Desde a última quarta-feira (14) e até a próxima segunda-feira (19), o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin, assessorado pelo gerente Internacional da Secretaria, Pedro Rosa, cumpre agenda de encontros com órgãos de fomento e formação no campo audiovisual de diversos países. A Secretaria do Audiovisual, diretores da Ancine e a Divisão do Audiovisual do MRE fazem reuniões conjuntas com representantes de Itália (Festival de Roma), Portugal (Instituto Cinema Português), Reino Unido (UK Film Council), Alemanha (German Films) e Rússia.
O encontro com a organização do evento italiano tem como pauta a participação brasileira na edição deste ano, já que o país terá um papel de destaque no evento que ocorre em outubro na capital italiana - para além da exibição de filmes, a presença brasileira vai se espalhar pela cidade, com mostras de arte, música e cultura brasileira paralelas ao festival.
2008 é um ano especialmente proveitoso para o cinema nacional, uma vez que uma dezena de filmes brasileiros participam das diversas mostras do Festival de Cannes, principal evento internacional. O filme Ensaio sobre a Cegueira, uma co-produção entre Brasil, Canadá e Japão, abre oficialmente as exibições na França.
A Festa del Cinema
No ano em que o filme Ensaio sobre a Cegueira (Blindness) - uma co-produção entre Brasil, Canadá e Japão - abre oficialmente o 61º Festival de Cannes, na França, e cerca de uma dezena de filmes nacionais participam das diversas mostras do evento, a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), a Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) intensificam a participação institucional em Cannes, atuando pela presença da produção audiovisual brasileira em outros países e mercados.
Quando Walter Veltroni, cinéfilo inveterado e então prefeito da cidade, anunciou a criação do Festival Internacional de Cinema de Roma em 2006, muitos consideraram o evento como uma ameaça direta à respeitada, e mais tradicional, mostra de Veneza. Veltroni há tempos acalentava a idéia transformar a capital da Itália, sede dos famosos estúdios Cinecittá, em um palco central para a discussão e celebração da sétima arte, "A Festa del Cinema".
Os dois eventos têm um orçamento similar de cerca de 10 milhões de euros mas, ao contrário de Veneza, o financiamento do festival de Roma é quase inteiramente privado. À época, Marco Mueller, diretor do festival de Veneza, criou polêmica declarando que os filmes exibidos em Roma eram sobras que "nem nós, nem Cannes quisemos"
Mas, duas edições depois, ambos os eventos conseguem conviver de forma razoavelmente pacífica, sem interferir no nicho cinematográfico alheio. O próprio Veltroni defende que seu festival é uma "cultura diferente" com um apelo mais popular que o evento veneziano, o mais antigo do Mundo. No entanto, fica claro que ambos os festivais encontram tangências entre si, competindo pela exibição de filmes e pelo dinheiro dos patrocinadores.
A Festa del Cinema, que tem como foco produções independentes de todo o mundo, premiou na edição de 2007 o longa-metragem Juno, do canadense Jason Reitman, com o "Marco Aurelio Award", o principal prêmio do evento. O júri também consagrou o celebrado cinegrafista iraniano Abolfazl Jalili, enquanto o prêmio de melhor atriz ficou com a estrela chinesa Jiang Wenli e o de melhor ator com o sérvio Rade Serbedzija.
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Oriundi)