VENEZA (ANSA) - O diretor de cinema alemão Wim Wenders, foi anunciado nesta sexta-feira presidente do júri do próximo Festival de Cinema de Veneza, que ocorre entre os dias 27 de agosto e 6 de setembro. "Wenders não é apenas um dos alemães sagrados do renascimento dos anos 1980, mas leva consigo uma reputação que tranqüiliza qualquer participante de um concurso que o vê como jurado. É um diretor profundo, sério, mas sem preconceitos, garantia do fato de que suas escolhas não serão parciais, evitando possíveis polêmicas", ressaltou o presidente do festival, Paolo Baratta.
A partir desta próxima edição do Festival, começará a ser entregue apenas um Leão de Ouro, somente para quem, de acordo com o júri, destacar-se sobre todos.
"Não haverá mais os prêmios ex-aequo (especial do júri), nem Leões de última hora, como ocorreu recentemente. Por isso, estou reescrevendo os regulamentos de todas as mostras, repensando inteiramente sua organização", disse Baratta.
O presidente do festival explicou que o processo não será rápido: "Será necessário um ano pelo menos, mesmo porque a mudança será explicada ao diretor (do júri) no primeiro dia em que começa a trabalhar, para evitar qualquer equívoco. Já eliminamos a competição de teatro, dança e música, pois não tinha sentido. Mas queremos também que no cinema haja um único Leão de Ouro, assim como apenas um Leão pela carreira. Sei que cada prêmio é um compromisso, mas com tantos Leões aumenta somente o número dos insatisfeitos".
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UOL Cinema)
Frank Gehry ganha o Leão de Ouro de Veneza Arquiteto que projetou Guggenheim de Bilbao é premiado pelo conjunto da obra "Gehry transformou a arquitetura moderna e a libertou dos limites da construção", diz curador-geral da Bienal, Aaron Betsky DA REPORTAGEM LOCAL O arquiteto norte-americano Frank Gehry, 69, venceu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza pelo conjunto de sua obra. Segundo os organizadores da mostra, o homem que projetou o museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, é "o arquiteto vivo que tem demonstrado mais claramente quão maravilhosa e produtiva pode ser a experimentação". Gehry já venceu o Prêmio Pritzker, considerado o "Nobel da Arquitetura", em 1989. Também projetou a sala de concertos Walt Disney, em Los Angeles; o Weisman Art Museum, em Minneapolis; a Dancing House, na República Tcheca; e sua própria casa, em Santa Monica, na Califórnia. Os jurados do prêmio em Veneza disseram, em comunicado oficial ontem: "o que talvez não entendam muitos que admiram suas formas sinuosas e o abraço cheio de luz de seus espaços é que a base dessas mesmas formas não é só intuição, mas anos de experimentos". A 11ª edição da principal mostra de arquitetura do mundo, que vai de 14 de setembro a 23 de novembro em Veneza este ano, tem como título "Out There: Architecture Beyond Building" (arquitetura além da construção). O curador do evento, o norte-americano Aaron Betsky, escolheu destacar, no lugar de projetos, a arquitetura e seu impacto no estilo de vida e experimentações em prol da forma, o que casa com a escolha de Gehry como vencedor do Leão de Ouro.
História "Frank Gehry transformou a arquitetura moderna e a libertou dos limites e restrições das práticas habituais da construção", afirmou Betsky. "Tão experimental quanto a arte que lhe serviu de inspiração, a arquitetura de Frank Gehry é nosso modelo mais moderno de arquitetura além da construção", acrescentou. Gehry, aliás, projetou um dos terminais do aeroporto de Veneza e venceu a competição para construir o chamado "Venice Gateway", projeto que inclui hotel, terminal marítimo e centro de convenções que vai ligar o centro histórico da cidade à região do aeroporto. O júri em Veneza também anunciou que entregará um Leão de Ouro pelo conjunto da obra ao historiador de arquitetura norte-americano James S. Ackermann, um dos maiores especialistas na obra do arquiteto renascentista Andrea Palladio, cujos 500 anos de nascimento são comemorados este ano, e também tido como um dos criadores da história da arquitetura moderna. Uma vez perguntado sobre seus ídolos e inspiradores na arquitetura, Gehry apontou para uma foto de obras de Brancusi (1876-1957) e disse que pensava "em artistas assim". "Ele influenciou mais minha obra do que a maioria dos arquitetos. Já disseram que um arranha-céu que fiz em Nova York parecia uma escultura do Brancusi", disse Gehry. Entre seus arquitetos preferidos, lista o finlandês Alvar Aalto. Nascido no Canadá, Gehry se naturalizou americano e se radicou em Los Angeles, onde se formou na USC (Universidade do Sul da Califórnia) e fez, em grande parte, projetos residenciais. Diz ainda admirar o americano Philip Johnson, ligado à Escola de Chicago e conhecido pelas casas que projetou.
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Folha de S. Paulo) |