Clark (EUA)

Hector Zamorra (México)

Marjetica Potrc (Eslovênia)

Rirkrit Tiravanija (Argentina)

Tomas Sarraceno (Argentina)

(© Estadão)

 


LA BIENNALE

A Venezia gli infiniti mondi dell'arte

di Claudio Spadoni

Al via la 53ma edizione firmata Birnbaum. Linguaggi e generazioni a confronto nei vari padiglioni. L'esposizione sarà aperta dal 7 giugno fino al 22 novembre 

Venezia, 5 giugno 2009 - Si è scritto già quasi tutto di questa 53.ma edizione della Biennale, molto prima dei giorni della tradizionale vernice. In nome dell’imperativo di arrivare primi, anche senza aver visto nulla. Ma che importa, tanto non c’è nulla di nuovo da scoprire, quasi tutto déjà vu, cambiano solo titoli, dichiarazioni d’intenti, e naturalmente le opinioni. Marcel Duchamp l’aveva detto tanto tempo fa: sono gli osservatori che fanno i quadri. E se da tempo di quadri non se ne vedono molti, anche per questo l’affermazione duchampiana risponde tanto di più al vero. 

La Biennale di Venezia resta comunque la Biennale per antonomasia, nonostante l’impressionante proliferazione di manifestazioni analoghe — una cinquantina — in tutto il mondo. E pazienza se ancora una volta si è preteso di caratterizzarla con un titolo inutile, ‘Fare Mondi’, scelto dal giovane direttore Daniel Birnbaum, che lo giustifica dicendo che «un’opera d’arte è più di un oggetto, più di una merce, essa incarna una visione del mondo e, se presa seriamente, può esser vista come un modo di fare un mondo». Non senza aggiungere, citando Nelson Goodman, che «il fare mondi, così come noi lo conosciamo, inizia sempre dai mondi già esistenti; il fare è un rifare». 

Così, all’ingresso del Padiglione Centrale dei Giardini ci si trova subito di fronte ad un’ingombrante confusione di tele di sapore pop e barattoli di colore, della coppia Guyton e Walker, come ad ammonirci che si deve attraversare l’accumulo del già fatto per rielaborare forme e significati diversi. Che sarebbe vano cercare nelle frasi insipide di Yoko Ono, vedova Lennon, cui una giuria internazionale ha generosamente assegnato un Leone d’Oro (l’altro è andato al californiano John Baldessarri) per aver “rivoluzionato il linguaggio dell’arte”. Quando mai, ci si chiede. Ma subito poi si entra nel salone centrale occupato da una galassia di strutture architettoniche aeree, fatte di fili neri, una complessa ragnatela ispirata all’incredibile resistenza di quelle vere della vedova nera. E dalle serigrafie fumettistiche di Fahlstrom, scomparso nel ‘73, al dipinto del nostro De Dominicis che dieci anni fa ha lasciato interrotto un percorso creativo fatto di rigore, di pulizia formale, di intelligente rifiuto delle convenzioni, si passa ad Hans Peter Feldmann, col suo affascinante teatro di ombre che scorrono e si incrociano freneticamente sulla parete di una stanza buia, determinate da una moltitudine di piccoli oggetti comuni raggruppati su basi ruotanti. Si ritrova anche la ben nota coppia Gilbert & George, questa volta con la non invadente dichiarazione firmata di essere solo ‘sculture viventi’. 

Dall’operazione concettuale alla pittura di sapore baconiano, di Pietro Roccasalva, alla sensibilissima unione di scrittura e disegno del russo Pavel Pepperstein, e a Blinky Palermo, scomparso nel ‘77, coi suoi richiami un po’ a Beuys, un po’ a Richter. Il gioco degli intrecci, delle relazioni fra maestri e allievi, un motivo caro a Birnbaum, va di pari passo con quello delle presenze ripetute lungo il percorso della mostra. Ironica e provocatoria quella di André Cadere, polacco d’origine, morto a Parigi nel ‘78. Quasi in ogni stanza ci si imbatte nelle sue barre rotonde di legno dipinte a strisce: un’ invasione dello spazio altrui con una presenza incongrua. Da questi segni minimali, alle ‘ricostruzioni’ dello storico gruppo Gutai degli anni Cinquanta: una tenda appena mossa da un ventilatore, una superficie nera traforata alla ‘Fontana’, un telo con impronte di scarpe che da terra s’arrampicano su una parete, una distesa di sabbia da cui spuntano delle luci, una tela con pittura gestuale, e via dicendo nella memoria di un’avanguardia che aveva fatto di tutto, dal quadro all’happening. 

Un accumulo di materiali, immagini, oggetti, tribali e tecnologici, di George Adéagbo, del Benin, denunciano il passaggio dalla violenza coloniale alla finta benevolenza postcoloniale. Ben più inquietante la foresta notturna di fiori giganti, piante carnivore di un Eden mostruoso, di Nathalie Djuberg. Passando all’Arsenale, l’ingresso è dato da uno spazio senza luce, segnato dagli esili raggi di un’architettura luminosa, opera di Lygia Pape, seguito da una sala degli specchi giganti, alcuni infranti, allestita da Pistoletto. Poi il villaggio africano decontestualizzato del camerunense Pascale Marthine Tayou , i bastoni neri alla Magritte o alla Chaplin, che sembrano volare in alto su una parete, di Richard Wentworth, e il chiosco con offerta di caramelle e bustine di the, prodotti in Zambia, di Anawana Haloba, e più oltre il video bellissimo, tramato di luci misteriose di Grazia Toderi, per proseguire fino agli interventi ambientali al Giardino delle Vergini, con la palude nera di Lara Favaretto. 

Nella continuità dei grandi spazi dell’Arsenale, più che ai Giardini, si apprezza l’eterogenea galassia di creazioni assemblate, un campionario abbastanza significativo dell’arte contemporanea. Sulla sezione italiana s’è già scritto un gran male, anche per la nomina politica dei curatori, oltretutto non proprio in linea, come critici, con le indicazioni dell’ufficialità internazionale. Chissà cosa ne penserebbe Marinetti, al cui ‘teatro di varietà’ è ispirato il Padiglione. 

Biennale di Venezia: "Fare mondi"
Apertura: dal 7 giugno al 22 novembre
info: www.labiennale.org

© Il Quotidiano)
 

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