Amore Storie
é uma produção ítalo-brasileira sobre Anita Garibaldi
Ansa
SYDNEY - A atriz italiana Sophia Loren, ícone do cinema,
participará na Austrália da pré-estréia mundial do filme
Amore Storie, dirigido por Aurélio Grimaldi, uma
produção ítalo-brasileira que conta a história de amor
entre Anita e Giuseppe Garibaldi, e que abrirá
oficialmente o Australian Film Festival no dia primeiro
de junho.
O longa, na verdade,
concentra-se sobre a trajetória de Anita (interpretada
por Milena Toscano), desde o seu primeiro casamento com
um sapateiro, até o encontro com Garibaldi (o italiano
Maurizio Aurelio), culminando com a Revolução
Farroupilha. O elenco ainda conta com o ator italiano
Nicola Siri, conhecido do público brasileiro como padre
Pedro da novela global Mulheres Apaixonadas.
A presença de Sophia
no evento foi confirmada pela imprensa, após uma série
de negociações com o agente da atriz, Giovanni Albanese.
"A participação de Sophia é uma grande façanha para os
organizadores do festival", comentou.
Entre os outros filmes
que participarão do festival estão Salvatore - Questa
è la Vita, de Gian Paolo Cugno, Santo Antonio -
Guerreiro de Deus, de Antonello Belluco, sobre a
vida de Santo Antonio de Pádova, e Cover Boy -
L´Ultima Rivoluzione, de Carmine Amoroso, que conta
a história de amizade entre um romeno e um italiano.
(©
Agência Estado)
Crítica/cinema/"Vermelho como o Céu"
Drama italiano questiona os sentidos
do mundo das imagens
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
"Vermelho como o Céu" é um caso interessante de como um
filme pode dar certo, a despeito das armadilhas em seus
pontos de partida. Ao narrar a história real de um
garoto que perde a visão depois de um acidente, vai
parar numa escola religiosa, onde é maltratado por
colegas e pelo diretor autoritário e descobre uma via
sensível peculiar, o roteirista e diretor italiano
Cristiano Bortone corria o risco de resultar num filme
de fórmula, a do drama edificante.
A vantagem é que o cineasta enxergou as facilidades e as
tomou como contra-exemplo. É no tratamento simbólico da
perda da visão que Bortone supera os riscos e realiza um
trabalho ao mesmo tempo emocionante e rico em
possibilidades narrativas.
A partir do drama de Mirco, o diretor constrói uma
reflexão sobre o poder de ilusão e encantamento que o
cinema guarda. Seu protagonista logo se descobre um
hábil construtor de histórias. Sem a visão, contudo,
Mirco apela para a audição, como o sentido que lhe
permite alcançar um novo patamar de significados. É
nesta encenação do sensorial que o filme ganha relevo.
Postos no lugar em que a imagem visível encontra-se fora
do alcance, seus personagens aventuram-se na construção
de outras imagens. Isso permite ao diretor manter o
espectador atento ao visível e ao mesmo tempo conduzi-lo
além.
A questão mais estimulante com que se defronta o
cineasta é: como filmar os sons? Por meio desse desafio
o espectador é levado a questionar a uniformidade do
mundo das imagens, do qual nos tornamos reféns.
Pois, em
vez de fetichizá-las, como no cultuado "Cinema
Paradiso", "Vermelho" desconstrói seu mecanismo,
demonstrando, por meio dos sons, como se constitui a
ilusão.
Desse modo, o que oferece é uma lição plena de sentidos.
VERMELHO COMO O CÉU
Direção: Cristiano Bortone
Produção: Itália, 2005
Com: Luca Capriotti, Francesco Campobasso e
Simone Colombari
Onde: em cartaz no Cine Tam, Reserva Cultural e
Cinesesc
Avaliação: bom
(©
Folha de S. Paulo) |