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Prodi forma Governo com 25 ministros, sendo seis mulheres

17/05/2006

Novos ministros são empossados

Um mês após vencer as eleições gerais, o líder da União, Romano Prodi, apresentou hoje seu novo Governo, formado por 25 ministros, sendo seis mulheres, representantes dos 16 partidos que formam a coalizão de centro-esquerda vitoriosa.

Prodi e os novos ministros tomarão posse hoje diante do novo presidente da República, Giorgio Napolitano.

Mais tarde, farão o primeiro Conselho de Ministros no Palácio Chigi, sede romana do Governo, até ontem ocupada pelo líder dos conservadores, Silvio Berlusconi. Il Cavalieri se despediu com um "arrivederci" (até logo), certo de que as próximas eleições lhe devolverão o poder.

O novo Governo é a expressão dos principais partidos que formam a União, afirmou Prodi, de 66 anos. Ele acredita que a equipe é "homogênea e séria, e para toda a legislatura" (de cinco anos).

A maioria das pastas (nove) será entregue aos Democráticos de Esquerda (DS, herdeiro do velho partido comunista PCI). A Margarida, segundo grupo mais importante da União, formada por democrata-cristãos, liberais, republicanos, socialistas, entre outros, controlará sete ministérios.

O presidente dos DS e ex-chefe do Governo, Massimo D'Alema, foi nomeado vice-presidente e ministro de Exteriores. O líder da Margarida, Francesco Rutelli, também foi nomeado vice-presidente e ministro de Cultura.

Os demais ministérios foram divididos entre o democrata-cristão Udeur; o Itália dos Valores, partido fundado pelo ex-promotor símbolo da luta contra a corrupção Antonio Di Pietro; o partido Refundação Comunista (PRC), o Partido dos Comunistas Italianos (PDCI), os Verdes e o Rosa no Punho, coalizão formada por socialistas e radicais.

O Ministério do Interior ficou para o ex-presidente do Governo, o socialista Giuliano Amato. Já a pasta de Economia caberá ao economista Tommaso Padoa Schioppa, que foi membro do comitê executivo do Banco Central Europeu.

Em comparação com o Executivo de Berlusconi, que só tinha duas mulheres em suas fileiras, o Governo Prodi avançou. Terá seis mulheres com status de ministra, mas só uma comandará uma pasta. Livia Turco, dos Democráticos de Esquerda, passará a dirigir o Ministério da Saúde.

A radical Emma Bonino, que visava o Ministério da Defesa, está entre as mulheres no poder, mas sem pasta. Os comunistas do Refundação se opuseram ferrenhamente à nomeação dela para o ministério porque Bonino apoiou a intervenção no Iraque.

Observadores políticos indicaram hoje que o novo Executivo está "desequilibrado" para a esquerda. Isso porque os partidos da esquerda, especialmente os mais radicais (PRC e PDCI), tiveram resultados melhores nas urnas que os moderados centristas.

Outro aspecto considerado por Prodi ao distribuir os ministérios foi, de acordo com Piero Ostellino, do Corrieri della Sera, a necessidade de recompensar o DS com um número "talvez excessivo" de ministros, por não ter entregado a eles nem a Presidência da Câmara dos Deputados nem a do Senado.

A Câmara é presidida por Fausto Bertinotti, da Refundação Comunista. O Senado, pelo democrata-cristão Franco Marini, da Margarida.

O novo Executivo devolve a Prodi o Governo, que já ocupou entre 1996 e 1998. O Governo se apresentará ao Parlamento para pedir o voto de confiança na quinta-feira.

Prodi também apresentará seu programa ao Senado, onde a União tem apenas dois senadores a mais que os conservadores de Berlusconi. Caso consiga o "sim" da Câmara alta, na segunda-feira pedirá a confiança da Câmara, onde a centro-esquerda tem maioria absoluta.

Prodi disse hoje que não teme o Senado e que acredita na fidelidade dos senadores de sua coalizão.

Uma vez obtida a confiança do Parlamento, Prodi colocará seu programa em andamento. Ele pretende reforçar o papel da Itália na UE e regenerar a economia. A primeira tarefa será o combate à evasão fiscal, que chega a 200 bilhões de euros.

Prodi também anunciou uma reforma da Justiça, para torná-la mais ágil, e uma retirada "rápida", mas combinada com Bagdá, das tropas italianas no Iraque.

(© Último Segundo)

Os principais nomes do novo governo italiano

Presidente dos Democratas de Esquerda, ex-membro do Partido Comunista italiano, Maximo d'Alema é o novo vice-primeiro-ministro e chefe da diplomacia. Há semanas, retirou a candidatura à liderança da Câmara dos Deputados para impedir fracturas na coligação de esquerda e o seu nome circulou para a Presidência da República.

O ex-jornalista, de 57 anos, já foi presidente do Conselho. A sua passagem pela chefia do governo ficou marcada pela polémica decisão de enviar tropas para o Kosovo. Agora terá de tratar o dossiê da retirada do Iraque. Parte da coligação pede retirada imediata, mas o programa de governo fala de progressiva.

O novo ministro do Interior é um próximo aliado de Romano Prodi. Giuliano Amato, 68 anos, é um antigo membro do defunto Partido Socialista italiano. Foi ministro do Tesouro e o último chefe do governo de esquerda antes da chegada ao poder de Silvio Berlusconi. É conhecido também como "Doutor Subtil" pela discrição e moderação e por ser um fervoroso europeísta, que participou na redacção da Constituição Europeia.

Quase desconhecido a nível político, Tommaso Padoa-Schioppa tem uma grande reputação de técnico económico. O novo superministro de Economia e Finanças terá a tarefa de tranquilizar Bruxelas e os mercados financeiros sobre a capacidade de Itália a controlar as suas contas e a dinamizar a economia. A seu favor tem a experiência no seio da Comissão Europeia, Banco de Itália e Banco Central Europeu. Currículo que levou a que, no final de 2005, o seu nome fosse apontado para a chefia do Banco de Itália após escândalos.

A deputada italiana e eurodeputada Emma Bonino terá a seu cargo os Assuntos Europeus. Deu sinais de ficar enraivecida depois de saber que não ficava com a desejada pasta da Defesa. O seu campo de acção é, sobretudo, europeu e internacional. De 1994 e 1999 foi comissária europeia para o Consumo, Pescas e ECHO, o organismo europeu de ajuda humanitária. No ano passado chefiou a missão de observadores europeus nas eleições afegãs.

(© EuroNews)

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