THOMPSON LOIOLA
Da Redação
A fundação Biennale de Veneza, organizadora do mais tradicional evento
das artes no mundo, anunciou a lista completa dos artistas participantes
da 52ª edição, de 10 de junho a 21 de novembro. Em 2007, há um recorde
de 77 países, representados por cerca de 100 artistas, e uma seção para
a produção contemporânea do continente africano, chamada "Check List" e
apresentada no Arsenale, espaço principal da Bienal. O tema deste ano é
"Pense com os Sentidos, Sinta com o Pensamento - Arte no Tempo Presente"
(Pensa con i Sensi, Senti con la Mente - L'arte al Presente").
Brasileiros, latino-americanos e um inglês
Os artistas Rafael Lain & Angela Detanico (SP) e José Damasceno (RJ),
indicados pelo curador da Fundação Bienal de São Paulo, Jacopo Crivelli
Visconti, compõem a representação nacional brasileira. Eles não serão,
porém, os únicos do país a ocupar os pavilhões do centro histórico e
cultural da cidade dos canais. Há convidados da própria curadoria da
Bienal de Veneza, chefiada pelo professor e curador norte-americano
Robert Storr.
Em visita ao Brasil no ano passado, Storr interessou-se por trabalhos
dos fotógrafos Elaine Tedesco (RS) e Neil Hamon, um britânico que vive
em Londres mas é representado pela galeria paulistana Leme. Integram
também a lista da Biennale o paulista Iran do Espirito Santo, o cearense
Leonilson e os cariocas Waltercio Caldas, Paula Trope e o Grupo Morrinho
-projeto sociocultural com que Paula já desenvolveu parceria.
Outros nomes que podem ser familiares ao público brasileiro são o do
argentino León Ferrari e o do cubano Felix González-Torres -ambos
participaram da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006.
Bourgeois, Calle, McQueen
Outras participações importantes são das francesas Louise Bourgeois e
Sophie Calle e do inglês Steve McQueen. Autora da imensa aranha
instalada em uma sala do MAM-SP, sob a marquise do Parque Ibirapuera,
Bourgeois nasceu em Paris em 1911 e é um dos maiores nomes em atividade
nas artes. Filha do dono de uma oficina de tapeçaria, interessou-se
particularmente pelas representações artísticas desse ofício e pela
expressão da sexualidade latente e reprimida em sua família, na infância
e juventude.
Calle (Paris, 1953) já expôs na conceituada bienal do Whitney Museum, de
Nova York, no Georges Pompidou de Paris e na Whitechapel de Londres,
dentre outros. Revela as relações entre memória, imagem e intimidade em
seu trabalho fotográfico, performances e instalações. Em um de seus
trabalhos mais curiosos, "Suíte Veneziana" (1980), seguiu um homem que
conheceu em uma festa e o fotografou durante duas semanas.
McQueen, nascido na Inglaterra em 1969, vive em Amsterdam, já ganhou um
prêmio Turner e trabalha com videoarte e projeções de imagens. Exibiu no
Masp, em 1991; na Documenta de Kassel, em 1997; e no San Francisco
Museum of Modern Art, em 1998. Seus vídeos caracterizam-se por uma
preocupação com o equilíbrio entre elementos formais da técnica -como
enquadramento, iluminação e velocidade- e o improviso e a espontaneidade
da performance. Sobre "Drumroll", filmado nas ruas de Nova York em 1999,
ele chegou a dizer que se sentiu "como um músico", apenas conduzindo o
processo.
Destacam-se ainda na edição 2007 da Biennale a americana Elizabeth
Murray, o alemão Gerhard Richter, o japonês Masao Okabe e as estréias de
México, com Rafael Lozano-Hemmer, e Bulgária, com uma instalação de
Pravdoliub Ivanov, Ivan Moudov e Stefan Nikolaev.
(©
UOL Diversão & Arte)
Festival de Veneza vai premiar Tim
Burton pelo conjunto da obra
ROMA (Reuters) - O diretor americano Tim Burton,
conhecido por seus filmes pouco convencionais como "A
Fantástica Fábrica de Chocolate", "Ed Wood" e "A Lenda
do Cavaleiro Sem Cabeça", vai receber um prêmio pelo
conjunto de sua obra durante o Festival de Cinema de
Veneza deste ano, disseram os organizadores na
quarta-feira.
"Mais uma vez o prêmio vai homenagear um dos
cineastas americanos mais ousados, mais visionários e
inovadores", disse a Bienal de Veneza, a fundação de
artes que é responsável pelo festival de cinema mais
antigo do mundo.
Burton está trabalhando no momento para transpor ao
cinema o musical teatral premiado "Sweeney Todd", de
Stephen Sondheim, sobre um barbeiro serial killer que
procura vingar-se de um juiz que o encarcerou
injustamente. O filme está previsto para chegar aos
cinemas ainda este ano.
A 64ª edição anual do Festival de Cinema de Veneza
vai acontecer entre 29 de agosto e 8 de setembro. O
prêmio do ano passado pelo conjunto da obra foi dado a
David Lynch.
(©
UOL Diversão & Arte) |