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Notizie d'Italia

   

 

Itália enterra vítimas do terremoto

11/04/2009

Foto: Efe

Mulher chora por familiar que morreu no terremoto que atingiu a região de Abruzzo, no centro da Itália
 

Sob forte comoção, 10 mil pessoas participam de funeral coletivo na região de Áquila; mortos chegam a 290

Reuters, AP, AFP e Efe, ÁQUILA, ITÁLIA

Sob decreto de luto nacional, uma multidão de cerca de 10 mil pessoas velou ontem em Coppito, vilarejo vizinho de Áquila, 205 vítimas do terremoto que devastou a região de Abruzzo, centro da Itália. Ontem, o número de mortos chegou a 290. Embora garanta que não há risco de novos sismos, o governo italiano admitiu que pelo menos mil réplicas foram registradas na região desde segunda-feira, quando ocorreu o terremoto devastador de 6,3 graus na escala Richter.

Fotos e flores foram depositadas por parentes, amigos e desconhecidos sobre os caixões, divididos em duas cores para diferenciar a faixa etária das vítimas. Os marrons eram de adultos. Os brancos, cerca de 20, de crianças. Parentes e participantes da cerimônia beijavam e se agarravam aos caixões, enquanto o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, conduzia as orações. "Sinto que meu coração renasceu, porque debaixo desses escombros há o desejo de reconstruir, de recomeçar, de fazer planos, de sonhar", disse o cardeal.

Um imã também participou do velório em respeito às vítimas muçulmanas.

Visivelmente emocionado, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, segundo homem mais rico do país, disse ontem que ofereceria como abrigo aos desalojados as luxuosas casas de campo que integram seu patrimônio. "Farei tudo o que posso também. Ofereço minhas residências", afirmou o premiê.

Berlusconi disse que há 40 mil desabrigados. Mas Agostino Miozzo, porta-voz da agência de defesa civil italiana, declarou que 31 mil pessoas perderam suas casas na tragédia, das quais 20 mil estão acampadas em tendas improvisadas em lugares onde a temperatura chega a 10°C. O restante, segundo Miozzo, foi instalado em hotéis nas cercanias de Áquila.

No vilarejo de Onna, o tremor vitimou um oitavo da população local. Sobre a possibilidade de novos tremores, o funcionário da defesa civil Marco Volponi, que trabalha em um dos acampamentos de sobreviventes, admitiu que "o clima é de medo". Mas, oficialmente, especialistas em Roma descartam a possibilidade de novos terremotos com a mesma intensidade do tremor de segunda-feira.

O promotor-geral de Áquila, Alfredo Rossini, abrirá uma investigação sobre os materiais e métodos usados nas construções dos prédios da cidade. A investigação, segundo o diário La Repubblica, pretende responder por que alguns prédios ofereceram tão pouca resistência ao terremoto.

Passados cinco dias da tragédia, equipes de resgate ainda conduzem buscas em toda região de Abruzzo. Ontem, a expectativa aumentou depois que bombeiros escutaram ruídos sob os escombros em Áquila. "Trouxemos cães farejadores e eles ficaram bastante agitados", contou um bombeiro. Ele alertou que o barulho pode ter sido feito por um animal. Até a noite, as buscas não haviam sido encerradas. Autoridades italianas garantiram que os trabalhos seguirão até a Páscoa.

Berlusconi afirmou que quatro cidadãos romenos foram presos por saquear lojas, mas garantiu que não foram registradas ondas de saque. Os detidos serão julgados em tendas improvisadas em Áquila.

DRAMA

Entre as vítimas já identificadas, a mais idosa tinha quase 100 anos. A mais jovem, 6 meses. Evandro Testa, de 96 anos, morto no terremoto, nasceu em 1913. Antonio Loavan Ghiroceanu, a vítima mais nova, havia nascido em 11 de dezembro. Sobre o caixão do bebê foram depositadas flores e um pequeno macacão azul com o desenho de um passarinho. Entre a multidão do velório, Anna Difilice, que perdeu seu filho Fábio, de 20 anos, disse que não sabe o que fará agora. "Só sei que jamais abandonarei esta cidade. Nunca."


PRECE FINAL

Tarcisio Bertone

Número 2 do Vaticano

"Sinto que meu coração renasceu, porque debaixo desses escombros há o desejo de reconstruir, de recomeçar, de fazer planos, de sonhar"

Sílvio Berlusconi
Premiê italiano

"Também farei tudo o que posso para ajudar os desabrigados. Ofereço minhas residências"

Marco Volponi
Defesa civil

"O clima é de medo"


TRAGÉDIA EM NÚMEROS

290 mortos

confirmados

20 mil pessoas
estão em tendas improvisadas pela defesa civil italiana

11 mil abrigados
em hotéis espalhados por toda região de Abruzzo

1 mil tremores
secundários atingiram a área desde segunda-feira

205 vítimas
foram veladas ontem

(© Estadão) 


Familiares enterram vítimas de terremoto na Itália; premiê pede união

Foto: Pier Paolo Cito/Associated Press

O cemitério da cidade italiana de Áquila, cidade italiana mais atingida pelo terremoto de segunda-feira passada (6), recebeu nesta sexta-feira os primeiros caixões após funerais de Estado pelas 289 vítimas. O premiê italiano, Silvio Berlusconi, participou da cerimônia e pediu aos milhares de familiares e moradores da região de Abruzzo que mantenham "clima de união".

"Diante de um acontecimento como este, não apenas pe necessário, mas indispensável, um clima de união", disse Berlusconi, que visitou, logo após o funeral, a sala de controle da Agência de Proteção Civil.

O cemitério de Áquila, capital de Abruzzo, receberá 150 dos mais de 200 caixões expostos nesta sexta-feira no funeral, entre eles, 20 caixões brancos de crianças.

O primeiro corpo a chegar ao cemitério local foi o de Rosa Antonini, a frente do interminável cortejo de carros fúnebres que percorre as ruas de Áquila após a realização do funeral de Estado na Praça de Armas da Escola da Guarda de Finanças.

Os caixões das vítimas foram levados nos ombros por membros das forças de segurança e das equipes de resgate italianos até os carros que os conduziram por uma cidade que nesta sexta-feira chora a tragédia causada pelo terremoto do dia 6 e as mais de 500 réplicas --tremores secundários de intensidade menor que ocorrem depois de terremotos-- que atingiram a região, destruíram cerca de 10 mil edificações e deixou milhares de desabrigados.

O funeral de Estado foi presidido pelo secretário de Estado vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, e dele participaram os máximos representantes das instituições italianas, entre eles o presidente da República, Giorgio Napolitano, e Berlusconi.

"Digo a vocês, como pai, que entendo a dor que isto pode representar", disse o premiê, que classificou a tragédia como "terrível, angustiante e lancinante".

Papa

A cerimônia do funeral começou em Áquila, cidade mais devastada pelo terremoto e pelos mais de 500 tremores seguintes, com a leitura de uma mensagem do papa Bento 16 lida pelo seu secretário pessoal, Georg Gaenswein.

O papa, que, na mensagem disse se juntar "ao luto dos que choram" por seus próximos, deve visitar a região após as celebrações da Páscoa neste fim de semana.

Bento 16 rezou pela "cura rápida dos feridos", cerca de 1.500, segundo dados do governo italiano, enquanto as pessoas próximas às vítimas, em prantos, com as mãos sobre a cabeça, escutavam a mensagem lida por Gänswein.

"Eu me sinto espiritualmente próximo de vocês para dividir esta angústia e pedir a Deus pelo descanso eterno" dos desaparecidos, acrescentou o papa.

O número dois do Vaticano, o secretário de Estado, Tarsicio Bertone, que oficia a cerimônia junto ao arcebispo de Abruzzo, Guisseppe Molinari, realizou a homilia diante de milhares de familiares das vítimas e moradores da região, que teve cerca de 10 mil edificações danificadas pelos tremores.

"Nos inclinamos perante o enigma indecifrável mas é também uma ocasião preciosa para entender qual é o valor e o significado da vida".

Com agências internacionais

(© Folha Online)


L'Italia in lutto piange i morti d'Abruzzo

Foto: Reuters

dell'inviato Matteo Guidelli

L'AQUILA - Le donne, le madri, sono sempre le piu' forti: ma non ce n'e' una che, passando davanti alla bara di Antonio Iovan, che ha vissuto solo 5 mesi e che ora sta chiuso in 50 centimetri di legno bianco, sia riuscita a trovare dentro di se' quella forza che le impedisse di piangere. Non e' un funerale qualsiasi, questo dell'Aquila, perche' 205 bare tutte insieme sono troppe: i morti della stazione di Bologna furono 85, due volte e mezzo meno di quelli di oggi. E quelli della Moby Prince 140, 65 in meno.

A Gemona, nel terremoto del Friuli del '76 morirono 369 persone, ma non ci fu un rito collettivo. Ecco, all'Aquila oggi c'e' stata una cosa nuova a cui solo la storia, domani, dara' un nome e che difficilmente l'Italia dimentichera'. 205 bare tutte insieme non ci sono mai state: 50 per fila, quattro file, ciascuna di 300 metri. Fanno male. Cosi' come annienta la Spoon River che c'e' sopra: foto, biglietti, peluche, una maglia da rugby, un solo fiore, un anello. Ricordi di vite sparite. Alle 7 sono gia' la', mentre i primi parenti cominciano ad arrivare in questa immensa scuola della Guardia di Finanza, che e' l'unica cittadella sopravvissuta di una citta' distrutta.

''Dio voglia che da questa insopportabile e assurda storia di morte nasca una nuova e luminosa storia di vita e di speranza'' dice dall'altare il vescovo dell'Aquila, Giuseppe Molinari, anche lui terremotato, strappando un applauso convinto durante una cerimonia, che, senza colonne, capitelli e organi, perde un po' di solennita', ma acquista molta umanita'. Ha ragione, Molinari e i primi a saperlo sono proprio gli aquilani che riscoprono nella piazza d'Armi della caserma l'Agora' greca, il centro della vita in comune: si avvicinano, si rincontrano, si abbracciano, ricordano. ''Ce la faremo''; ''Lo sapevo che stavi bene'', ''Non piangere, vieni qui''; ''Ero in bagno, perche' sono salvo non lo so''; ''Fate una new town'', Fate l'Aquila 1, l'Aquila 2 , l'Aquila 24 , ma fatela'', ''Dammi la mano''; ''Mamma domani posso andare da Giulia?''. Mai come oggi lo Stato e' presente. Con le prime quattro cariche dello Stato, i ministri, l'opposizione dentro e fuori il Parlamento, le forze armate e quelle di polizia, i Comuni, le Regioni e le Province e i volontari. Defilati, scegliendo di non togliere ai parenti spazio davanti alle bare. C'e' lo Stato, perche' sa che questa partita non la puo' perdere, pena la perdita di dignita' di un Paese. Napolitano e' stretto nel cappotto nero e i suoi occhi passano da una bara all'altra non riuscendo a nascondere la sofferenza. Berlusconi piange: lascia il settore riservato alle autorita' e si piazza tra i parenti in piedi. Stringe mani, accarezza volti.

Ad un giovane inginocchiato prova a infondere fiducia. ''Non in ginocchio, ma schiena dritta''. Ma e' difficile anche per un ottimista come il Cavaliere crederci fino in fondo. ''Esperienza lancinante - dira' poi - non dimentichero'''. Bertolaso, l'uomo delle emergenze, e' spaesato, lui cosi' sempre presente e sicuro. Loro, i parenti, sono invece nella terra di nessuno: quel mondo di dolore senza risposte, dove soli si entra e soli si esce. C'e' chi non ce la fa e sviene, chi sta seduto affianco alla bara del proprio caro, chi guarda nel vuoto per non guardare dentro di se'. Ci sono i sopravvissuti della casa dello studente, uno dei simboli di questo incubo. E ci sono le mamme di Onna, il paese distrutto, 39 morti su 250 abitanti, stanno mano nella mano, facce dure, di gente che sa cosa vuol dire soffrire, perche' la vita, anche prima del terremoto, non era facile.

E facce dolci, di gente semplice e genuina. C'e' anche il sindaco dell'Aquila Massimo Cialente, terremotato anche nell'anima. ''Devo salutare troppi amici, troppi vicini, troppi figli di colleghi in quelle bare. E' una tragedia''. ''Questa cosa segnera' la storia dell'Aquila - conferma il presidente della Regione, Gianni Chiodi - questo e' il giorno del dolore per la citta' e dell'Italia''. A tutti loro si rivolge Benedetto XVI nel messaggio letto dal suo segretario, padre Georg Gaenswein. ''Vi sono spiritualmente vicino in questa immane tragedia - scrive il papa - non bisogna cedere allo sconforto, perche' questo e' il momento di impegno in sintonia con lo Stato''. C'e' anche il messaggio del presidente dell'Ucoii Mohammed Nour Dachan, perche' tra le vittime ci sono anche sei musulmani e non importa che le loro bare oggi qui non ci sono. I morti sono tutti uguali, come dovrebbero essere i vivi. ''Il Dio unico - dice - aiuti l'Abruzzo a tornare a fiorire''.

Ma non e' oggi il giorno per scacciare l'incubo. Lo ricordano a tutti madre e figlia che i vigili del fuoco tirano fuori dalle macerie proprio mentre sono in corso i funerali. Sono morte domenica e solo ieri e' stata segnalata la loro scomparsa. Da qualche altra parte, nel centro deserto dell'Aquila, ci sono ancora morti da trovare. E incubo, peggiore, sono gli sciacalli, quei quattro romeni che con la complicita' di una loro concittadina che faceva la badante a un vecchio hanno svaligiato la casa mentre l'Aquila piangeva i suoi morti. Segno che il mondo sa essere cattivo e brutto anche quando potrebbe risparmiarselo. Meglio, allora, tornare ad Antonio Iovan e i suoi cinque mesi: se ne e' andato con la mamma Darnica e il papa' Laurentiu. Romeni venuti in Italia a cercare un futuro migliore e morti da italiani. Assieme ad Alessio, Caterina, Adriana, Salvatore, Giuseppina, Chiara, Michele, Maria Incoronata...

(© Ansa.it)

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