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Veneza dá início a Bienal mais "magra"

04/06/2009

Obra do fotógrafo paraense Luiz Braga na Bienal de Veneza, 53ª edição
 

A 53ª edição do evento terá 90 artistas, além de 77 representações nacionais; em 2007, foram 500 artistas, número recorde

"O título é "Fazer Mundos" no maior número possível de línguas", explica curador da Bienal, que começa hoje para convidados

MARIO GIOIA

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bienal de Veneza, mais tradicional exposição de artes do mundo, chega à sua 53ª edição mais enxuta e renovada. Tendo à frente o sueco Daniel Birnbaum, 46, o curador mais jovem da história do evento, a seção principal da Bienal terá 90 artistas, além das 77 representações nacionais. Com entrada para o público do próximo domingo a 22 de novembro, a abertura especial para convidados se estende de hoje a sábado.

Tudo bem mais discreto que a exposição anterior, em 2007, quando o curador norte-americano Robert Storr se orgulhava de destacar que comandava a maior edição da Bienal, com cerca de 500 artistas, entre os exibidos no Arsenale (uma antiga fábrica de cordas) e nos Giardini (onde os países mantêm seus pavilhões).

O recorte de Veneza parece ser mais experimental que o anterior. Storr assinou uma edição considerada por alguns críticos como "museológica", contando com nomes já consagrados em alguns dos principais espaços da mostra.

Já Birnbaum e seu cocurador, o alemão Jochen Volz, privilegiaram artistas com uma obra mais experimental, mesmo sendo de gerações diversas. A seleção vai desde nomes jovens, como a hispano-brasileira Sara Ramo, 34, a medalhões como John Baldessari, 77, e Yoko Ono, 76. Esses dois ganharão o prêmio máximo da Bienal, o Leão de Ouro.

Em entrevista à Folha por e-mail, Birnbaum e Volz dizem que a pluralidade pretendida na mostra é refletida já no seu título: "Fare Mondi, Making Worlds, Bantin Duniyan, Weltenmachen, Construire des Mondes, Fazer Mundos...".

"Um conceito para uma exposição grande como a Bienal de Veneza tem de ser amplo e generoso. Não pode funcionar como tema a ser ilustrado por meio de obras de arte -precisa suscitar perguntas ou conferir um espírito ao projeto como um todo", conta Birnbaum.

"O título desta Bienal é "Fazer Mundos" no maior número possível de línguas. Tem conotações bem diferentes em cada língua. No inglês, por exemplo, ela traz um sentido de trabalho artesanal; já em alemão, soa um pouco bombástico."

Volz, curador convidado da 27ª Bienal de São Paulo (2006) e curador licenciado do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), também destaca o caráter multicultural do evento.

"Em um mundo que tende a ficar cada vez mais homogêneo, é importante apontar para o pluralismo, com todos os problemas de tradução que o acompanham", diz Volz. "Mas não enxergamos nossa exposição como reação a bienais anteriores, embora tenhamos consciência dessa história."

Reformas

A curadoria de Veneza criou novos espaços para tentar surpreender o mundo da arte que passa pela cidade nesses dias. O Pavilhão Italiano, nos Giardini, ganhou novo nome -Palazzo delle Esposizioni-, foi ampliado em 1.000 m2 e vai servir de plataforma para eventos de áreas diversas, como cinema, arquitetura e dança.

Entre os pavilhões nacionais, artistas de peso exibirão obras, como Bruce Nauman (pelos EUA) e Steve McQueen (pelo Reino Unido). Haverá também novidades, principalmente vindas da estreia de países entre as representações, como Montenegro, Mônaco e Gabão.

"Em uma Bienal, é claro que esperamos ver coisas novas. Mas é de suma importância ter consciência de que a arte não é reinventada a cada dois anos", afirma Volz. "Com alguns artistas, você só se dá conta de sua relevância real depois de alguns anos ou décadas."

(© Folha de S. Paulo)

 


Eventos de arte tomam a cidade

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, Veneza torna-se a capital mundial da arte contemporânea. Além da própria Bienal, há 45 eventos paralelos.

Dois novos museus estão sendo inaugurados neste período: a Fundação François Pinault, que leva o nome do megacolecionador, na Punta della Dogana, com projeto do arquiteto japonês Tadao Ando, e a sede da Fundação Emilio e Annabianca Vedova, dedicada ao pintor italiano Emilio Vedova (1919-2006), com projeto de Renzo Piano. Eventos mais alternativos também fazem parte, como debates e exposição sobre a produção de Abu Dabi, com curadoria de Catherine David, ou o lançamento do novo projeto do cineasta britânico Peter Greenaway, baseado na pintura "As Bodas de Canaã" (1563), de Paolo Veronese.

Mas, as representações nacionais da Bienal de Veneza, que seguem polarizando opiniões, dessa vez têm entre seus nomes mais reconhecidos Bruce Nauman, com uma retrospectiva no pavilhão americano. Já os países nórdicos terão curadoria dos artistas Michael Elmgreen & Ingar Dragset.

(© Folha de S. Paulo)


Ivo Mesquita leva à Itália artistas brasileiros que trabalham com a luz


Obra do pintor alagoano Delson Uchôa

DA REPORTAGEM LOCAL

Curador da 28ª Bienal de São Paulo, conhecida como a Bienal do Vazio, Ivo Mesquita selecionou para representar o Brasil em Veneza o fotógrafo paraense Luiz Braga e o pintor alagoano Delson Uchôa, escolha que parece contradizer o evento tão conceitual por ele organizado no ano passado. A Fundação Bienal, cuja crise foi um dos motes da mostra no ano passado, aliás, não teve condições de organizar a representação de Veneza, e a seleção de Mesquita só poderá ser vista pelo público, a partir do domingo, graças ao socorro do Ministério da Cultura. De Veneza, por e-mail, Mesquita explicou suas escolhas: (FC)

 

FOLHA - O que o norteou para escolher a representação nacional em Veneza?
IVO MESQUITA
- Veneza é a única mostra bienal que continua dentro do sistema de representações nacionais. Por isso reis, chefes de Estado, ministros de Cultura vêm a Veneza para inaugurar os respectivos pavilhões. Ao mesmo tempo, a cada nova bienal aparecem novos pavilhões de nacionalidades que não são nações, como ciganos, índios, galeses, escoceses, armênios, entre tantos outros. No regulamento da Bienal de Veneza, o item dois fala do interesse da curadoria dessa edição por artistas que hoje ainda trabalham em estúdios e com suportes tradicionais.

FOLHA - Por que nomes tão marcadamente fora do circuito Rio-SP?
MESQUITA
- No momento das escolhas, não me ocorreu esse pensamento. Acho que tenho uma perspectiva muito mais ampla da produção brasileira.

FOLHA - Depois de uma bienal bastante conceitual, parece estranho que sua escolha para Veneza seja de artistas que trabalham com suportes tão específicos como a fotografia e a pintura. Por que optou por essas linguagens?
MESQUITA
- Veneza é a terra de pintores como Ticiano, Tiepolo, Veronese, entre tantos outros que criaram o estilo veneziano de pintura, marcadamente colorista e luminoso desde o Renascimento. Foi pensando nisso que escolhi Luiz Braga e Delson Uchôa, pois se tratam de dois artistas que trabalham, magnificamente, com a luz e a cor, mas a partir de uma experiência brasileira. A fotografia de Braga é sobre pintura pela maneira como constrói e articula suas imagens, distanciando-se dos conteúdos sociológicos ou antropológicos que se poderia esperar de um artista da Amazônia. Uchôa, por sua vez, trabalha com uma palheta estridente de cores onde se mesclam tradição erudita e cultura popular, num claro processo de pintura hoje, empregando estratégias de apropriação, colagem e intenso trabalho manual. Ambos discutem pintura a partir de uma perspectiva conceitual.

(© Folha de S. Paulo)


Biennale: 'Fare Mondi' di luce, al via la 53ª edizione

Antonella Barina

VENEZIA - Nel buio della prima sala dell'Arsenale i fili d'oro della scomparsa artista neoconcretista Lygia Pape sembrano i raggi di tanti soli. Per Daniel Birnbaum, direttore di 'Fare mondi', la 53/a Esposizione internazionale d'arte della Biennale di Venezia, è importante illuminare l'oggi indicando i maestri che hanno influenzato le generazioni più giovani. Un filo diretto collega infatti le sperimentazioni di Pape alle panoramiche di un boreale paesaggio urbano visto da distante della padovana Grazia Toderi, classe '63. Ma, anche, alla spaesante installazione di elettrodomestici dormienti, con le loro luci pulsanti in notturno, del cinese Chu Yun, classe '77.

"Nel recuperare espressioni dal recente passato - dice Birnbaum - 'Fare mondi', con 90 artisti da tutto il mondo, non é animata da motivi nostalgici, ma dall'intento di trovare strumenti per il futuro e rendere possibili nuovi inizi". In 'Buddha's hands', Huang Yong Ping, cinese che lavora a Parigi, rappresenta le mani di Buddha: due immense corolle di cedro dalle virtù terapeutiche e sacrali: una è sospesa nel vuoto, l'altra stringe una collana di perle che sembrano sul punto di accendersi. La spagnola Sara Ramo, d'altra parte, invita lo spettatore a completare i suoi frammenti di racconto: sullo schermo, una sfera bianca rotola mossa dal vento.

Un altro spagnolo Jorge Otero-Pailos, espone in semitrasparenza, di latex i segni lasciati dalla storia su un muro del Palazzo Ducale di Venezia. Gioca a 'Fare mondi' l'olandese Madelon Vrisendorp con i suoi giocattoli giganti: invita il visitatore ad assemblarli per portare alla luce il proprio inconscio. Non è un caso che, in fondo al percorso delle Corderie, sia stata ingigantita a tutta parete l'immagine proiettata di un luminoso bonsai sul quale si proietta l'ombra più piccola dello spettatore che si avvicina. Neon, poi, per l'illusionistico pozzo senza fondo del cileno Ivan Navarro Threshold, autore anche di una serie di porte di tutti i colori dell'arcobaleno, apribili su mondi possibili.

Prelude alla porta aperta nel Giardino delle Vergini che da oggi, con nuovo ponte, collega l'Arsenale ai Giardini. Dopo le inaugurazioni ieri dei nuovi spazi di Cà Giustinian, sede della Biennale, ai Giardini è pronto tra l'altro il nuovo Palazzo delle Esposizioni che si candida - promette il presidente della Biennale Paolo Baratta - alle future attività permanenti dell'istituzione veneziana. Agli invitati, poi, è offerta la possibilità di dare un contributo tangibile per la biblioteca dell'Asac (Archivio Storico delle Arti Contemporanee). Un modo tangibile forse di "fare" nel campo dell'arte e della cultura che vuole avere in Venezia un punto costante di riferimento. Quello che è certo, intanto, è che tutta la città in questi giorni è costellata di esperienze, di esposizioni, di performance - come non ricordare i danzatori maori del Padiglione Neozelandese - che hanno nel contemporaneo dell'arte la loro essenza.

(© Ansa.it)

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