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Prodi manda Berlusconi «para casa»

13/04/2006

Romano Prodi


O chefe da união da esquerda Romano Prodi assegurou não haver «qualquer dúvida» sobre a vitória da coligação nas legislativas italianas e convidou o chefe do Governo, Sílvio Berlusconi, que denunciou «fraudes», a ir para casa.

«Berlusconi tenta durante estas horas semear a inquietação e apesar da sua derrota continua a pôr em dúvida a legalidade da nossa vitória. Posso garantir-vos que não há qualquer dúvida sobre a nossa vitória», assegurou Prodi a simpatizantes em Bolonha, a sua cidade natal.

«Ganhámos e é inútil Berlusconi tentar atrasar (o reconhecimento desta vitória). Berlusconi deve ir para casa», exortou Prodi. Um pouco antes, Berlusconi denunciara uma vez mais «as fraudes» nas legislativas italianas, cometidas, segundo ele, pela esquerda, e declarou-se «confiante» que a vitória final caberá à sua coligação.

Segundo os números avançados pelo Ministério do Interior, a aliança dirigida por Prodi venceu as eleições. Mas Berlusconi recusa reconhecer esta vitória enquanto não estiverem terminadas todas as verificações jurídicas.

«Quem semeou o ódio, quem dividiu o país, quem procurou fracturar a Itália? O governo Berlusconi», exclamou Prodi perante os seus simpatizantes, mais de 30.0000 segundo jornalistas no local. «O país está dividido agora, está fracturado, mas não o estará para sempre, nós vamos reunificá-lo», prosseguiu.

«Recebemos a obrigação de governar (Ó) e por isso governaremos», assegurou o antigo presidente da Comissão Europeia. A Itália permanece suspensa da publicação definitiva dos resultados do escrutínio e da designação oficial. O processo de verificação dos boletins contestados deverá terminar nos próximos dias, segundo vários responsáveis.

Para o líder da União «nunca se viu na história italiana um derrotado que não aceitasse o veredicto das urnas». «Uma vez mais não há respeito pela democracia. Uma razão mais para mandá-lo para casa», disse.

(© Portugal Diário)


Berlusconi deve aceitar derrota para a esquerda, diz analista

DANIELA LORETO
da Folha Online

A coalizão de centro-direita liderada por Silvio Berlusconi precisa "aceitar a derrota" nas eleições legislativas do último domingo (9) na Itália porque "a vitória da esquerda é clara", segundo Sebastiano Maffettone, 58, professor de Filosofia e Ciências Políticas da Universidade Luiss Guido Carli, de Roma.

Resultados finais apontam a vitória da coalizão de esquerda União, liderada pelo candidato a premiê Romano Prodi, que conquistou 158 cadeiras das 315 do Senado, e 342 das 630 existentes na Câmara dos Deputados.

11.abr.2006/Efe
Silvio Berlusconi

Apesar disso, Berlusconi alega "irregularidades" na apuração e questiona a vitória da esquerda. Com uma diferença de apenas 25 mil votos na Câmara, ele pediu a recontagem de 43 mil cédulas eleitorais.

Para o especialista em política italiana, a recontagem não deve alterar o resultado final das eleições. "Não há nada particularmente controverso, a centro-esquerda venceu as eleições, mas como a diferença foi pequena, eu entendo que seja difícil para quem perdeu aceitar a derrota", afirmou Maffetone à Folha Online, por telefone, de Roma.

O professor explica que não há "elementos suficientes" para afirmar que houve erro na contagem dos votos, e, por isso, a direita não deve continuar com sua contestação sobre o resultado por muito mais tempo. "Hoje mesmo, nos jornais italianos, há declarações de vários representantes da centro-direita assumindo que perderam", diz.

"Promessas"

De acordo com Maffettone, Berlusconi fez muitas "promessas" que não pode cumprir. "A situação no país não vai bem, e é claro que as pessoas reagiram. Mas ele obteve mais votos do que o imaginado, o que foi uma surpresa." Segundo o professor, isso também mostra que, diferentemente do que se imaginava, a esquerda não conseguiu vencer com tanta facilidade. "A disputa foi acirrada, como nunca antes na Itália", afirma o analista, acrescentando que ficou "desapontado" com o grande número de votos obtido pelo premiê.

Em relação às denúncias de corrupção contra Berlusconi, o professor diz que o premiê é "radical e populista" e "acha correto" dar dinheiro em troca de votos. "Para ele [Berlusconi], a política é assim, mas, na minha opinião, isso não é democracia", afirma. "Berlusconi prometeu ser um governante rico de um país rico. Ele ficou mais rico após seu governo, mas o país ficou mais pobre", acrescenta.

O especialista descarta a possibilidade da formação de um governo de coalizão na Itália, nos moldes da Alemanha, como citado ontem por Berlusconi. "Uma coalizão seria absolutamente impossível na Itália. Ninguém quer Berlusconi no governo. O único bom resultado dessas eleições é que não o temos mais como premiê."

Estados Unidos

Segundo Maffettone, a estratégia do Berlusconi de tentar manter relações diretas com os Estados Unidos foi uma "política equivocada". "Ele ofereceu vantagens a Bush mas, aparentemente, a Itália não recebeu nada em troca."

De acordo com Maffettone, a melhor opção para a Itália é a de se aproximar da Europa. "Historicamente, a Itália sempre fez isso, ao lado da Alemanha. Se isso não foi feito nos últimos cinco anos, foi um erro."

Questionado a respeito das tropas italiana no Iraque, o professor diz que é provável que a nova liderança retire as tropas do país. "É claro que Prodi não poderá decidir isso agora, dois dias após sua vitória, mas acredito que isso deve acontecer durante seu governo."

Para o professor, os Estados Unidos "já deveriam ter retirado suas tropas do Iraque", assim como a Itália e todos os outros países. Ele afirma que a invasão do Iraque foi uma decisão errada e que, mais cedo ou mais tarde, todos terão que sair de lá. "É só uma questão de tempo".

(© Folha Online)


Prodi: Berlusconi deve solo andarsene

«Imbroglia anche se stesso». Poi telefona a Pisanu per contestare l’affondo del premier

Maria Grazia Bruzzone

ROMA. «Abbiamo vinto ed è inutile che Berlusconi tenti di innestare ritardi e gettare inquietudine, insinuando dubbi sulla pulizia della nostra vittoria. Imbroglia anche se stesso. Deve solo andare a casa». Romano Prodi risponde così al Cavaliere che a sera insiste ancora sui brogli e sulle schede da verificare. Verso le 23 il Professore telefona al ministro dell’interno Pisanu dopo le dichiarazioni del premier sulle irregolarità nella conta dei voti. In giornata dal Botteghino era arrivata una dichiarazione durissima del coordinatore Vannino Chiti: «Se continua con queste affermazioni irresponsabili e senza fondamento, non credo sia possibile che l’attuale governo rimanga in sella neppure per l’ordinaria amministrazione».

Parole che sembrano gelare le aperture dialoganti dei Ds. E’ ormai chiaro che c’è una sorta di braccio di ferro fra il premier uscente, che per mollare la presa su Palazzo Chigi pretende in cambio qualcosa, e il candidato premier, poco disposto a concessioni e finanche a qualsiasi dialogo che vada oltre una «correttezza e eleganza istituzionale», dopo la lunga e pasantissima campagna elettorale. E desidera «fare in fretta», anche per il bene del paese. Prodi vuole «tempi rapidi» per il nuovo governo, che «avrà una forte impronta del premier e non conterrà necessariamente tutti i segretari di partito». Tempi rapidi, compatibilmente col fatto che non sarà Ciampi a dare l’incarico, ma il nuovo capo dello Stato. L’obiettivo quindi è il 20 maggio, una settimana prima della tornata delle amministrative.

Come centrarlo? Di questo Prodi ha parlato al vertice dell’Unione convocato ieri in tarda mattina a Santi Apostoli, assente Fausto Bertinotti, col quale il candidato premier ha avuto però un lungo incontro a due prima si salire al Quirinale per un colloquio con Ciampi. Il Professore ha proposto ai presenti un «metodo» che, apparentemente, è stato condiviso da tutti: una regia unica, un filo rosso che leghi ogni decisione su presidenti delle Camere, presidenza della Repubblica, formazione del governo. Una «griglia» su cui lavorare già da martedì dopo Pasquetta. Con i relativi problemi, primo di tutti il duello tra D’Alema e Bertinotti per la guida dell’assemblea di Montecitorio.

E però sull’intenzione di assegnare alla maggioranza entrambe le presidenze di Camera e Senato, manifestata dal Prodi con nettezza e condivisa nel corso della riunione dai segretari di partito, stando alle dichiarazioni fuori dal vertice, vi sarebbero delle perplessità o quanto meno delle aperture di altro segno. Piero Fassino, per esempio, pur confermando l’orientamento «di principio» che i presidenti di Camera e Senato spettino alla maggioranza di governo «così come la Cdl fece nel 2001» se ne esce con una frase enigmatica: «Ora c’è una fase sufficientemente ampia di tempo per verificare se maturano scenari politici diversi, altrimenti i presidenti saranno espressi dalla maggioranza».

Del resto, Massimo D’Alema intervistato da Repubblica ha ipotizzato che «in teoria si potrebbe anche fare, ma tutto è legato all’atteggiamento di Berlusconi. Certo, se continua a prenderci a sportellate...», diceva, alludendo al mancato riconoscimento dell’Unione vincitrice delle elezioni. E anche ieri il presidente della Quercia è tornato a dire che con l’opposizione bisognerà dialogare «su tutto», a partire dal nuovo capo dello Stato. Ben più in là si spinge il Riformista, che in un editoriale invita a «ragionare a mente fredda» e, stante il risicato successo elettorale, ritiene il dialogo con l’opposizione «obbligato» e suggerisce di avviarlo ponendo una serie di condizioni e offrendo intanto la presidenza di una Camera. La posizione di Fassino è comunque apparsa più morbida rispetto sia a Rutelli sia, soprattutto, ai partiti minori.

Da Emma Bonino, che esclude «grosse coalizioni, dialoghi e quant’altro», a Pecoraro Scanio, disposto a concedere «personalità che siano in grado di parlare con serenità a tutto il Parlamento, ma con indicazioni che vengono dalla maggioranza». Per non parlare di Di Pietro che, forte dei suoi 20 deputati e 5 senatori, esclude «ogni inciucio», e di Fausto Bertinotti. «L’Unione sia autosufficente: ogni altra ipotesi passa per il fallimento del governo», ammonisce infatti il segretario del Prc, che nella riunione di direzione ha posto con molta nettezza la necessità di coinvolgere «tutto il partito» nella nuova fase che si apre, vale a dire nella partecipazione al governo e nel suo sostegno pieno per i prossimi cinque anni. A costo di scontare una miniscissione, già annunciata dall’ala trozkista.

(© La Stampa Web)

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