O Museu Oscar Niemeyer abre ao público, nesta
sexta-feira (29), a exposição “Volpi – O mestre de sua época”, primeira
individual do artista em Curitiba e uma das maiores exposições do ano no Paraná.
Ao todo serão 117 obras, feitas entre 1920 e 1970, organizadas pelo curador
Olívio Tavares de Araújo. Os quadros pertencem a 40 colecionadores brasileiros.
A mostra poderá ser visitada até o dia 30 de setembro.
“Esta exposição será um marco para o museu porque as obras de Alfredo Volpi
contam uma parte importante da história da pintura brasileira”, disse a
presidente do Museu, Maristela Requião.
Entre os quadros que serão expostos estão Manequins e Melancias (1950),
Costureira (1940), Vista de Santos com o Mar ao Fundo (início dos anos 50),
Sereia (1960), Grande Barco Negro (1960) e as composições com bandeirinhas. O
quadro símbolo desta exposição será Bandeirinhas e Mastros, pintada na metade
dos anos 60.
O artista
Alfredo Volpi nasceu em Lucca, Itália, em 14 de abril de 1896. Dois anos
depois a família imigrou para o Brasil e foi morar no Cambuci em São Paulo,
bairro onde passou toda a vida. O pai, Ludovico Volpi, abriu um pequeno comércio
de queijos e vinhos para manter a família. Ainda criança, Alfredo começou a
trabalhar como entalhador, encadernador e outros ofícios manuais.
Ele foi alfabetizado em italiano e falava com sotaque. Apesar de nunca ter se
naturalizado, Volpi sempre dizia que o seu coração era braleiro. Ele voltou
apenas uma vez a Itália, em 1950.
O pintor ítalo-brasileiro é considerado pela crítica como um dos artistas
mais importantes da segunda geração do modernismo, apesar de não ter participado
da Semana de Arte Moderna de 1922.
Autodidata, começou a pintar em 1911, executando murais decorativos. Em
seguida, trabalhou com óleo sobre madeira. Sempre valorizou o trabalho
artesanal, construindo suas próprias telas e pincéis. As tintas eram feitas com
pigmentos naturais, usando a técnica de têmpera.
Foi ainda pintor-decorador, em residências da sociedade paulista da época.
Fez a primeira exposição individual aos 48 anos de idade. Segundo o curador
Olívio Tavares de Araújo, Volpi não teve acesso ao movimento modernista, apoiado
pela elite intelectual e social da época. “Se ele entrou alguma vez nestas
residências foi de tamanco e carregando baldes de cal, para trabalhar e não para
conversas inteligentes e saraus”, disse.
Na década de 40, através das paisagens de Itanhaém, começou a delinear um
novo caminho na pintura.
Nos anos 50 Volpi já era um pintor respeitado, principalmente pelos críticos.
Neste período passou para o abstracionismo geométrico e iniciou a série de
bandeiras e mastros de festas juninas. Em 1954 recebeu o prêmio de Melhor Pintor
Nacional na 2ª Bienal de São Paulo e três anos depois foi um dos integrantes da
1ª Exposição de Arte Concreta.
Fez parte do prestigiado Grupo Santa Helena, assim chamado porque todos os
participantes tinham como local de trabalho o palacete do mesmo nome. Faziam
parte deste grupo Aldo Bonadei, Mário Zanini, Clóvis Graciano, Fúlvio Penacchi e
outros que se voltaram para a pesquisa, desenvolvimento de técnicas apuradas e
observação.
A partir da década de 60 as bandeirinhas passaram a ser signos, formas
geométricas compondo ritmos coloridos e iluminados. Volpi morreu aos 92 anos, em
1988, em São Paulo.
Serviço
Museu Oscar Niemeyer
Volpi – o mestre de sua época
De 29 de junho a 30 de setembro
De terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes
(estão isentos do pagamento de ingresso crianças de até 12 anos, maiores de 60
anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e
fundamental)
Patrocínio Copel
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999, bairro Centro Cívico
Curitiba - Paraná
(41) 3350-4400