A 34ª Jornada Internacional de
Cinema da Bahia, que terá como lema "Por um mundo mais
humano", programada para acontecer de 12 a 18 de outubro
próximos, homenageará o cineasta italiano Francesco Rosi
por ser o cineasta do país que realiza produções mais
identificadas com o ideário que tem pautado, por mais de
30 anos, a trajetória de afirmação ideológica do evento.
O principal destaque da jornada será a integração
cinematográfica latino-americana, um processo iniciado
na segunda metade dos anos de 1950 com os pioneiros
Nelson Pereira dos Santos e Fernando Birri, para o qual
contribuiu também a influência do neo-realismo e do
mestre do documentarismo mundial Joris Ivens. Esse
desejo de integração ganhou nova dimensão com a
revolução cubana e conquistou a Europa através da Itália
no início dos Anos 60, revelando o Cinema Novo
Brasileiro e o Novo Cine Latino-Americano.
Rosi
Francesco Rosi nasceu em 1922, em Nápoles, onde
passou a infância e a juventude. Nessa época, levado
pelo tio, mergulhou no mundo do teatro, do circo e da
ópera. Formou-se em Direito, mas, influenciado pelo pai,
um bem-sucedido ilustrador, acabou fazendo os desenhos
de uma edição de Alice no País das Maravilhas.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, após trabalhar
na Rádio Napoli, mudou-se em 1946 para Roma, onde atuou
como ator de teatro e assistente de direção. Não demorou
a descobrir o cinema, tornando-se auxiliar dos cineastas
Luchino Visconti (em A Terra Treme, Senso e Belíssima),
Michelangelo Antonioni e Mario Monicelli.
A sua filmografia inclui ainda: I Magliari (1960),
Salvatore Giuliano (1963, Urso de Prata no Festival de
Berlim), O Momento da Verdade (Il Momento de la
Veritá,1965), C'era Una Volta (1967), Uomini Contro
(1970), O Caso Mattei (Il Caso Mattei, 1971), Lucky
Luciano (1973), Cadaveri Eccellenti (1975), Cristo Se é
Fermato a Eboli (1977), Os Irmãos (I Fratelli,1981),
Carmen (1984), Crônica de Uma Morte Anunciada (Crónica
de Una Morte Anunciada, 1987), Olvidar Palermo (1990) e
Diário Napolitano (Diario Napolitano, 1992).