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2007, o “Ano Garibaldino”: homenagem a Giuseppe Garibaldi

18/06/2007

Acervo da Assembléia Legislativa do Estado do RS

Garibaldi e Anita com o filho recém nascido nos braços. Pintura de Guido Mondin, sobre a Revolução Farroupilha.
 

Na história dos gaúchos há um lugar especial para o italiano Giuseppe Garibaldi, também conhecido como o “Herói de Dois Mundos”, que na Itália e no Brasil, no século 19, marcou sua vida e a dos homens de bons costumes, na luta pela democracia, igualdade, fraternidade.

Em 2007 está sendo comemorado o bicentenário do nascimento de Garibaldi, tanto aqui no Brasil como na Itália. Já no Rio Grande do Sul, diversas entidades culturais da Itália e do Brasil constituíram o Comitê Nacional para as comemorações dos duzentos anos do “Herói de Dois Mundos”.

Giuseppe Garibaldi nasceu em Nizza (hoje a cidade francesa Nice, sobre o Mediterrâneo), sendo sua nacionalidade italiana por direito de sangue, em 4 de julho de 1807, o segundo filho do casal Ângelo Domênico Garbialdi e Rosa Raimondi, ambos naturais do povoado chamado Loano (Gênova/Itália).

É sempre importante ter a oportunidade de rememorar uma das figuras mais importantes da nossa história, que foi Giuseppe Garibaldi, pois dedicou os 75 anos de sua existência à causa da liberdade, lutando sempre contra as tiranias.

Garibaldi estudou na escola para marinheiros, mas foi pelo seu próprio esforço que adquiriu sólida cultura. Aprendeu caligrafia, matemática, história romana, inglês, francês e geografia, com dois professores particulares.

Chegou ao Brasil em 1836, sendo um jovem marinheiro, idealista e sonhador, corajoso e ousado, mas praticamente um jovem inexperiente. Sua militância era exclusivamente marinheira, pelos portos do Mediterrâneo e até um pouco mais longe. Suas adesões aos carbonários e posteriormente à jovem Itália de Mazzinni são fatos que dizem do seu treinamento como marinheiro e o começo de uma conscientização política.

O fator determinante, a mudança radical, a virada na trajetória do herói, o encontro dele e seu destino, vai se dar exatamente com esta viagem para o Brasil, que foi o caminho sem volta de uma aventura que marcaria luminosidade e a vida do italiano nascido em Nice.

Em 20 de setembro de 1835 explode uma revolução na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Os liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva contra os conservadores, que tiveram vários chefes ao longo de dez anos que durou a luta armada. Depois de um ano de revolução intransigente dos liberais apelidados de farroupilhas ou farrapos contra conservadores apelidados de camelôs ou caramurus, os farroupilhas desistiram da paz e proclamaram a República, separando o Rio Grande do Sul do Brasil, com o nome de República Rio-Grandense, tentando ao longo de nove anos organizar a estrutura de uma nação independente republicana, assolada por muitos problemas mas cheia de bravura tratando de realizar um Estado completo com os serviços públicos o exército e a marinha porque os tempos eram de guerra. Aí é que entra Garibaldi.

Lívio Zambeccari, de família nobre de Bolonha, força a aproximação do jornalista e intelectual Luigi Rosseti com o herói preso no Rio de Janeiro, depois de uma desastrada batalha perto de Porto Alegre na Ilha do Fanfa, em que foi traído por um antigo comandado seu e instado por Zanceccari com o entusiasmo de Rosseti e a cobertura certamente de Giusepe Mazzinni na Itália, Garibaldi concorda em receber da nova república do sul, “carta de corso”, ou seja, uma autorização oficial de uma nação a realizar ataques, ações de guerra contra qualquer embarcação de outra nação inimiga no caso, o Império do Brasil.

Em Santa Catarina, Garibaldi e os Farrapos proclamaram a República Juliana na gloriosa imprudência com quem sonhavam transformar todas as províncias do Império Brasileiro em Republicas autônomas, porém federadas. Sua atuação e dos barcos imperiais que tomou como presas de guerra e colocou sob seu comando na campanha de Santa Catarina, foi notável sob todos os aspectos, revelando-se mais que um simples comandante de barco de guerra, mas um verdadeiro almirante, capaz de traçar estratégia naval, com uma visão abrangente do teatro de guerra, operando em conjunto com as forças terrestres.

Por Francisco Appio – Deputado Estadual – autor do projeto de lei 33/2007, que institui 2007 como o “Ano Garibaldino”, aprovado por unanimidade na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. E-mail: francisco.appio@al.rs.gov.br

(© Folha de S. Paulo)

 

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