O italiano Nigi, radicado em Belo Horizonte,
produz uma arte com rara capacidade de combinar
elementos de expressão lírica e dramática com
estruturas racionais. Foto: Divulgação
“O Brasil é um país colorido, que inspira à criação
de belas obras, ainda mais para quem utiliza todas as
possibilidades que as cores podem oferecer. Além disso,
o clima de Belo Horizonte é ótimo para a pintura”. As
palavras resumem um pouco os sentimentos que levaram o
italiano Umberto Nigi a se decidir por morar no país e,
mais particularmente, na capital mineira há seis anos.
No último mês, o artista teve suas obras expostas na
sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, um espaço
privilegiado e altamente conceituado.
Na verdade, Nigi reconhece que o convite para expor
na Galeria de arte da ONU, que contou com o apoio do
Instituto Italiano de Cultura de Nova Iorque e do
Circolo Italiano di Cultura NY, foi o mais importante
passado de sua carreira. Afinal, observa, trata-se de um
espaço de difícil acesso e Nova Iorque é uma cidade de
grande projeção no mercado internacional.
Mas Nigi não pára por aí. Já prevê uma exposição no
museu Niemayer do Rio de Janeiro e também pretende levar
suas obras para Buenos Aires, onde pretende mostrar o
seu estilo com cores em suas mais diferentes matizes e
pinceladas que mereceram a seguinte descrição do crítico
Fábio Magalhães: “rara capacidade de combinar elementos
de expressão lírica e dramática com estruturas
racionais. Geometria e gestualidade” .
.
Nascido em 1945, na Ilha de Gorgona (Itália), Nigi
mudou-se com a família, em 1954, para Livorno, famosa
por ser a terra natal do pintor Amedeo Modigliani. Em
1960 começou a frequentar o ateliê dos pintores de
Livorno. Em 1964 foi à Paris pela primeira vez, atraído
pela pintura impressionista. No ano seguinte, de volta a
Livorno, onde começou a pintar, destacou-se na tendência
definida pelos críticos como primitivista. Um de seus
quadros conquistou o concurso literário "Città di
Carrara" de 1974.