ROMA - O esquema “Pés Limpos” entrou em ação.
Para comandar as investigações do escândalo que toma conta do calcio,
a Federação Italiana de Futebol anunciou nesta terça-feira um expert
no assunto. Francesco Borrelli, ex-procurador de Milão, é conhecido no
país por ter feito parte de um movimento conhecido como “Mãos Limpas”,
que no início da década de 90 combateu a corrupção política na Itália
e acabou com os partidos Democracia Cristã e Partido Socialista.
Da política para o futebol. E o trabalho de Borelli, 76 anos -
aposentado há quatro -, não será pouco. Manipulação de resultados,
apostas ilegais, escolha de árbitros... uma série de irregularidades
para apurar. Borelli substitui Italo Pappa, que entregou o cargo há
cinco dias.
No centro do furacão, a Juventus, atual campeã italiana (mas que
pode ter o título cassado e, até, ser expulsa da Série A), e seu
ex-diretor, Luciano Moggi. Nesta terça, o time de Turim anunciou que
Alessio Secco vai assumir o cargo que pertencia a Moggi.
Milan, Lazio, Fiorentina e Roma também estariam envolvidos no
escândalo, que contaria com vários dirigentes de clubes e da
federação, árbitros e jogadores, como o goleiro Buffon e o zagueiro
Cannavaro, da Juve.
A investigação da crise no futebol italiano recai também sobre
brasileiros. Há suspeitas de que a empresa GEA (que administra a
carreira de jogadores e técnicos) efetuava um controle de monopólio e
extorsivo nas transferências de alguns atletas brasileiros para a
Itália.
Segundo o site
www.tgcom.mediaset.it, o ex-zagueiro Aldair, que jogou na Roma por
13 temporadas, fazia parte do esquema. Um dos diretores da GEA é o
filho de Luciano Moggi, Alexandro. Davide, filho do treinador da
Azurra, Marcelo Lippi, também trabalha na empresa.