A Defesa Civil italiana divulgou um novo
balanço na manhã desta quarta-feira
informando que o número de mortos no
terremoto de segunda (8) chegou a 250 --dos
quais 17 ainda não foram identificados. Onze
pessoas ainda estão desaparecidas e mais de
1.000 feridas --cem em estado grave.
Na madrugada desta quarta-feira, mais
tremores foram sentidos em Áquila, o mais
forte deles, de 3,7 graus na escala Richter,
às 6h25, de acordo com o Instituto de
Geofísica e Vulcanologia italiano (tremores
secundários de intensidade menor, conhecidos
como réplicas, são comuns depois de
terremotos). O sismo teve duração de cerca
de 20 segundos, fez prédios e ruas tremerem
e, mais uma vez, assustou os moradores da
região. Durante a noite, a temperatura não
passou dos 5º Celsius.
A Defesa Civil alertou que ladrões chegam
de várias partes da Itália à região do
terremoto para saquear os edifícios que
tiveram de ser desocupados --e
consequentemente estão desprotegidos contra
furtos.
Na sexta de manhã, um funeral coletivo
das vítimas será celebrado no estádio de
Áquila, como propôs o arcebispado da cidade,
que quer que a cerimônia coincida com a
Sexta-Feira Santa. O governo declarará uma
data de luto nacional.
Amanhã, o presidente da Itália, Giorgio
Napolitano, deverá se dirigir a Áquila.
Parentes começam a se preparar para
enterrar os mortos. O primeiro funeral de
uma vítima está marcado para esta
quarta-feira, na cidade de Loreto Aprutino,
e será conduzido pelo arcebispo de Pescara.
Pelo menos 235 corpos foram armazenados em
um necrotério improvisado em uma escola da
Polícia de Finanças da Itália, perto de
Áquila, informou a imprensa local.
Ontem, os homens que trabalham no
resgate, muitos deles voluntários, tiveram
um momento de alegria e aplaudiram quando
resgataram uma estudante de 20 anos das
ruínas de um prédio de cinco andares no
centro de Áquila, cidade que registrou a
maioria dos mortos.
"Um resgate como esse vale o trabalho de
seis meses", disse Claudio, um bombeiro de
Veneza, depois que Eleonora Calesini, foi
tirada dos escombros. Segundo parentes, a
estudante, que usa um aparelho auditivo,
teve ferimentos em um braço, mas estava em
bom estado de saúde.
Mais cedo, uma mulher de 98 anos foi
resgatada depois de passar 30 horas embaixo
dos escombros.
Entre os mortos estão quatro estudantes
presos nos escombros de um dormitório da
Universidade de Áquila, informou a agência
de notícias Ansa. "A menos que haja um
milagre, fui informado que eles
provavelmente estão mortos," disse o reitor
da universidade, Ferdinando Di Orio. No
início da noite, os corpos de dois deles
foram localizados.
Muitas das vítimas eram estudantes da
universidade. Um bombeiro do porto de
Pescara, que foi à cidade ajudar os esforços
de resgate desabou em lágrimas depois de
localizar nos escombros o corpo de sua
enteada, que estudava em Áquila.
Novos terremotos
Cerca de 17 mil sobreviventes que ficaram
desalojados após o pior terremoto em três
décadas na Itália passaram uma noite de medo
em tendas e carros na região montanhosa de
Abruzzo. O tremor mais forte desde o
terremoto de segunda-feira derrubou
edifícios, incluindo partes da basílica e da
estação, quando o sol estava se pondo.
Em Áquila, o tremor derrubou partes da
Igreja das Almas Santas, cuja cúpula estava
comprometida, além de escombros dos
edifícios danificados na madrugada desta
segunda-feira. Os contêineres de água
instalados na estação de trens da capital de
Abruzzo também caíram.
"Nós avisamos as pessoas para não
voltarem para as suas casas", disse o
primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, em uma
entrevista coletiva em Áquila, onde prometeu
as buscas por sobreviventes irão continuar
pelos próximos dois dias.
O terremoto lançou detritos sobre
moradores e equipes de resgate em Áquila.
"Eu quero ir para casa! Quero ir para
casa!", gritou uma mulher identificada
apenas como Patrizia depois que pedaços de
fachada de um prédio em ruínas caíram sobre
eles.
Sua mão tremia quando homens do resgate
entregaram a ela um copo de água. O namorado
dela, Agostino Paride, 33, um engenheiro,
disse que eles tinham dirigido 70 km até
Áquila para levar alimentos e roupas para
parentes que estavam na barraca de um
acampamento.
O prefeito de Áquila disse que o
terremoto de 5,6 graus na escala Richter
deixou um morto --o que não foi confirmado
pelos bombeiros. Em Roma, 100 km a oeste, os
móveis tremeram nos andares mais altos dos
prédios. Há relatos de que um romano de 76
anos morreu após um ataque cardíaco.
"Nas duas últimas noites, eu dormi três
horas no máximo. Eu me sinto fisicamente e
mentalmente cansada pela falta de sono e
pelo medo", disse Ilaria Ciani, 35, que
passou as noites em uma grande tenda azul no
acampamento de sobreviventes em um campo de
esportes perto de Áquila.
O governo, que declarou estado de
emergência nacional, enviou tropas para a
região, criou 20 acampamentos e 16 cozinhas
de campanha para fornecer comida quente e
alojamento para 14 mil pessoas.
(Com agências
internacionais)
(©
Folha Online)
Construções
anti-terremoto
poderiam ter evitado
tragédia na Itália
Foto:
Chris Helgren/Reuters
Engenheiros e especialistas em
sismologia da Itália afirmam que
embora a intensidade dos terremotos
que atingem o país Itália não seja
tão grande como em outros países,
eles provocam maior destruição
porque não são respeitadas normas de
construção anti-sísmica.
Para o geofísico Antonio Piersanti,
do Instituto Italiano de Geofísica e
Vulcanologia (IGV), se as
construções de edifícios na Itália
aplicassem técnicas de construção
anti-terremoto, boa parte dos
efeitos devastadores de tremores
como o que atingiu a cidade de
Áquila, na última segunda-feira,
poderia ter sido evitada.
"Uma oportuna atenção a técnicas
construtivas resolveria quase
completamente o problema", disse
Piersanti à BBC Brasil.Segundo ele,
a intensidade máxima dos terremotos
na Itália dificilmente supera 6,5
graus na escala Richter, e não é
difícil resistir a abalos sísmicos
desta intensidade. O terremoto que
destruiu Áquila e 26 municípios na
região do Abruzzo teve uma magnitude
de 5,8 graus.
EUA e Japão "Na China e na Turquia
os terremotos chegam a 8 graus, mas,
mesmo assim, muito pode ser feito em
termos de construção para resistir a
eles. Na Itália, com intensidades
bem menores, poderíamos não ter mais
nenhum dano causado por todos os
terremotos que possam ocorrer no
país", afirmou Piersanti.
Outros especialistas concordam.
Franco Barberi, vulcanólogo e
presidente da Comissão de Grandes
Riscos da Defesa Civil italiana,
acredita que o terremoto que
devastou Áquila não teria provocado
os mesmos danos e vítimas se tivesse
ocorrido nos Estados Unidos ou no
Japão.
"Um tremor como este nesses países
não teria deixado nem mesmo um
morto", afirmou Barberi.
Na opinião do especialista, o fato
de o hospital de Áquila ter sido
parcialmente destruído pelo
terremoto demonstra que é necessário
um maior investimento nas
construções.
"Se até os edifícios que deveriam
ter sido construídos respeitando os
critérios anti-sísmicos sofreram
danos irracionais, então é preciso
controlar a qualidade das
construções. Principalmente as
estruturas públicas e estratégicas,
como hospitais e prédios do
governo", disse Barberi.
O prefeito de Áquila afirmou que
entre os prédios que desabaram não
havia apenas construções antigas,
mas também muitos prédios novos.
Reconstrução Para voltar à
normalidade, ao menos em Áquila,
serão necessários oito anos, segundo
o engenheiro Giandomenico Cifani,
pesquisador do Instituto de
Tecnologias da Construção da cidade.
"Depois de socorrer as vítimas,
serão feitas vistorias para
verificar o estado dos edifícios, a
relação dos danos para ver se as
pessoas podem voltar para suas casas
e o cálculo do custo de tudo isso, o
que leva muito tempo", afirmou
Cifani.
Segundo estimativas fornecidas pelo
Centro Europeu de Pesquisa e
Formação em Engenharia Sísmica,
publicadas por jornais italianos,
cerca de 80 mil edifícios públicos
precisariam ser reforçados em todo o
território nacional. Segundo o
geofísico Antonio Piersanti, a
Itália inteira está sujeita a abalos
sísmicos porque está localizada
entre duas placas tectônicas: a
africana e a euro-asiática.
"Os terremotos são pequenas
liberações da enorme quantidade de
energia acumulada pela colisão das
placas, que são massas gigantescas e
envolvem continentes inteiros",
explicou. "As macroplacas que formam
a crosta terrestre não estão
paradas, mas bóiam numa espécie de
oceano de magma muito viscoso, onde
os movimentos são muito lentos.
Quando colidem, fazem pressão uma
contra a outra e este fenômeno cria
os terremotos", disse Piersanti à
BBC Brasil. Conforme a explicação do
geofísico, as zonas mais sísmicas
estão no ponto onde essas placas se
encontram, o que acontece com a
Itália.
(©
UOL Últimas Notícias)
Terremoto do centro da
Itália danificou vários
monumentos históricos
Foto:
Gregorio Borgia/AP
ROMA, Itália (AFP) — Vários monumentos
históricos foram danificados nesta
segunda-feira pelo forte terremoto que
atingiu, principalmente, a região de
Abruzzos, no centro da Itália, matando pelo
menos 100 pessoas.
A cidade de L'Aquila, capital de
Abruzzos, fundada no século XIII, foi uma
das mais afetadas devido ao grande número de
bens arquitetônicos que possui, em grande
parte, da Idade Média.
Uma de suas mais belas e imponentes
igrejas, a basílica de Santa Maria di
Collemaggio, do século XIII, assim como as
igrejas barrocas de Santo Agostinho e do
Suffragio, do século XVIII, sofreram
desabamentos parciais, indicou em um
comunicado o Ministério para os Bens
Culturais italianos.
O campanário da igreja de São Bernardino,
joia do século XV e cuja fachada sobreviveu
a vários terremotos, desabou, indicou a
mesma fonte.
O imponente castelo do século XV,
construído durante a dominação espanhola,
que é sede do Museu Nacional de Abruzzos,
também sofreu danos materiais e teve que ser
fechado.
O tremor foi registrado de madrugada e
foi sentido em toda a região central da
Itália, acordando muitos moradores de Roma
com a queda de objetos e móveis.
Em Roma, as famosas Termas de Caracalla,
um dos monumentos mais imponentes da Roma
imperial, construídas no século III, ficaram
levemente danificadas pelo terremoto.
Segundo o encarregado dos bens
arqueológicos de Roma, Angelo Bottini, "os
especialistas constataram alguns danos que
devem ser avaliados com maior precisão",
disse.
As outrora luxuosas termas, a poucos
metros de distância do Coliseu, são uma das
maiores atrações turísticas da capital e são
consideradas uma das obras-primas da
engenharia romana.
Um fotógrafo da AFP visitou as ruínas e
constatou que foram abertas normalmente ao
público e que os danos não eram evidentes.
Bottini indicou que outros monumentos
romanos, como o Foro Romano e o Coliseu, não
foram afetados.
A Itália possui um patrimônio artístico
inestimável, cuja fragilidade ficou evidente
durante os terremotos de setembro e outubro
de 1997 na Umbria e em Marcas, duas regiões
do centro.
Nessa ocasião a famosa basílica de São
Francisco de Assis, célebre pelos afrescos
de Giotto, desabou e tevo que ser submetida
a uma grande e custosa restauração.
(©
AFP)
Foto:
Luca Bruno/AP
L'AQUILA (Reuters)
- La terra continua a tremare oggi in
Abruzzo, dopo la potente scossa di ieri
sera che ha provocato nuovi crolli e
panico, ma non ha fermato i soccorritori
che continuano a lavorare all'Aquila e
nei comuni vicini devastati dal sisma.
Continua intanto a
crescere il bilancio delle vittime,
fissato oggi dal presidente del
Consiglio Silvio Berlusconi a 260 morti,
di cui 16 bambini.
Nove salme sono
ancora da identificare e sono state
portate presso l'ex-stabilimento Kristal
carni per il riconoscimento. La
Protezione civile teme che tra le
vittime ancora senza nome possano
esserci diversi stranieri.
Berlusconi ha
confermato che i funerali di Stato si
terranno all'Aquila venerdì mattina alle
11. Le prime esequie saranno però questo
pomeriggio vicino a Pescara.
Il Papa ha
annunciato oggi all'udienza generale che
intende recarsi in Abruzzo, ma non ha
precisato quando.
"Appena
possibile spero di venire a trovarvi",
ha detto Benedetto XVI rivolgendosi agli
abruzzesi, di cui "condivide la loro
pena e le loro preoccupazioni".
Il Presidente
della Repubblica Giorgio Napolitano sarà
invece all'Aquila domani, secondo quanto
riferito dal Quirinale.
Il ministro per
il rapporti con il Parlamento Elio Vito,
in un'informativa al Senato, ha
precisato che i feriti sono 1.179, di
cui 179 più gravi che sono stati portati
in ospedali di altre regioni; 150 sono
state invece le persone estratte vive
dalle macerie dell'Aquila e degli altri
comuni della provincia coinvolti nel
sisma.
Il governo, ha
detto il ministro, proclamerà una
giornata di lutto nazionale per le
vittime del terremoto, ma la data è
ancora da definirsi.
Il
presidente della Regione Gianni Chiodi ha
invece precisato che 1.500 tecnici sono al
lavoro per realizzare un inventario
sull'agibilità degli edifici pubblici e
privati.
STAMANI
ALLE 6 SCOSSA DI MAGNITUDO 3.7
La scossa
più forte delle prime ore di oggi è stata
registrata alle 6:27 con magnitudo 3.7,
secondo i rilievi dell'Istituto nazionale di
geofisica e vulcanologia. Le località
prossime all'epicentro sono Ocre Fossa,
Sant'Eusanio Forconese, Poggio Picense,Villa
san'Angelo, Rocca di Cambio, San Demetrio,
Lucoli, Fagnano Alto, Rocca di Mezzo,
Barisciano, Prata d'Ansidonia, Tornimparte,
Fontecchio, Santo Stefano di Sessan, San Pio
delle Camere, Tione degli Abruzzi,
Caporciano e Carapelle Calvisio, spiega una
nota della Protezione civile.
Dalla notte
del sisma sono state circa 350 le scosse
dello sciame sismico che sono state
registrate nell'Aquilano.
La scossa
di ieri sera ha causato altri crolli, come
quello parziale della cupola della Basilica
delle Anime Sante, a poche decine di metri
dal Duomo, che era stata già danneggiata e
di parte della Casa dello studente.
E' stato
evacuato nella notte anche il carcere
dell'Aquila, in cui erano recluse 80 persone
in regime di detenzione speciale e 55
detenuti comuni, ha fatto sapere il
ministero della Giustizia.
Sono circa
20 le tendopoli e 16 le cucine da campo
allestite dalla Protezione civile per
assistere circa 17.000 senza tetto, mentre
altre migliaia di posti letto sono
disponibili negli alberghi della costa
adriatica.
Parlando
alla tv tedesca NTV il premier Silvio
Berlusconi ha detto che gli sfollati sono
pienamente assistiti, non manca loro niente
che devono "prendere questo come un camping
da fine settimana".
Ha poi
ricordato che molti alberghi sulla costa
adriatica sono pronti ad accogliere i senza
tetto.
(©
Reuters Italia)
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