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O Código de Michelangelo: Cabala na Capela Sistina?

28/06/2008

Fotos: Divulgação

Imagem da Capena Sistina
 

Na esteira do sucesso editorial e cinematográfico de O Código Da Vinci, do esperto Dan Brow, já ocupa o topo da lista de best seller do The New York Times o livro  The Sistine Secrets: Michelangelo's Forbidden Messages in the Heart of the Vatican (Os Segredos da Sistina: as mensagens proibidas de Michelangelo no coração do Vaticano). Escrita por Roy Doliner, estudioso  de arte e professor no Museu do Vaticano, e por Benjamin Blech, professor de Talmut e considerado um dos importantes rabinos cabalísticos, a obra, em 320 páginas,  promete revelar, depois de 500 anos, os segredos de Michelangelo Buonarroti, o artista italiano renascentista que, de 1508 a 1512, pinta o interior da Sistina.

A tese dos autores é de que na obra, encomendada pelo papa Julio II, apesar da resistência do artista, que não era familiarizado com as técnicas de afrescos, Micheelangelo adotou um código para a sua realização, baseado nos símbolos da cabala - um conjunto de antigos ensinamentos esotéricos  criados para decodificar o significado interior do Tanakh, ou Bíblia hebraica, e para explicar as razões de observâncias religiosas judaicas. Seria uma espécie de ponte entre a Igreja Católica e a fé judaica.

Nesse sentido, os autores vasculham o afresco identificando aspectos que justificariam a sua tese. A partir de uma acurada digitalização das imagens, identificaram o que seriam formas, a partir da posição dos membros de personagens retratados, que corresponderiam a letras em hebraico, que recordam conceitos do cabalismo. Destacam ainda outros aspectos: a árvore da vida, no afresco, não é, como habitualmente é retratada, uma macieira, mas sim uma figueira, o que está  de acordo com a antiga tradição judaica. A própria capela Sistina teria as mesmas proporções do Templo Santo de Jerusalém. 

E mais: o profeta Jonas vem representado em um grande peixe, como sugere o Midrash, e não a tradicional baleia da cultura cristã. A Arca de Noé pintada por Michelangelo evocaria o Talmud, porque se trata de uma grande caixa flutante. O mesmo acontece com Eva, que nasce não da costela mas de um lado de Adão.

Segundo os autores, Michelangelo teria disseminado símbolos e mensagens cabalísticas no coração da Igreja Católica, que também era o centro da Inquisição, como uma conseqüência dos conhecimentos que adquiriu na adolescência, com Giovanni Pico, o mais importante cabalista cristão do Renascimento, e com Marsílio Gicino, fundador da Escola de Atenas, na Firenze dos Médici.

A chave do código de Michelangelo seria, enfim, a idéia de construir uma ponte esotérica entre o cristinianismo e o judaísmo.

Ataques e críticas


 
A imaginação e a curiosidade em torno da obra de Michelangelo pode render muito dinheiro para os autores do livro. Foto: Divulgação

Os autores não se limitam a identificar o “código”. Também revelam que Michelangelo pintou vários ataques ao papa Julio II, que encomendou a pintura. Acham inclusive que, revoltado com a corrupção papal, o artista teria pintado o profeta Zacarias à semelhança do papa, tendo atrás de si um anjo fazendo um gesto extremamente obsceno.

Os críticos do novo livro já vieram à publico afirmar que, nos registros extensos e bem conservados de Michelangelo, não há qualquer referência a um código secreto. Marco Bussagli, professor de história da arte na Universidade La Sapienza, não tem dúvida de que as conclusões dos autores, sobre as mensagens anti-cristãs da capela Sistina, apenas indicam que está por iniciar uma nova síndrome, a exemplo do que ocorreu com o Código Da Vinci.

Na verdade, interpretações a respeito da obra de Michelangelo é o que não falta. Em 1990, Frank Meshberger argumentou, no jornal da Associação Médica Norte-Americana, que o painel central, que mostra Deus quase tocando em Adão, tinha a forma de um cérebro e de uma medula espinhal. Em 2000, Garabed Eknoyan viu a forma de um rim na pintura, enquanto em 2005 dois médicos brasileiros encontraram partes do corpo escondidas na pintura, inclusive um tubo brônquico no tronco da árvore do painel da criação de Eva.

Independente dos códigos, vale a pena conhecer a história desse gênio artístico. Confira no site historianet http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=197

(© Oriundi)

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