Indicador que revela o prestígio acadêmico de um país, sua interculturalidade e sua inserção no mundo globalizado, a presença de estudantes estrangeiros na Itália cresce, mas ainda está longe de países como a França
Embora ainda distante da França, onde por volta de 10% dos universitários matriculados no ano passado são do exterior, a Itália registra um aumento significativo na presença de estudantes estrangeiros em suas instituições de ensino superior. Conforme levantamento realizado pelo consórcio universitário AlmaLaurea no ano passado, no ano letivo de 2006 havia um percentual de 2,3% de alunos de outros países nas universidades italianas, índice que contrasta com os parcos 1% registrados em 2001. Em números absolutos, a Itália tinha 4.200 estudantes de fora do país.
O estudo do Almalaurea envolveu 41 instituições italianas e o resultado indicou que os estrangeiros são mais numerosos nas Universidades de Bologna, Roma La Sapienza e Padova, em contraste com as escolas da Sicília, que se posicionam entre as últimas na preferência dos universitários.
A pesquisa demonstrou ainda que 71,6% dos acadêmicos de cidadania estrangeira são oriundos de um país europeu – verificando-se também que a participação dos países europeus extra-União Européia cresce, enquanto cai a dos países integrantes da UE. Em seguida, vem os originários da América, com 11.9%, da Ásia, com 8,3% e da África, com 7,9%. O número de universitários provenientes da América, depois de um crescimento registrado entre 2001 e 2004, graças sobretudo ao aumento consistente dos estudantes provenientes da América Latina, mantém-se estável. Os mais numerosos são os de nacionalidade grega e albanesa.
Entre os acadêmicos que já tinham um diploma de escola superior, foi solicitado que exprimissem um juízo sobre alguns aspectos relativos à universidade italiana, comparando-a com as instituições dos países onde já haviam se diplomado. Em termos gerais, a avaliação é positiva, principalmente pela facilidade de inscrição e pela possibilidade de ser aceito (69,9%), pelo respeito ao direito ao estudo, pela pluralidade social da população estudantil e pelos equipamentos didáticos inovadores (54,4%).
Por outro lado, o aspecto negativo mais referido diz respeito às taxas de inscrição, consideradas mais altas do que em seus países de origem por 74,7% dos pesquisados e, inacreditavelmente, a oferta de atividades culturais, consideradas escassas por 42.9%.
A integração cultural no âmbito das instituições italianas foi encarada de forma positiva: 58% declararam não terem encontrado dificuldade e inserção ou de adaptação no início dos estudos, enquanto 59% disseram que, se pudessem, escolheriam novamente uma universidade italiana para realizar novos estudos.
O estudo conclui como positiva a condição dos estudantes estrangeiros nas universidades italianas, mas ressalta que a Itália ainda tem que dar muitos passos adiante para chegar a uma plenas e reconhecida integração social e para ser considerado um verdadeiro país intercultural. Afinal, a presença de estudantes do exterior é um fator que dá prestigio para o ensino do país, e por extensão para o próprio país, caracterizando sua condição no cenário globalizado.