No encerramento da semana em que a Itália recordou o assassinato do
juiz Giovanni Falcone (que se notabilizou pelo incansável combate ao
crime organizado), ocorrida em 23 de maio de 1992, a polícia italiana
prendeu, na sexta-feira (27), em Bari, 40 integrantes do clã mafioso
comandado por Antonio Capriati que, mesmo na prisão desde 1991,
dirigiria as ações do grupo.
Entre os detidos estariam nove mulheres, entre as quais Maria
Faraoni, que seria encarregada de comandar o setor feminino da facção,
que se dedicava à extorsão de comerciantes e ao narcotráfico, entre
outras atividades ilícitas.
Herói
No início da semana, Giovanni Falcone, que morreu em uma auto-estrada
que ligava o aeroporto de Punta Raisa (hoje chamado Falcone-Borsellino)
a Palermo, juntamente com a sua mulher, também juíza, Francesca,
novamente foi lembrado.Desta vez, crianças fizeram uma homenagem
especial em Palermo.
Atualmente, a Fondazione Giovanni e Francesca Falconi (http://www.fondazionefalcone.it/),
constituída pela vontade família, é reconhecida pelas Nações Unidas em
seu trabalho no âmbito da problemática social e da criminalidade.
Conforme destaca Wálter Fanganiello Maierovitch, do Instituto
Brasileiro Giovanni Falcone (http://ibgf.org.br),
entre outras iniciativas, as televisões, desde 1992, apresentam filmes
sobre a vida e a morte do juiz. Neste ano, a Rai-Uno preparou o
lançamento e a exibição de um filme sobre Falcone, estrelando Massimo
Dapporto no papel de Falcone.
Giovanni e a esposa, Francesca, também morta no atentado. Foto: FGF
“A exibição acabou suspensa”, frisa Maierovitch, “em face da lei
eleitoral que estabelece a igualdade de oportunidades ("par
condiction"). É que o filme mostra, também, Paolo Bosellino, que
trabalhava com Falcone e que a máfia igualmente dinamitou em julho de
1992. A irmã de Borsellino, a enfermeira Rita Borsellino, é candidata ao
governo da Sicília (presidente da Região da Sicília). Com o filme
exibido, Rita Borsellino levaria vantagem sobre os seus opositores,
declarou Agostino Saccà, diretor da Rai-Uno.O lançamento do filme foi
adiado para depois das eleições”.
No texto abaixo, Wálter Fanganiello Maierovitch fala sobre a tragédia
de 23 de maio de 1992:
Falcone, um siciliano, trabalhava em Roma. Estava licenciado da
Magistratura e à disposição do Ministério da Justiça, onde preparava
projetos de lei antimáfia. Foi o único magistrado a desvendar a Máfia
siciliana e processar seus chefões e principais operadores.
Quando desvendou a organização e identificou os seus líderes, Falcone
fazia parte do "pool" de magistrados antimáfia. Esse "pool" tinha sido
criado pelo magistrado Rocco Chinnici, fuzilado pela máfia em julho de
1983, junto com dois carabineiros da escolta. Morreu, também, o porteiro
do prédio onde morava, pois Chinici foi morto ao ingressar no prédio
onde morava. Com a morte de Chinnicci, o "pool" passou a ser comandado
por Antonino Caponetto, que deu toda a força para Falcone ir a fundo nas
apurações.
Na ocasião do atentado, “o Fiat-Crona era dirigido pelo próprio
Falcone, que tinha paixão pelo volante. O motorista ficou no banco do
trás e, por isso, salvou-se. Os petardos atingiram em cheio o Fiat da
escolta, de cor azul. Falcone morreu às 19h05min no hospital Civico
Benfratelli, de Palermo, depois de parada cardíaca e insucesso dos
médicos na tentativa de reanimá-lo. Francesca, sua esposa, morreu no
próprio local.
O telecomando foi acionado por Giovanni Brusca, da Colina de Capaci
(uma elevação próxima à auto-estrada A/29, na cidade de Capaci). A Cosa
Nostra mandou colocar 500 kg de dinamite num duto subterrâneo de
escoamento de água pluviais que cortava a autopista da rodovia por onde
passaria Falcone e a esposa Francesca Morvillo, também juíza.
Todos os anos, o magistrado é lembrando pela sua cruzada contra o
crime. Foto: Ministero della Giustizia
A auto-estrada era a que ligava o aeroporto de Punta Raisa (hoje
chamado Falcone-Borsellino) a Palermo. A cratera aberta com a explosão
tinha 3,5 metros de profundidade e 14, 3 metros de diâmetro.
Hoje, Giovanni Brusca, que não suportou o sistema de cárcere duro, é
um colaborador da Justiça italiana. Brusca fez delações, verificadas
durante cinco anos. No princípio, ele distorceu fatos criminosos
passados, para incriminar os seus inimigos e tumultuar as investigações.
Há pouco, as visitas de Brusca foram suspensas, pois ele usou um
celular pré-pago (escondido na residência), enquanto estava com a mulher
e os filhos. Cometeu falta grave, pois quis restabelecer comunicação com
antigos aliados”.
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Il boss dirigeva la
cosca dal carcere grazie alla moglie. In manette anche dieci donne
inserite nell'organizzazione con ruoli ben definiti |
Bari, 27 maggio 2006 - Sono stati tutti eseguiti, da
circa 500 agenti di Polizia, i 40 ordini di arresto degli uomini
e delle donne del clan Capriati di Bari. Operate 70 perquisizioni
effettuate prevalentemente nel centro murattiano e a Modugno.
Le lunghe indagini, che non si sono avvalse del contributo di
collaboratori di giustizia, hanno permesso di delineare l'assetto a
connotazione familiare del clan capeggiato saldamente dal boss
Antonio Capriati, 49 anni, detenuto dal 1991, e retto al suo posto
dal nipote Domenico Capriati, 37 anni.
Ruoli di vertice erano ricoperti da Francesco Capriati, 29 anni, Filippo
Capriati, 36 anni, Pietro Capriati, 33 anni, Raffaele Capriati, 23 anni
e Giorgio Martiradonna, 32 anni. Le indagini hanno fatto emergere
reciproche forniture di stupefacenti fra il clan e i Parisi di
Japigia. Per questo è stato arrestato Giuseppe Parisi, fratello del noto
boss Savinuccio.
L'associazione vantava un delegato di zona nell'area di Modugno: Antonio
Fiore, designato ai vertici del clan in sostituzione di Michele
Spagnuolo. Dieci sono le donne di mafia arrestate nel corso
dell'operazione. Tra i nomi spiccano quelli di Amria Faraone, moglie
del capoclan Antonio, Grazia Spagnuolo, compagna di Martiradonna, e
Domenica Monti, figlia del boss Domenico.
Il clan Capriati, formatosi agli inizi degli anni ottanta, ha superato
con successo le continue lotte con altri gruppi criminali e la
stagione del 'pentitismo'. Dal 1997 ha affrontato la nuova cruenta
guerra con il clan Strisciuglio che ha provocato diverse vittime
innocenti e ha vissuto le fasi più sanguinose dal 2001 al 2003.
Negli ultimi anni l'organizzazione, ritengono gli inquirenti, «ha
evidenziato notevole capacità nelle attività di riciclaggio dei
proventi illeciti riuscendo a interagire con settori della società
civile». Nel contesto delle indagini è emersa, infatti, la figura
dell'avvocato Alessandra De Filippis, 39 anni, arrestata nel gennaio del
2005 e condannata nei giorni scorsi per favoreggiamento dello stesso
clan Capriati.
L'indagine penale, che ha fatto luce sulle dinamiche evolutive del clan
a partire dalla tragica estate del 2001 quando fu ucciso Michele Fazio,
è stata affiancata da minuziosi accertamenti di carattere patrimoniale
eseguiti da un pool di specialisti della Squadra Mobile e del Servizio
Centrale operativo che hanno individuato il tesoro immobiliare del clan
con il sequestro di un patrimonio del valore di decine di milioni di
euro.
Tra i beni sequestrati 14 appartamenti prevalentemente nel Borgo Antico,
una villa in località San Giorgio sul litorale, l'Autoparco 'San
Nicola' a Poggiofranco con annessi 95 box, tre appezzamenti di terreno
nelle vicinanze dell'Autoparco estesi 8 mila metri quadrati, la pizzeria
'Bella 'mbriana' in via Quintino Sella a Bari, varie partecipazioni
societarie, conti correnti e 35 veicoli di recente immatricolazione.
(©
Il Resto del Carlino)