O chefe da união da esquerda Romano Prodi
assegurou não haver «qualquer dúvida» sobre a vitória da coligação nas
legislativas italianas e convidou o chefe do Governo, Sílvio Berlusconi,
que denunciou «fraudes», a ir para casa.
«Berlusconi tenta durante estas horas
semear a inquietação e apesar da sua derrota continua a pôr em dúvida a
legalidade da nossa vitória. Posso garantir-vos que não há qualquer
dúvida sobre a nossa vitória», assegurou Prodi a simpatizantes em
Bolonha, a sua cidade natal.
«Ganhámos e é inútil Berlusconi tentar
atrasar (o reconhecimento desta vitória). Berlusconi deve ir para casa»,
exortou Prodi. Um pouco antes, Berlusconi denunciara uma vez mais «as
fraudes» nas legislativas italianas, cometidas, segundo ele, pela
esquerda, e declarou-se «confiante» que a vitória final caberá à sua
coligação.
Segundo os números avançados pelo
Ministério do Interior, a aliança dirigida por Prodi venceu as eleições.
Mas Berlusconi recusa reconhecer esta vitória enquanto não estiverem
terminadas todas as verificações jurídicas.
«Quem semeou o ódio, quem dividiu o país,
quem procurou fracturar a Itália? O governo Berlusconi», exclamou Prodi
perante os seus simpatizantes, mais de 30.0000 segundo jornalistas no
local. «O país está dividido agora, está fracturado, mas não o estará
para sempre, nós vamos reunificá-lo», prosseguiu.
«Recebemos a obrigação de governar (Ó) e
por isso governaremos», assegurou o antigo presidente da Comissão
Europeia. A Itália permanece suspensa da publicação definitiva dos
resultados do escrutínio e da designação oficial. O processo de
verificação dos boletins contestados deverá terminar nos próximos dias,
segundo vários responsáveis.
Para o líder da União «nunca se viu na
história italiana um derrotado que não aceitasse o veredicto das urnas».
«Uma vez mais não há respeito pela democracia. Uma razão mais para
mandá-lo para casa», disse.
(©
Portugal Diário)
Berlusconi deve aceitar derrota para a
esquerda, diz analista
DANIELA LORETO
da Folha Online
A coalizão de centro-direita liderada por Silvio Berlusconi precisa
"aceitar a derrota" nas eleições legislativas do último domingo (9) na
Itália porque "a vitória da esquerda é clara", segundo Sebastiano
Maffettone, 58, professor de Filosofia e Ciências Políticas da
Universidade Luiss Guido Carli, de Roma.
Resultados finais apontam a vitória da coalizão de esquerda União,
liderada pelo candidato a premiê Romano Prodi, que conquistou 158
cadeiras das 315 do Senado, e 342 das 630 existentes na Câmara dos
Deputados.
11.abr.2006/Efe |
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Silvio Berlusconi |
Apesar disso, Berlusconi alega
"irregularidades" na apuração e questiona a vitória da esquerda. Com uma
diferença de apenas 25 mil votos na Câmara, ele pediu a recontagem de 43
mil cédulas eleitorais.
Para o especialista em política italiana, a recontagem não deve alterar
o resultado final das eleições. "Não há nada particularmente
controverso, a centro-esquerda venceu as eleições, mas como a diferença
foi pequena, eu entendo que seja difícil para quem perdeu aceitar a
derrota", afirmou Maffetone à Folha Online, por telefone, de
Roma.
O professor explica que não há "elementos suficientes" para afirmar que
houve erro na contagem dos votos, e, por isso, a direita não deve
continuar com sua contestação sobre o resultado por muito mais tempo.
"Hoje mesmo, nos jornais italianos, há declarações de vários
representantes da centro-direita assumindo que perderam", diz.
"Promessas"
De acordo com Maffettone, Berlusconi fez muitas "promessas" que não pode
cumprir. "A situação no país não vai bem, e é claro que as pessoas
reagiram. Mas ele obteve mais votos do que o imaginado, o que foi uma
surpresa." Segundo o professor, isso também mostra que, diferentemente
do que se imaginava, a esquerda não conseguiu vencer com tanta
facilidade. "A disputa foi acirrada, como nunca antes na Itália", afirma
o analista, acrescentando que ficou "desapontado" com o grande número de
votos obtido pelo premiê.
Em relação às denúncias de corrupção contra Berlusconi, o professor diz
que o premiê é "radical e populista" e "acha correto" dar dinheiro em
troca de votos. "Para ele [Berlusconi], a política é assim, mas, na
minha opinião, isso não é democracia", afirma. "Berlusconi prometeu ser
um governante rico de um país rico. Ele ficou mais rico após seu
governo, mas o país ficou mais pobre", acrescenta.
O especialista descarta a possibilidade da formação de um governo de
coalizão na Itália, nos moldes da Alemanha, como citado ontem por
Berlusconi. "Uma coalizão seria absolutamente impossível na Itália.
Ninguém quer Berlusconi no governo. O único bom resultado dessas
eleições é que não o temos mais como premiê."
Estados Unidos
Segundo Maffettone, a estratégia do Berlusconi de tentar manter relações
diretas com os Estados Unidos foi uma "política equivocada". "Ele
ofereceu vantagens a Bush mas, aparentemente, a Itália não recebeu nada
em troca."
De acordo com Maffettone, a melhor opção para a Itália é a de se
aproximar da Europa. "Historicamente, a Itália sempre fez isso, ao lado
da Alemanha. Se isso não foi feito nos últimos cinco anos, foi um erro."
Questionado a respeito das tropas italiana no Iraque, o professor diz
que é provável que a nova liderança retire as tropas do país. "É claro
que Prodi não poderá decidir isso agora, dois dias após sua vitória, mas
acredito que isso deve acontecer durante seu governo."
Para o professor, os Estados Unidos "já deveriam ter retirado suas
tropas do Iraque", assim como a Itália e todos os outros países. Ele
afirma que a invasão do Iraque foi uma decisão errada e que, mais cedo
ou mais tarde, todos terão que sair de lá. "É só uma questão de tempo".
(©
Folha Online)
«Imbroglia anche se stesso». Poi
telefona a Pisanu per contestare l’affondo del premier
Maria Grazia Bruzzone
ROMA. «Abbiamo vinto ed è inutile che
Berlusconi tenti di innestare ritardi e gettare inquietudine, insinuando
dubbi sulla pulizia della nostra vittoria. Imbroglia anche se stesso.
Deve solo andare a casa». Romano Prodi risponde così al Cavaliere che a
sera insiste ancora sui brogli e sulle schede da verificare. Verso le 23
il Professore telefona al ministro dell’interno Pisanu dopo le
dichiarazioni del premier sulle irregolarità nella conta dei voti. In
giornata dal Botteghino era arrivata una dichiarazione durissima del
coordinatore Vannino Chiti: «Se continua con queste affermazioni
irresponsabili e senza fondamento, non credo sia possibile che l’attuale
governo rimanga in sella neppure per l’ordinaria amministrazione».
Parole che sembrano gelare le aperture dialoganti dei Ds. E’ ormai
chiaro che c’è una sorta di braccio di ferro fra il premier uscente, che
per mollare la presa su Palazzo Chigi pretende in cambio qualcosa, e il
candidato premier, poco disposto a concessioni e finanche a qualsiasi
dialogo che vada oltre una «correttezza e eleganza istituzionale», dopo
la lunga e pasantissima campagna elettorale. E desidera «fare in
fretta», anche per il bene del paese. Prodi vuole «tempi rapidi» per il
nuovo governo, che «avrà una forte impronta del premier e non conterrà
necessariamente tutti i segretari di partito». Tempi rapidi,
compatibilmente col fatto che non sarà Ciampi a dare l’incarico, ma il
nuovo capo dello Stato. L’obiettivo quindi è il 20 maggio, una settimana
prima della tornata delle amministrative.
Come centrarlo? Di questo Prodi ha parlato al vertice dell’Unione
convocato ieri in tarda mattina a Santi Apostoli, assente Fausto
Bertinotti, col quale il candidato premier ha avuto però un lungo
incontro a due prima si salire al Quirinale per un colloquio con Ciampi.
Il Professore ha proposto ai presenti un «metodo» che, apparentemente, è
stato condiviso da tutti: una regia unica, un filo rosso che leghi ogni
decisione su presidenti delle Camere, presidenza della Repubblica,
formazione del governo. Una «griglia» su cui lavorare già da martedì
dopo Pasquetta. Con i relativi problemi, primo di tutti il duello tra
D’Alema e Bertinotti per la guida dell’assemblea di Montecitorio.
E però sull’intenzione di assegnare alla maggioranza entrambe le
presidenze di Camera e Senato, manifestata dal Prodi con nettezza e
condivisa nel corso della riunione dai segretari di partito, stando alle
dichiarazioni fuori dal vertice, vi sarebbero delle perplessità o quanto
meno delle aperture di altro segno. Piero Fassino, per esempio, pur
confermando l’orientamento «di principio» che i presidenti di Camera e
Senato spettino alla maggioranza di governo «così come la Cdl fece nel
2001» se ne esce con una frase enigmatica: «Ora c’è una fase
sufficientemente ampia di tempo per verificare se maturano scenari
politici diversi, altrimenti i presidenti saranno espressi dalla
maggioranza».
Del resto, Massimo D’Alema intervistato da Repubblica ha ipotizzato che
«in teoria si potrebbe anche fare, ma tutto è legato all’atteggiamento
di Berlusconi. Certo, se continua a prenderci a sportellate...», diceva,
alludendo al mancato riconoscimento dell’Unione vincitrice delle
elezioni. E anche ieri il presidente della Quercia è tornato a dire che
con l’opposizione bisognerà dialogare «su tutto», a partire dal nuovo
capo dello Stato. Ben più in là si spinge il Riformista, che in un
editoriale invita a «ragionare a mente fredda» e, stante il risicato
successo elettorale, ritiene il dialogo con l’opposizione «obbligato» e
suggerisce di avviarlo ponendo una serie di condizioni e offrendo
intanto la presidenza di una Camera. La posizione di Fassino è comunque
apparsa più morbida rispetto sia a Rutelli sia, soprattutto, ai partiti
minori.
Da Emma Bonino, che esclude «grosse coalizioni, dialoghi e quant’altro»,
a Pecoraro Scanio, disposto a concedere «personalità che siano in grado
di parlare con serenità a tutto il Parlamento, ma con indicazioni che
vengono dalla maggioranza». Per non parlare di Di Pietro che, forte dei
suoi 20 deputati e 5 senatori, esclude «ogni inciucio», e di Fausto
Bertinotti. «L’Unione sia autosufficente: ogni altra ipotesi passa per
il fallimento del governo», ammonisce infatti il segretario del Prc, che
nella riunione di direzione ha posto con molta nettezza la necessità di
coinvolgere «tutto il partito» nella nuova fase che si apre, vale a dire
nella partecipazione al governo e nel suo sostegno pieno per i prossimi
cinque anni. A costo di scontare una miniscissione, già annunciata
dall’ala trozkista.
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