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Livro "O Falecido Mattia Pascal", de Pirandello, ganha nova tradução brasileira

Foto: Divulgação

A nova tradução aproxima Pirandello do leitor brasileiro de hoje
 

PATRICIA DE CIA
Colaboração para o UOL
Luigi Pirandello nunca sai de cena. O escritor siciliano que viveu na virada do século 19 para o século 20 tem sempre um de seus inúmeros textos para o teatro em cartaz (atualmente é "O Homem, A Besta e a Virtude"). Mas Pirandello não é apenas dramaturgo, também é romancista, e dos melhores. Um de seus mais importantes e divertidos romances, "O Falecido Mattia Pascal", acaba de ganhar uma nova tradução brasileira.

A tradução de Francisco Degani e Rômulo Antonio Giovelli, lançada pela editora Nova Alexandria, aproxima Pirandello do leitor brasileiro de hoje, sem afastar-se das concepções geniais e inovadoras do autor que cunhou a inesquecível interjeição "Maldito seja Copérnico!" e expressou como poucos a relatividade da identidade e do conhecimento humano, sem nunca deixar de lado o humor ("Mattia Pascal" traz cenas hilariantes e passagens que chegam até a se aproximar da comédia pastelão).

A história de Mattia Pascal pode dar inveja a muita gente. Vivendo uma vida medíocre, casado e morando com uma sogra insuportável, ele é acidentalmente dado como morto. Aproveita a chance e, como "falecido", deixa sua cidadezinha num trem, em direção a uma nova vida em Milão, onde adota outro nome. Porém, evidentemente, as coisas não saem como o desejado.

Essa viagem, de uma cidade a outra, de um nome a outro, compõe um dos primeiros romances que olham a questão da identidade de um modo contemporâneo, tema que tanto rendeu nas décadas seguintes, na literatura e no cinema, e que continua a dizer muito hoje em dia. A edição também traz as duas "premissas" escritas pelo autor para conceituar sua poética, além de posfácio de Francisco Degani, um dos tradutores.

Outras traduções

Muitos romances "clássicos", aqueles livros caudalosos, cheios de personagens e, em geral, escritos no século 19, também tiveram novas traduções publicadas nos últimos anos ― e edições lindas, em alguns casos. Quem tiver curiosidade descobrirá que mergulhar nesses livros pode ser muito mais fácil (e prazeroso) do que o esperado, apesar da fama de difícil de alguns e do tamanho de outros, aparentemente grandes demais para o ritmo rápido do nosso tempo sempre curto.

As bonitas e bem-cuidadas edições da Cosac Naify podem ser um bom ponto de partida. Entre outros, há "O Vermelho e o Negro", de Stendhal, e "Anna Kariênina", de Liév Tolstói. Diversos títulos de Dostoiévski, entre eles, "Crime e Castigo", saíram pela Editora 34. E a própria Nova Alexandria lançou recentemente "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, em nova tradução, incluindo também os autos do processo respondido pelo autor francês que escandalizou a sociedade de seu tempo.

O Falecido Mattia Pascal
Autor: Luigi Pirandello
Editora: Nova Alexandria
Tradução: Francisco Degani e Rômulo Antonio Giovelli
Quanto: R$ 48

(© UOL Diversão & Arte)

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