Um dia após o presidente italiano criticar, homens do Exército foram para as ruas para tentar solucionar o problema do lixo, no sul do país. O Corpo de Engenheiros do Exército começou na madrugada desta segunda-feira (7) o trabalho de limpeza da localidade de Caserta, localidade ao norte de Nápoles.
As escolas da região foram reabertas, por ordem do primeiro-ministro, Romano Prodi, mas se encontram quase vazias.
No domingo (6), o presidente italiano, Giorgio Napolitano, pediu que se resolva a crise do lixo na cidade de Nápoles e sua província, que se transformou em "uma autêntica tragédia", pela acumulação de toneladas de dejetos devido a problemas de recolhimento e falta de lixões. O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, informou que esteve trabalhando com o titular de Interior, Giuliano Amato, para "agilizar todas as decisões de emergência" a respeito. Prodi, citado por meios de imprensa locais desde a cidade de Bolonha, anunciou que no início da próxima semana realizará várias reuniões com diversos ministros para "definir uma estratégia a longo prazo" para enfrentar o problema. A situação originada pelas toneladas de lixo acumuladas nas ruas da província, que afeta também toda a região de Campânia, se unem aos protestos de moradores da cidade de Nápoles, que se opõem à reabertura de um aterro, decidida pelas autoridades para enfrentar a emergência. A crise do lixo tem também repercussões na educação. Os prefeitos de quatro localidades próximas a Nápoles decidiram no sábado (5) que as escolas não abrirão suas portas nesta segunda-feira, depois das férias do Natal, devido à difícil situação higiênica. A região de Campânia vive há mais de dez anos um problema endêmico de coleta de lixo por causa da falta de lixões. Muitas são as vozes que denunciam que a Camorra, a máfia local, estendeu seus tentáculos no negócio de recolhimento de lixo e destruição de resíduos. A esse respeito, o ministro italiano de Justiça, Clemente Mastella, disse em entrevista ao jornal Il Giornale que "há interesses da Camorra por trás" dos protestos para impedir a reabertura de lixões e assegurou que essa organização criminosa "fez um negócio incrível com os resíduos". Enquanto isso, continuam os protestos contra a reabertura de lixões fechados nos últimos anos devido a sua saturação e seu risco para a saúde.
As forças de segurança reprimiram uma manifestação contra a reabertura do lixão no bairro napolitano de Pianura. Três pessoas ficaram feridas durante o confronto entre os policiais e os manifestantes.
O bairro se encontra praticamente isolado depois que os moradores bloquearam suas principais ruas, em muitas ocasiões com contêineres de lixo.
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G1) |