Recentemente, o italiano foi
oficializado pelo Parlamento do país como a língua da
República. Um ato formal que se insere no esforço
permanente do Estado em enquadrar os italianos em um
padrão lingüístico único. No entanto, pesquisa divulgada
pelo Istituto Nazionale di Statistica – Istat revela
que, apesar avanços, continua prevalecendo a tradição
passada pelos nonos e pelos pais e preservada em
diferentes comunidades e regiões: mais da metade dos
italianos (54,5%) ainda falam de forma prevalente o
dialeto no âmbito familiar.
No Norte, o Veneto e Trento são as regiões onde o
dialeto prepondera, quando não é exclusivo, na
comunicação familiar. Porém, é no Sul que o idioma local
supera de longe a língua oficial do país. Na Calábria,
por exemplo, apenas 20,4% da população a utiliza. Já na
Toscana (83,9%), na Liguria (68,5%) e no Lazio (60,7%)
as famílias, em sua maioria, já falam o italiano entre
si.
A pesquisa, feita com 24 mil famílias em um total de
54 mil pessoas, indiciou que o percentual dos que falam
italianos quando estão entre amigos cresce para 48,9%,
aumentando de maneira considerável quando o interlocutor
é um estrangeiro – 72,8%. O uso misto do dialeto e do
italiano é falado em família, por pessoas com idade
acima de seis anos, por 32,5%.
Quando mais aumenta a idade, mas cresce o uso do
dialeto. Dos que já passaram de 50 anos, 32% o utiliza
nas conversas familiares. As mulheres são mais propensas
a se exprimir em italiano, seja em família como entre
amigos – 51,6% contra 46% dos homens. O dialeto é
utilizado principalmente por quem possui títulos de
formação mais baixa.
O estudo do Istat voltou a comprovar que os italianos
não são afeitos a aprender uma língua estrangeira.
Apenas 9,1% declarou saber se comunicar fluentemente e
utilizar com eficiência um outro idioma.