Menino foi encaminhado a orfanato depois
que irmã foi acusada de agredi-lo
SÃO PAULO - O Tribunal de
Apelação de Turim decidiu nesta quinta-feira, 19, formar
uma comissão composta por assistentes sociais e
psicólogos para verificar qual a melhor solução para o
caso do menino brasileiro que estava para ser adotado à
revelia.
"É um ótimo resultado,
agora há possibilidade de se resolver o caso pensando
exclusivamente no bem-estar do menino", comentou o
cônsul-geral do Brasil em Milão, Antonio Augusto Dayrel
de Lima, que está cuidando do caso pelo lado do governo
brasileiro.
A audiência da Corte de
Apelação, que durou cinco horas, deveria ter decidido se
o menino, que tem 13 anos e vive na Itália desde os 3
anos de idade, pode voltar ao Brasil com a mãe legítima,
ou se deve ser adotado por uma família italiana.
De nacionalidade e pais
brasileiros, o menino foi morar na Itália com uma irmã
por parte de pai em 1998. A irmã passou a sofrer de
depressão e maltratar o menino, perdendo a guarda dele,
que foi para um orfanato.
Psicólogo
De acordo com o tribunal
de menores de Turim, ele estava disponível para a
adoção, mas a mãe natural entrou com processo na Justiça
brasileira para reavê-lo e ganhou a causa. A decisão do
tribunal brasileiro não foi aplicada na Itália.
Segundo a lei italiana, o
menino vivia em território italiano e o bem-estar dele
deveria ser tutelado segundo as leis do país. O
processo, que está na segunda instância na Itália,
começou em 2003. A mãe, Civanilde Costa Marques, não vê
o filho desde 2001. O pedido que ela fez para ver o
menino foi recusado pelo tribunal de menores de Turim.
Agora, conforme as
indicações da Corte de Apelação, os dois poderão se
encontrar, mas antes cada um deles vai conversar,
separadamente, com especialistas nomeados pelos juízes.
A comissão, que deve começar os trabalhos na terça
feira, 24, vai encontrar também a família que está
querendo adotar o menino.
"Pela primeira vez em
todos estes anos de disputa judicial, será possível
fazer com que mãe e filho se encontrem", disse o
cônsul-geral. O governo brasileiro, que está custeando
todas as despesas da mãe neste processo, agora vai ter
que nomear um psicólogo para acompanhar os trabalhos da
comissão italiana.
Segundo o funcionário do
consulado geral em Milão, Claudio Barbieri, que foi
ouvido como testemunha no processo, isso é previsto pela
lei italiana. "As duas partes, conforme a lei, devem ter
seus especialistas", disse.
"Afetuoso"
O representante do
consulado brasileiro esteve com o menino antes da
audiência desta quinta, mas não falou sobre a mãe,
porque era proibido. "Ele estava bem, afetuoso. Toca
violão, faz canoagem, tem namorada e nos fins de semana
gosta de ir no sítio da família de agricultores que quer
adotá-lo", disse Barbieri.
O trabalho da comissão
deve durar um mês. Neste período, a mãe deverá
permanecer na Itália. Muito emocionada, Civanilde disse
que vai ser muito difícil suportar este período, longe
da família, que ficou em São Vicente Ferrer, no
Maranhão. "Estou contente, mas muito agoniada, com muita
saudade de casa e da minha filha, não agüento mais,
nunca fiquei tanto tempo longe de casa."
(©
Agência Estado)
Inter de Milão e
Curitiba se unem em favor das crianças e adolescentes
Programa desenvolvido pela Inter de Milão, que
agora inclui Curitiba, prevê ações sociais que
aliam educação e esporte.
Uma parceria entre o Instituto Pró-Cidadania de
Curitiba (IPCC) e a Inter de Milão, uma das mais
importantes equipes de futebol da Itália, vai
proporcionar a 250 crianças e adolescentes de Curitiba a
oportunidade de participar de uma escola de futebol,
conforme foi anunciado nesta semana.
O programa, desenvolvido pela Inter em 32 países,
prevê ações sociais que aliam educação e esporte. Com o
apoio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e do
Paraná Clube, alunos que integram os programas de
contraturno escolar do IPCC vão participar da escola de
futebol. Eles terão aulas todos os dias, recebendo
uniformes, acompanhamento psicológico e pedagógico.
"O objetivo é formar futuros craques, tanto como
jogadores de futebol como cidadãos. Estamos confiantes
que essa parceria vai mudar para melhor a vida de muitas
dessas crianças", afirmou a vice-presidente do Instituto
Pró-Cidadania, Dacylia dos Santos Vieira, que
representou na solenidade a presidente do IPCC e da
Fundação de Ação Social (FAS), Fernanda Richa.
O secretário municipal do Esporte e Lazer, Raul
Plassmann, destacou a importância do clube italiano na
formação de novos craques pelo mundo. "Em 1981, joguei
contra a Inter de Milão, na Itália, e pude verificar a
seriedade e o profissionalismo do clube. Tenho certeza
que essa postura é adotada em seus projetos sociais",
disse o ex-goleiro Raul Plassmann.
A advogada Adriana Pena, idealizadora do Projeto
Inter Futura no Brasil, lembrou aos alunos que é preciso
manter a freqüência na escola para continuar a
participar do projeto. Adriana, que representou a
diretoria internacional da Inter de Milão, estava
acompanhada do vice-presidente social do Paraná Clube,
Daor de Oliveira, que será responsável pela
infra-estrutura profissional na implantação do projeto
em Curitiba.
No total, 250 crianças da capital, meninos e meninas,
participarão do Projeto Inter Futura. Nos bairros
atendidos pelo Centro de Referência de Assistência
Social Itatiaia, no CIC, quatro associações de moradores
participaram da escolha de alunos da região para
integrarem o projeto. Dois desses alunos, Rodrigo
Santana e Anne Carolina Ferreira, já receberam as
camisas e calções da Inter de Milão. Eles mostraram seu
talento fazendo embaixadinhas com as bolas doadas ao
projeto.
(©
Oriundi) |